RCAAP Repository
O Património Arquitectónico e o fenómeno do Vinho do Porto: relações e motivações
<p>Em Vila Nova de Gaia a morfologia urbana assume uma relação muito estreita com o fenómeno do Vinho do Porto, sobretudo, na área ribeirinha. No entanto, a dependência sócio-económica do Vinho do Porto foi igualmente muito forte nas freguesias confinantes com Vila Nova de Gaia, ao ponto de ter sido factor fundamental para o surgimento de novos lugares habitados. O fenómeno do Vinho do Porto condicionou toda a morfologia e arquitectura do núcleo histórico de Vila Nova de Gaia num sentido bem diferente do que sucedeu em qualquer outro núcleo histórico português, facto que o toma singular, exigindo estratégias de reabilitação especificamente pensadas para o território em causa.</p> <p>O ligante ou «cimento urbano», que foram os armazéns de vinhos, originou um núcleo urbano sui generis. São as caves que tomam o núcleo histórico de Vila Nova de Gaia numa entidade una e indivisa, muito embora as caves não tenham implicado qualquer articulação entre os primitivos núcleos urbanos. Pelo contrário, abafaram-nos e secundarizaram-nos. Ora, nenhum outro núcleo histórico no país possui semelhantes características evolutivas. De facto, Vila Nova de Gaia não pode ser meramente classificado como um núcleo urbano portuário, pois a sua origem e evolução é bem mais complexa.</p>
2015
Lúcia Rosas José Francisco Queiroz Ana Margarida Portela Domingues
A vinha e o vinho no quotidiano dos colégios jesuítas de Portugal (séculos XVI-XVIII)
<p>Se é certo que todo o religioso tem de assumir, como tarefa prioritária, o progresso na vida espiritual, norteado pelas palavras de Cristo: Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus, não é menos verdade que uma alimentação racional, diferente nas diversas Ordens e Congregações, poderá contribuir para alcançar os objectivos essenciais da vida religiosa. Nunca o rigor e austeridade, no âmbito alimentar, deverão ser invocados como obstáculos à consecução dos fins próprios de cada Instituto.</p> <p>Neste sentido, as Constituições da Companhia de Jesus, através de alguns artigos, propõem aos seus membros a possibilidade de conciliarem o progresso espiritual com uma alimentação austera, mas sadia, visando, essencialmente, o equilíbrio somático, a robustez das forças, em ordem ao serviço apostólico.</p>
2015
Fausto Sanches Martins
A companhia geral da agricultura das vinhas do Alto Douro (1756-1978)
<p>Em 1756, no âmbito da política pombalina de fomento económico e reorganização comercial do país, de inspiração mercantilista, assente na formação de várias companhias monopolistas e privilegiadas, foi criada a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, destinada a garantir e promover, de forma articulada, a produção e comercialização dos vinhos do Alto Douro e a limitar o predomínio e mesmo o controle desta actividade económica pelos ingleses.</p>
2015
Fernando de Sousa
As memórias paroquiais de 1758 – uma microfonte para a macro-história do vinho do douro
<p>Quando se nos coloca a questão da inventariação das fontes para o estudo da História do Vinho e, neste caso, do vinho do Douro e do vinho do Porto a nossa ideia dirige-se naturalmente para os grandes Arquivos e para as colecções específicas que eles guardam. Ou para Arquivos especializados como será o caso do Arquivo da Real Companhia e dos Arquivos privados das quintas e empresas vinícolas.</p>
2015
Francisco Ribeiro da Silva
A "camara" de S. Martinho de Mateus, no segundo quartel do século XV
<p>Antes de iniciarmos a breve exposição que nos propomos apresentar, subordinada ao título em epígrafe, desejamos felicitar o Prof. Doutor Fernando Alberto Pereira de Sousa, Director do CEPESE, pelo dinamismo que imprimiu a este Centro de Estudos, de que o Seminário «Os Arquivos do Vinho em Gaia e Porto», realizado em 2001, e este Congresso, além de outras iniciativas e publicações são demonstrações inequívocas, e agradecer-lhe a possibilidade de prestarmos alguma colaboração, embora modesta.</p>
Os fundos do public record office e da british lybrary enquanto complemento dos arquivos nacionais para a história do vinho do porto
<p>A História do Vinho do Porto está indissociavelmente ligada ao papel que os britânicos desempenharam no relacionamento económico externo de Portugal, ao longo da sua História. Os ingleses marcaram presença entre nós pelo menos desde os tempos medievais. O Tratado de Windsor (1386) celebrado entre os representantes de D. João I e Ricardo II de Inglaterra fez cimentar a paz e germinar uma aliança entre as duas nações que não mais se quebrou. Contudo, anteriormente a este magno acordo, já os mercadores portugueses e ingleses se relacionavam fortemente, como deixa transparecer a carta mercatória que Eduardo I de Inglaterra concedeu em 1 303 a mercadores estrangeiros. Mais tarde, foi um mercador do Porto de nome Afonso Martins Alho que, na qualidade de procurador e mensageiro dos mercadores de Portugal, concluiu com Eduardo III o mais antigo tratado de comércio celebrado pelo nosso país. Em 1402, um outro homem do Porto negoceia e obtém da coroa britânica prerrogativas especiais para os mercadores da cidade, sinais claros da manutenção de fortes laços de comércio entre ingleses e portuenses.</p>
Quintas do douro - Arquivos e investigação histórica
<p>A importância estratégica da região do Douro e dos seus vinhos na economia nacional, a precoce internacionalização do vinho do Porto e o pioneirismo de políticas reguladoras de controlo de qualidade e defesa da marca (demarcação da área produtora, regulamentação da produção e do comércio, qualificação e certificação do produto) justificariam, só por si, uma maior atenção da historiografia portuguesa à evolução da vitivinicultura duriense. É certo que a história do vinho do Porto tem suscitado o interesse e o estudo de investigadores dos mais variados campos do saber.</p>
2015
Gaspar Martins Pereira
Links and lugares da memória: the Douro's historic distributed commercial archive
<p>About a decade ago, I asked one of the more venerable British port houses if I could consult their records from the early nineteenth century. They were gracious enough not only to grant my request, but also to invite me to lunch with the directors of the firm. At about one o' clock I was shown into a beautiful dining room, where the elegantly dressed directors were preparing to sit at an immaculate white cloth on an elegantly ordered table. I’alas, had come from the /'archives". These consisted of thoroughly disordered piles of books that had stood accumulating filth on the floor of a leaking armazen for countless years. A fine layer of grime had settled upon them; spiders had spun thick webs across them; mice had made nests within them; and what might have been rats had dined on the margins and left thick, unsavoury traces on the floor. Arriving in the pristine dining room to meet the elegant company, I looked as though I had spent the morning digging for coal. It gave, as someone said, new meaning to the phrase "data mining".</p>
El archivo histórico de sandeman-jerez: fuente para la historia comparada de las economías del oporto y el sherry
<p>El tema de mi intervención en este seminario se plantea por parte del Centro de Estudos da Populaçâo, Economía e Sociedade da Universidade do Porto como un ejercicio de historia comparada entre la región del Duero y el vino de Oporto, de una parte, y el Marco del Jerez-Xérez-Sherry, de otra. No me parece reiterativo insistir sobre la importancia del método comparativo en la labor historiográfica, y a ello nos referiremos al final de este ensayo.</p>
Los archivos da la región de la ribera del duero. Edad moderna
<p>El objetivo de este trabajo es profundizar en el conocimiento de las fuentes históricas de esta zona castellana referentes a la evolución del vino y los vifiedos durante los siglos XVI, XVII y XVIII. La 'Denominación de Origen Ribera del Duero' (reuniendo municipios de las actuales provindas de Burgos, Valladolid, Segovia y Soria), la más reconocida internacionalmente de esta región, es muy reciente, apenas treinta afios. Históricamente, sin embargo, junto a su producción vitivinícola, otros espacios cercanos tuvieron tanta importancia o más en la producción de vino. Por eso, durante el Antiguo Régimen, la propia ciudad de Vall'adolid y su jurisdicción, Medina del Campo, Nava del Rey, Tudela de Duero, Cigales, Rueda o Mucientes generaron mucha más información sobre el particular, hoy conservada en diversos archivos.</p>
2015
Máximo García Fernández
Notas sobre o povoamento e a demografia. Do concelho de Peso da Régua
<p>Embora não seja possível definir com rigor a antiguidade da ocupação humana na área deste concelho, a localização da povoação de Peso da Régua num meandro na margem direita do rio Douro, junto à sua confluência com y Corgo - quase em frente à desembocadura com o Varosa - leva-nos a pensar na importância estratégica deste lugar não tanto de natureza defensiva mas como lugar de passagem obrigatória de uma para a outra margem daquele rio. Esta situação está na origem de um povoamento bastante antigo, da época romana ou mesmo anterior, sendo confirmado por moedas romanas de prata e de cobre bem como por restos de cerâmica, sobretudo tijolos e mosaicos, encontrados na vizinhança da Régua, em Godim e em Lousada (Bandeira de Tóro, 1946).</p>
2015
Jorge Carvalho Arroteia
Gerir arquivos. Construir memórias
<p>Sem memória não seria possível conceptualizar, conhecer ou armazenar informação, no entanto "Para muitos, as sociedades contemporâneas estão a provocar rupturas no campo da assunção das heranças e das expectativas como se de sociedades amnésicas - atravessadas, segundo alguns, por uma espécie de mnemotropismo - se tratasse. Serão tais mudanças consequência do modo como o homem de hoje experiência o tempo, vivendo-o como um simples somatório de momentos com hiatos entre si, e não como um fieri construído pela, recordação e pela esperança? E, como prova desta crise, aponta-se o que se passa no terreno da memória colectiva e histórica".</p>
2015
Maria João Pires de Lima
A documentação da companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro na Torre do Tombo: contributos para a sua história
<p>Esta comunicação pretende enumerar e comentar a documentação existente sobre a Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro na Torre do Tombo. Para alcançarmos este objectivo julgamos necessário dar algumas informações acessórias tais como: informações sobre o fundo documental em que se inserem os documentos - de forma a justificar a sua presença aí; informações sobre a localização dos documentos dentro do fundo; a cota e o âmbito cronológico. Finalmente, enumeraremos ou exemplificaremos o tipo de documentos que é possível encontrar. Qualquer destes tipos de informação poderá ser suprimido ou desenvolvido caso se justifique.</p>
Documentos da arquitectura do vinho
<p>O vale do Rio Douro, como região do Vinho do Porto, é um triângulo, com três vértices: Porto, Régua e Gaia. Gaia corresponde à área industrial do Entreposto e não sendo isoladamente monumental é monumental no conjunto em que se insere.</p> <p>A salvaguarda deste património condiciona forçosamente o conjunto do Porto e Régua, bem como a paisagem protegida da Região do Douro, na sua condição de Património Mundial.</p>
2015
Alda Padrão Temudo
A Casa de Ribalonga no século XVII: a cultura da vinha no contexto do património rural e paisagem agrícola
<p>No presente trabalho, versando a cultura da vinha, pretendemos prestar um modesto serviço aos historiadores especialistas nesta matéria. Todavia, neste texto apenas apresentamos uma primeira síntese de elementos documentais que estamos empenhados em ampliar com o desenvolvimento da nossa investigação. O trabalho é constituído pelo estudo da vinha num património vastíssimo, registado num tombo pertencente ao arquivo da Casa de São Payo, custodiado pelo Arquivo Distrital de Bragança. O Tombo, datado de 1648, regista o património pertencente ao morgado da Capela de Nossa Senhora da Graça 3, situada junto à igreja matriz de Ansiães.</p>
A administração da Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro (1756-1852)
<p>Em 1756, pelo alvará de 10 de Setembro, no âmbito da política pombalina de fomento económico e reorganização comercial do país, de inspiração mercantilista, assente na formação de várias companhias monopolistas e privilegiadas, foi criada a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, destinada a garantir e promover, de forma articulada, a produção e comercialização dos vinhos do Alto Douro e a limitar o predomínio e mesmo o controle desta actividade económica pelos ingleses.</p>
2015
Fernando de Sousa Francisco Vieira Joana Dias
Para uma bibliografia da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro
<p>No âmbito do projecto de investigação O Arquivo da Real Companhia Velha, dirigido pelo doutor Fernando de Sousa, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a cuja equipa pertencemos, foi possível recolhermos, nos dois últimos anos, um conjunto significativo de leis, opúsculos, estudos, pareceres, relatórios e memórias que dizem respeito à Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro.</p>
2015
Francisco Vieira Joana Dias Paula Barros
Relações Portugal-Espanha. O Vale do Douro no Âmbito das Regiões Europeias
<p>Esta publicação, coordenada pela professora Conceição Meireles Pereira, reúne as comunicações apresentadas por especialistas portugueses e espanhóis no III Seminário Internacional dedicado às relações entre Portugal e Espanha, que teve lugar na sede da Fundação Rei Afonso Henriques, em Zamora, em 2002. A exemplo das duas edições anteriores, pretende-se com esta obra prestar um contributo para a reflexão conjunta sobre a história e o presente comuns aos dois Estados Ibéricos, procurando anular as fronteiras físicas e psicológicas ainda existentes, reforçando desta forma a construção e integração dos seus povos na política europeia.</p>
2012
Fernando de Sousa Maria da Conceição Meireles Pereira Celso Almuiña Fernández Juvenal Silva Peneda Luis Afonso Hortelano Mínguez Teresa Soeiro Gaspar Martins Pereira José Amado Mendes Natália Fauvrelle Fernando Molinero Hernando Robert Manners Moura José Alves Ribeiro Artur Cristóvão Maria da Graça Martins Ricardo Robledo
O Alto Douro. Da demarcação pombalina à classificação de património mundial
<p>O Alto Douro constitui a mais antiga região vitícola demarcada e regulamentada do mundo, uma vez que as suas origens remontam a 1756, ano em que Sebastião José de Carvalho e Melo, ministro de José I, instituiu a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, com sede no Porto, Empresa que teve, entre as suas primeiras funções, a demarcação do Alto Douro e a regulamentação do "vinho de embarque", "vinho do Douro" ou "Vinho do Porto”, remontando esta última designação ao século XVII.</p> <p>Recentemente, em 2001, uma pequena parte da região do Alto Douro, ao longo do rio Douro, foi classificada pela UNESCO como Património Mundial.</p> <p>Vejamos, pois, a breves traços, a evolução do Alto Douro Pombalino (1756) até ao Douro Vinhateiro, Património Mundial (2001).</p>
El turismo en el Valle del Duero. Una ruta temática jalonada de hitos naturales y culturales
<p>El último cuarto del siglo XX ha sido decisivo en Espana al consagrar un nuevo marco de organización territorial y de estructuración regional a raíz del Título VIII de la Constitución de 1978. En el ámbito de la Espana de las Autonorhías, el territorio de Castilla y León nace de la fusión del Reino de León (León, Zamora y Salamanca) y de Castilla La Vieja (Avila, Burgos, Logrofio, Palencia, Santander, Segovia, Soria y Valladolid) y, en concreto, de la superfície de las nueve províncias 1 vigentes desde la promulgación del decreto de 30 de noviembre de 1 833 de Javier de Burgos, excluídas Logrofio y Santander. Por tanto, la denominación contemporánea de Castilla y León comprende 94.147 km2, encerrados por los cordales cimeros de las montafias y los límites fronterizos con el vecino Portugal, salvo, pequenos enclaves históricos desagregados en otras comunidades autónomas (las entidades locales de Cezura y Lastrilla, del término municipal de Pomar de Valdivia, y el término municipal de Berzosilla en Cantabria, que pertenecen a la província de Palencia; y el Condado de Trevifio en el País Vasco y las entidades locales de Comunidad y Temero del município de Miranda de Ebro en La Rioja, de la província de Burgos).</p>