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Introdução: Neste trabalho avaliamos as características epidemiológicas e os resultados cirúrgicos dos doentes com descolamento de retina regmatogéneo (DRR).   Métodos: Estudo retrospetivo dos doentes submetidos a cirurgia de DRR no Hospital Pedro Hispano, entre Janeiro de 2015 e Dezembro de 2016.   Resultados: Analisaram-se 83 olhos de 83 doentes (48 homens e 35 mulheres). A média etária foi de 61,5 ± 13,4 anos e o tempo médio entre o início dos sintomas e a avaliação oftalmológica foi de 20 ± 37 dias. Cerca de 63,9% dos doentes apresentavam mácula off e em 24,7% dos casos, o DRR era total. A média da melhor acuidade visual corrigida (MAVC) pré-operatória foi de 0,2 ± 0,3. A técnica cirúrgica efetuada na maioria dos casos foi a vitrectomia via pars plana (90,3%). A taxa de sucesso anatómico final foi de 96,4% e a média da MAVC final foi de 0,5 ± 0,4, sendo que 54% dos doentes apresentaram acuidade visual final ≥ 0,5. Verificou-se associação entre os resultados funcionais e o estado da mácula, acuidade visual pré-operatória e extensão do DR.   Conclusões: O DRR foi mais comum nos homens (1,4:1), com maior incidência entre os 61-70 anos. Um número significativo de doentes (33%) demorou mais de uma semana a recorrer ao hospital após o início dos sintomas. Estes dados contribuem para a identificação das subpopulações de maior risco, e reforçam a necessidade de alertar para os sintomas do DRR, de forma a minimizar o risco de cegueira através de um diagnóstico e tratamento atempados.

A doença da arranhadura do gato é uma infeção causada pela Bartonella henselae, usualmente transmitida ao ser humano através da arranhadura ou mordedura de gato. A manifestação clínica mais comum é a linfadenite, mas 5 a 10% dos doentes com doença da arranhadura do gato podem ter envolvimento ocular. Os autores apresentam o caso clínico de uma doente de 46 anos de idade com neurorretinite unilateral secundária a infeção por Bartonella henselae. O presente caso clínico alerta para a necessidade do reconhecimento das manifestações clínicas da doença que, sendo geralmente auto-limitadas e inespecíficas, podem associar-se a complicações potencialmente graves.

Objectivos: Avaliar a eficácia da transplantação de membrana amniótica (TMA) na patologia de superfície ocular (PSO) graves. Introdução: A TMA é realizada na PSO como suporte para proliferação de células estaminais e para reepitelização da córnea, permitindo um retorno a integridade anatómica, uma redução em sintomas e uma melhoria da melhor acuidade visual corrigida (MAVC). Métodos: Análise retrospectiva de 32 doentes submetidos a 37 procedimentos de TMA entre 2008-2017 no Serviço de Oftalmologia do Hospital Espírito Santo de Évora para tratamento de diversas PSO. Idade média foi 71.97 anos (+-5.82). Enxertos foram aplicados por sutura em 21 e cola de fibrina em 16 casos. Seguimento médio foi 2.96 anos (+-0.86). Frequência de falência, retransplantação, recidiva, mudança na integridade anatómica, variação de sintomas e variação na MAVC foram avaliadas. Resultados: 37 procedimentos realizados em 32 olhos, 9 falharam, 3 destes foram retransplantados e 3 recidivaram. Falência foi inferior com sutura corneana do que com cola de fibrina (OR=0.278+-0.221, p =0.136). Em 25 casos (78.13%, p<0.001) antingiu-se integridade anatómica. Quanto à sintomatologia (p<0.01), 19 casos demonstraram melhoria, 8 casos estabilização e 5 casos agravamento. Quanto à MAVC, variação média foi irrelevante (p=0.587). Em análise de subgrupos, 10 casos registeram aumento (variação media de -0.50393, +- 0.51513 logMAR, p=0.0542), 19 casos estabilizaram e 3 casos progrediram para diminuição (variação média de +1.06804, +-1.00248 logMAR, p=0.0444). Conclusões: TMA é, comprovadamente, uma opção segura e eficaz quando a terapêutica conservadora de PSO falha, sendo útil no reestabelecimento da integridade anatómica e na redução de sintomas. Palavras-chave: Transplantação de Membrana Amniótica, Patologias de Superfície Ocular, Integridade Anatómica, Melhor Acuidade Visual Corrigida.

The presence of a congenital dacryocystocele is rare, the presence of two with nasal extension compromising respiratory function, make this an atypical case that requires immediate action by the ophthalmologist. We present the case of a newborn that during the first hours of life presented respiratory distress. Dacryocystocele resolution and symptomatic improvement were observed after conservative treatment. Keywords: congenital dacryocystocele; newborn; respiratory distress; conservative treatment

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Purpose: To establish normative values in a Portuguese pediatric population for retinal nerve fiber layer (RNFL), macular, macular ganglion cell-inner plexiform layer (GCIPL) and subfoveal choroidal (SFC) thicknesses  Methods: This cross-sectional study enrolled children, 4 to 17 years old, attending the Ophthalmology Department of Hospital de Braga. All subjects underwent comprehensive ophthalmologic examination and were scanned with Cirrus Spectral-Domain Optical Coherence Tomography (SD-OCT).  Results: A total of 348 children (9.85±3.49 years) were included. Average RNFL thickness was 97.45±9.78µm and the distribution of RNFL thickness was in agreement with the ISNT rule. Average RNFL thickness showed a positive significant relationship with optic disc (OD) area (p=0.007). A significant positive relationship was also found for OD area (p=0.001 and p=0.04, respectively) and spherical equivalent (SE) (p=0.008 and p=0.004, respectively), in the inferior and nasal quadrants. Average macular thickness was 282.22±11.91µm. Central subfield was the thinnest region, followed by the external ring, while the internal ring was the thickest (p<0.001). Age, SE and gender were the strongest predictors of macular thickness. A negative association was found between the superior external macular thickness and age (p=0.009). A lower thickness in the outer macular region was associated with higher myopic refractive error (p<0.05). Boys had on average a thicker macula (p<0.05). Average GCIPL thickness was 84.97±4.78 µm and average SFC thickness was 374.76±42.51 µm.  Conclusion: This study established a SD-OCT normative database for healthy Portuguese children aged 4 to 17 years old, which could improve diagnosis and management of pediatric ophthalmic disorders in children.

Purpose Visual rehabilitation is an important part of keratoconus treatment. Glasses or contact lenses are usually sufficient in mild cases. Advanced disease may require surgical treatment. Intrastromal corneal ring segments (ICRS) implantation is an effective treatment. However, surgical planning is in constant evolution and the visual results are hard to predict. We aim to assess predictive factors of the visual results, determining the best cases for this treatment.   Material and Methods: Retrospective analysis of successful ICRS implantation in our hospital. Refractive and topographical data in pre and postoperative setting was analyzed in order to identify predictive factors for success. INTACS-SK® ring segments were used, according to the plan recommended by the manufacturer.   Results Sixty-five surgeries were analyzed. Both uncorrected visual acuity (UCVA) and best corrected visual acuity (BCVA) showed significant improvement after surgery (0.11±0.11 to 0.28±0.20 and 0.48±0.22 to 0.63±0.20, respectively). Refractive and keratometric values also improved significantly. BCVA improved in 43 eyes (67%), with gain of at least 2 Snellen lines in 28 eyes (43%). Post-op BCVA was negatively correlated with pre-op refraction, corneal thickness and corneal curvature. Visual improvement was negatively correlated with pre-op corneal astigmatism and steep K. Patients with steep K lower than 47.5D and corneal astigmatism lower than 3.75D had better results.   Conclusions ICRS implantation is effective in improving visual acuity, refraction and corneal shape. Eyes with more advanced disease (higher astigmatism and corneal curvature) have worse results, perhaps being better suited for other treatments, such as keratoplasty. It is possible that a different type of ring segment or improved surgical planning could improve the results.

Purpose: We aim to report the outcomes and complications of patients with uveitis from Juvenile Idiopathic Arthritis (JIA) treated with biologic therapy. Materials and Methods: All patients who underwent treatment with biologic therapy for uveitis in the context of JIA between 2016 and 2017, followed in the Uveitis Department in Hospital de Santa Maria, were retrospectively included in the study.  Patient medical records were analyzed retrospectively and clinical outcome and complications were registered. Results: Nine patients (7 females, 2 males, 18 eyes) were included in the study. The mean age of JIA diagnosis was 6.6 years (±4,5) and the mean age of uveitis diagnosis was 7.9 years (±3,0). Six patients were being treated with adalimumab (ADA), 2 with Infliximab (IFX) and 1 with Tocilizumab (TCZ), and of them 8 (88,9%) were treated successfully for uveitis. The resolution of anterior chamber inflammation was obtained with a mean interval of 2 months for ADA and 3 months for IFX. Before starting biologic therapy 33,3% (n=3) patients were on oral steroids, 55,6% (n=5) were doing methotrexate and 11,1% (n=1) was doing cyclosporine. After biological treatment, no patient was on oral steroids. Regarding adverse effects, there are records of one reaction to infusion during the treatment with IFX and liver enzymes derangement with ADA, that resulted in the switch of therapy respectively to ADA and IFX. Conclusion: In this small cohort, ADA, IFX and TCZ showed to be effective and relatively safe for treatment of JIA-associated uveitis.

Introdução: A retinopatia pigmentar (RP) é tipicamente descrita como uma doença simétrica na sua forma de apresentação e progressão. No entanto, apesar deste pressuposto, existem poucas publicações que descrevam e estudem esta simetria. Este estudo tem como objetivo avaliar a simetria interocular da integridade das camadas externas da retina avaliadas por tomografia de coerência ótica (OCT) em doentes com RP. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo longitudinal no Serviço de Oftalmologia do Hospital de Braga, Portugal. No qual foram incluídos 29 doentes com diagnóstico de RP observados em consulta entre Janeiro e Agosto de 2017. Foram colhidos dados relativos à idade, género, tempo decorrido desde data de diagnóstico, estado de faquia e acuidade visual com correção (AVCC). Dados relativos à simetria interocular da espessura da camada nuclear externa (CNE) e da integridade da Membrana Limitante Externa (MLE), Zona Elipsoide (ZE) e Zona de Interdigitação (ZI) foram avaliados. Resultados: 58 olhos foram analisados. A média de acuidade visual corrigida em logMAR foi de 0.93 ± 0.63 no olho direito e 0.96 ± 0.68 para o olho esquerdo. Observou-se uma concordância entre a avaliação da integridade da MLE, ZE e ZI entre os dois olhos (p=0.003, p=0.001 e p=0.005, respetivamente). Verificou-se uma correlação forte positiva entre a medição da espessura da CNE efetuadas nos dois olhos (rs=0,884; p=0,001). Conclusão: Este estudo confirma a elevada natureza simétrica da RP ao nível do atingimento das diferentes camadas externas da retina. O OCT afirma-se como uma ferramenta sensível e eficaz para a avaliação da simetria dos achados tomográficos em doentes com RP.

Purpose: To report a case of a 48-year-old female with sudden decrease of visual acuity (VA) in the right eye (RE). Methods: This is a retrospective and descriptive case report based on data from clinical records, patient observation and analysis of diagnostic tests. Results: A 48 year old woman with no relevant personal or family history except for the use of oral contraceptives, presented loss of visual acuity, central and superior scotoma in the right eye. Best corrected visual acuity (BVCA) was 20/32 in the right eye (RE) and 20/20 in the left eye (LE). RE fundoscopy revealed cotton wool spots in the territory of the inferior temporal retinal artery. Optical coherence tomography (OCT) showed increased central macular thickness mainly at the level of the nerve fiber layer. RE fluorescein angiography showed stop of fluorescein at the emergence of the inferior temporal artery.  RE showed a superior altitudinal defect respecting the horizontal meridian. An intravitreal injection of 3.2mg triamcinolone was given within 24 hours. RE BVCA improved up to 20/20-1L at 3 months, with improvement of the visual field defect with time. Conclusion: Intravitreal steroids given within a few hours of the arterial occlusion may limit the spreadout of apoptosis nearby the ischemic areas, limiting visual field and central vision losses.  

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  Introdução: O fenómeno isotópico de Wolf consiste no desenvolvimento de uma dermatose que surge na localização de outra lesão cutânea prévia, não relacionada, e já cicatrizada. Na maioria dos casos, a primeira dermatose é um Herpes. A resposta isotópica pode ter diversas apresentações. Material e métodos: Caso clínico. Resultados: Descreve-se o caso de uma paciente do sexo feminino de 75 anos que recorreu ao Serviço de Urgência pelo aparecimento de lesões papulosas e eritematosas frontais e periorbitárias direitas. Doente com história prévia de Herpes zoster oftálmico na mesma localização, 3 meses antes do episódio atual. Apresentava ainda história de leucemia linfocítica crónica em remissão. Foi realizado estudo histopatológico que evidenciou infiltrado nodular difuso da derme, com pequenos linfócitos irregulares. O estudo imunohistoquímico foi positivo para os marcadores CD5+, CD20+ e CD23+, compatível com o diagnóstico de infiltração cutânea por leucemia linfocítica crónica-B. Conclusão: O fenómeno isotópico de Wolf é uma entidade rara e subdiagnosticada na prática clínica. Palavras-chave: Fenómeno isotópico de Wolf; Resposta isotópica; Herpes Zoster

Introdução e Objetivos: A ambliopia corresponde à principal causa de perda visual monocular entre os 20 e os 70 anos, sendo um reconhecido problema de saúde pública. A deteção e o tratamento precoces são fundamentais na sua prevenção. Neste trabalho pretende-se analisar os dados referentes ao primeiro ano de Rastreio de Saúde Visual (RSVI) no Hospital Pedro Hispano. Materiais e Métodos: Foram incluídas todas as crianças do RSVI referenciadas à consulta de Oftalmologia Pediátrica e que realizaram esquiascopia sob cicloplegia entre Novembro de 2017 e 15 de Agosto de 2018. A análise de dados foi realizada com recurso ao SPSS Statistics 25. Resultados: Das 185 crianças incluídas, foram prescritos óculos em 74 casos (40%); das restantes 111 crianças, 61 (33%) continuam em vigilância em consulta e apenas 50 (27%) foram consideradas sem patologia e sem indicação para seguimento.  Os principais motivos para a prescrição de óculos foram o astigmatismo misto (55,4%) e a anisometropia (28,4%). Verificou-se a existência de uma correlação forte entre os resultados obtidos com o Plusoptix e a esquiascopia para o valor da esfera, cilindro e equivalente esférico (r=0,78;0,81;0,81 respetivamente). Conclusão: Os resultados obtidos evidenciam o impacto do RSVI na deteção de fatores de risco ambliogénicos e validam a fotorrefração com o Plusoptix como um bom método de rastreio nesta faixa etária. Palavras-chave Fotorrefração, Plusoptix, Ambliopia, Esquiascopia; Rastreio Visual  

Purpose: To analyze the hypertensive phase (HTP) in patients undergoing Ahmed glaucoma valve (AGV) implantation. Material and Methods: Retrospective study of 26 patients (valves) undergoing AGV implant with a follow-up ≥1 year. The HTP was defined as an intraocular pressure (IOP) ≥22 mmHg within 3 months after surgery, after an initial reduction of IOP to <22mm Hg during the 1st postoperative week, and not caused by tube obstruction, retraction or dysfunction. The sample was divided into group with (group 1) and without (group 2) HTP. The parameters were: group 1 – prevalence and period of time up to the HTP, maximum IOP and number of hypotensors and HTP management; comparison between groups – the most prevalent type of glaucoma, evolution of the IOP and of the number of hypotensors during the follow-up and surgical success in the 1st year. Results: HTP was observed in 59% of the cases, mainly at the 1st month (68%), with an average IOP peak of 28.05±5.4 mmHg and the maximum number of hypotensors during the follow-up of 3.1±0.7. The most prevalent type of glaucoma for group 1 was uveitis (44.4%) and for group 2 were primary open-angle glaucoma and neovascular glaucoma (both 34%). The mean pre and postoperative values ​​at the last IOP and medication number were higher for group 1. This group also included injection of 5-fluorouracil, needling and bleb excision. The overall surgical success was 89% in group 1 and 100% in group 2. Statistically significant differences were: IOP and number of hypotensors between the 1st and the 6th month after surgery, and complete surgical success at the 1st year. Conclusions: The identification of HTP is essential, as it is associated with a higher IOP, number of hypotensors and surgical procedures, with a potential impact on the prognosis.

Abstract Objective: the aim of this study is to determine the recent trends in corneal transplant indications and corneal tissue use in Coimbra. Methods: data concerning all corneal transplantation procedures performed at Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) between 2011 and 2016 were collected and stored at the CHUC Eye Bank. We retrospectively analysed recipient age, gender, primary diagnosis and transplantation technique. Results: 710 corneal transplants were reviewed for analysis. Regraft accounted for 207 (29.2%) of all procedures, followed by bullous keratopathy, with 125 cases (17.6%) and keratoconus, with 118 cases (16.6%). No statistically significant shift in indications for grafting was identified over the 6-year period (p = 0.70). Penetrating keratoplasty (PK) accounted for 506 procedures (71.3%), Descemet’s stripping automated endothelial keratoplasty (DSAEK) for 129 (18.2%), and deep anterior lamellar keratoplasty (DALK) for 64 (9.0%). Over the 6 years, we observed a statistically significant decline in the numbers of PK, accompanied by an increase in DSAEK and DALK. Conclusions: Eye bank registries provide an effective means to evaluate corneal transplantation evolution. Transplant indications have remained stable across the time frame considered. Compared with other series, we report more repeat grafts, less keratoconus and similar percentages of bullous keratopathy and corneal dystrophies. In terms of surgical technique, this study provides further evidence of the increasing popularity of lamellar keratoplasties, in opposition to PK. In conclusion, the indications and techniques for corneal transplantation continue to evolve rapidly, and merit continued investigation to optimize the activities of eye banks and transplant centres.

OBJETIVOS: Avaliação da eficácia e segurança do implante intravítreo de dexametasona no tratamento do edema macular diabético persistente, na prática clínica. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospetivo dos pacientes com edema macular diabético tratados com implante de dexametasona entre dezembro de 2010 e de 2016. A análise da eficácia englobou a acuidade visual e espessura central da retina. A análise de segurança a pressão intraocular e a necessidade de medicação hipotensora. RESULTADOS: Selecionámos 72 pacientes, metade do sexo feminino, com idade média 67.6 anos, já submetidos a tratamento prévio. Após colocação do implante, nos períodos de seguimento de 1-2 meses e 3-4 meses, documentou-se melhoria das médias da acuidade visual de 0.0944 logMAR (p=0.000) e 0.0804 logMAR (p=0.001) e da espessura central da retina de 285.11μm (p=0.000) e 202.056μm (p=0.003). Relativamente à segurança, documentou-se um agravamento médio da pressão intraocular de 1.972mmHg (p=0.000) e 0.946mmHg (p=0.032); 72.2% dos pacientes necessitaram de medicação hipotensora. CONCLUSÃO: O implante de dexametasona promoveu a recuperação da acuidade visual e melhorias significativas da espessura central da retina. Registámos aumentos da pressão intraocular, controlados com medicação hipotensora. Não foi possível documentar o desenvolvimento e/ou progressão de catarata. Este estudo apresenta limitações; estudos com amostras e períodos de seguimento superiores serão importantes para melhor caracterização da eficácia e segurança

Objetivo: Avaliar os resultados dos primeiros dois anos de DMEK no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ). Métodos: Análise retrospetiva dos doentes submetidos a DMEK. A melhor acuidade visual corrigida (MAVC) e a contagem de células endoteliais foram avaliadas no período pré e pós-operatório. Resultados: O DMEK foi realizado em 24 olhos (23 doentes), sendo 12 doentes do sexo feminino. A média de idades aquando da cirurgia foi de 69,1 (41 a 86) anos. Dos 24 olhos incluídos, 14 apresentavam distrofia endotelial de Fuchs, 8 queratopatia bolhosa, 1 falência prévia de enxerto e 1 síndrome iridocorneoendotelial. Considerando os casos com, pelo menos,1 ano de seguimento, a mediana da MAVC melhorou significativamente de 0,2 para 0,6 (0,2 para 1,0; p=0,003 Wilcoxon Test). Três casos apresentaram falência de enxerto no primeiro mês pós-operatório (2 queratopatias bolhosas e 1 descolamento do enxerto na região central), necessitando da realização de um novo transplante (1 DSAEK e 2 DMEK). A média de seguimento dos doentes foi de 12,6 (1 a 25) meses. A média da contagem de células endoteliais do enxerto dador foi de 2538 (2001 a 2996) cél/mm2. A média da contagem endotelial no primeiro ano pós-transplante foi de 1225,8 (381 a 1875) cél/mm2, com uma perda percentual de células endoteliais de 45,1%. Não foram descritas complicações intraoperatórias nem perda de tecido durante a preparação do enxerto. Conclusão: O DMEK pode oferecer uma melhoria significativa da acuidade visual e parece ser um método seguro e eficaz no tratamento de patologia endotelial da córnea.

Objetivos: Rever as manifestações oftalmológicas clinicamente significativas nos indivíduos com Síndrome de Down. Material e Métodos: Revisão clássica da literatura em diferentes bases de dados científicas, utilizando as palavras MeSH "Síndrome Down", "Síndrome de Down", "manifestações oculares", "manifestações oftalmológicas", "trissomia 21". Os artigos foram selecionados nas línguas Inglesa e Portuguesa, publicados desde o ano 2000. Resultados: As patologias oftalmológicas são extraordinariamente prevalentes nos indivíduos com Síndrome de Down. A caraterística ocular mais consistente é a presença de uma dobra epicântica proeminente. Em crianças, os achados oculares predominantes são os erros de refração, sendo a hipermetropia e o astigmatismo os mais comuns; e o estrabismo, principalmente na forma de esotropias. Para os adultos, as cataratas são a principal causa de patologia oftalmológica. A blefarite e a conjuntivite também são condições muito comuns nestes pacientes. Queratocone e Manchas de Brushfield foram descritas como sendo frequentes nesta população; no entanto, não parecem ser tão comuns quanto relatados em estudos mais antigos. Conclusões: Indivíduos com Síndrome de Down têm maior risco de deficiência visual, portanto a avaliação oftalmológica deve ser incluída na sua avaliação médica de rotina. Um atraso no diagnóstico e tratamento destas patologias pode levar à deficiência visual e afetar adversamente a sua qualidade de vida. Assim sendo, a deteção precoce deve ser enfatizada junto dos Médicos de Família e dos Pediatras, para melhorar os resultados do desenvolvimento e funcionais das crianças e adultos com Síndrome de Down.   Palavras-chave: Síndrome de Down, patologia oftalmológica, qualidade de vida, deteção precoce