Repositório RCAAP

Artistas e artífices a serviço da s irmandad es religiosas do Recife nos séculos XVIII e XIX

<p>Na cidade do Recife, entre os séculos XVIII e XIX, surgiram diversas igrejas erigidas por irmandades religiosas, instituídas devido ao crescimento e estratificação da sociedade urbana. Tendo o desejo de expor, através da qualidade artística dos seus templos, uma condição social adquirida a partir da congregação de seus irmãos, estas irmandades criaram um “mercado de trabalho” para os artistas e artífices de diversos ofícios, e foram um veículo de desenvolvimento da arquitetura e da arte sacra, em Pernambuco. Constatando esta realidade, a presente comunicação foi estruturada com o objetivo de identificar os artistas e artífices que trabalharam para estas irmandades, produzindo templos que ainda hoje marcam a presença destas instituições na paisagem urbana do Recife.</p>

O cabido de Viseu: dinâmica de encomendas no período de Sede Vacante (1720-1740)

<p>O edifício da Catedral de Viseu constitui um repositório de diferentes sintaxes estilísticas que ao longo dos séculos lhe foram sendo incorporadas por iniciativa dos bispos, do cabido, das irmandades e de particulares. Contudo, a intervenção realizada no período de Sé vaga, ocorrido entre 1720 e 1741, assumiu um alcance mais significativo e marcou absolutamente a fisionomia e a ambiência do edifício. O cabido, aproveitando o facto de assumir as responsabilidades na administração dos recursos da Mitra, empreendeu com total liberdade um projecto de profunda reforma do edifício catedralício, abrindo-o às formas artísticas do barroco, com o objectivo claramente definido de o modernizar.</p> <p>O programa de intervenção contemplou os diversos espaços da Sé e o recurso a várias tipologias artísticas: arquitectura, pintura, escultura, talha dourada e policromada, azulejaria, paramentaria, livros e alfaias litúrgicas. Para a concretização das obras foram contratados mestres de diferentes partes do reino, alguns dos quais escolhidos entre os mais reconhecidos no seu ofício. A relação contratual estabelecida entre o cabido e os artistas desenvolveu-se num quadro de significativa exigência, como se pode depreender dos requisitos dos contratos e das reclamações em fase de entrega da obra.</p> <p>Neste processo de reforma da sé de Viseu presencia-se uma manifesta influência da intervenção encetada pelo cabido da Catedral do Porto, igualmente em período de Sé vaga. O cabido viseense pretendeu que a sua Sé, localizada numa cidade de interior, numa diocese mais pobre e longe das grandes oficinas de artistas, fosse dotada com obras com a grandiosidade e a qualidade das existentes em outros espaços religiosos do reino, como o congénere do Porto.</p>

Artistas Portugueses en el Museo Vostell Malpartida (MVM) (Extremadura-España). Documentación del Archivo Happening Vostell (AHV)

<p>Ernesto de Sousa, Alberto Carneiro, Julião Sarmento, João Vieira, y otros artistas lusos, fueron autores y protagonistas de ambientes, performances, happening y otras actividades de arte conceptual y accionismo, en el Museo Vostell Malpartida. Un Museo fundado por el artista Wolf Vostell (Leverkusen, 1932-Berlin, 1998) el año 1976, en un paraje natural: Los Barruecos de Malpartida de Cáceres, y en las instalaciones de un antiguo lavadero de lanas, relacionado con el paso de La Mesta, interesante conjunto de arqueología industrial.</p> <p>En diversas ocasiones fueron al encuentro del artista alemán, y protagonizaron, acciones estéticas interdisciplinares. Uno de los momentos de confluencia fue la Semana de Arte Contemporáneo (SACOM II) celebrada en abril de 1979. Con tal motivo intercambiaron previamente correspondencia y durante las acciones, generalmente efímeras, generaron obras artísticas, hicieron fotografías, vídeos, fotocopias, que hoy forman parte de la colección del Museo y del Archivo Happening Vostell.</p> <p>El Archivo Happening Vostell, obra recopilatoria y también artística del artista Wolf Vostell y su entorno, fue adquirido por la Junta de Extremadura el año 2005 y ha sido trasladado al MVM. La ponencia que presentamos explicará qué fondos documentales de los artistas portugueses alberga el AHV.</p>

O Atelier de David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva Martins: projectos para o Funchal (1942-1947)

<p>O arquipélago da Madeira possuidor de um clima ameno e de inúmeras belezas naturais era um destino turístico muito procurado por nacionais e estrangeiros, uma potencial fonte de riqueza cheia de lacunas ao nível das infra-estruturas e dos apoios de todos os que a procuravam. Classificada pelo Estado como estância de Turismo é criada a Delegação de Turismo da Madeira, instituição responsável pelo seu desenvolvimento, embelezamento e transformação através do planeamento, controlo e regulamentação de todas as obras de urbanização e de arquitectura, preparando o arquipélago para as futuras exigências do turismo.</p> <p>David Moreira da Silva recém-formado em Arquitectura e Urbanismo, em Paris, e no início da sua carreira, foi chamado a intervir na cidade do Funchal quer pelo Estado quer por particulares através de projectos de remodelação/criação de espaços públicos, equipamentos turísticos e habitação urbana. Nesta comunicação serão abordados alguns dos projectos realizados por este atelier, na década de quarenta, para a cidade do Funchal.</p>

A encomenda a entalhadores portugueses nas missões franciscanas do Paraguai no século XVIII

<p>Durante toda a época colonial, muitos foram os artistas de origem portuguesa que se fixaram no Rio da Prata, território pertencente à Coroa espanhola. Entre os escultores portugueses mais activos na região, salienta-se José de Sousa Cavadas, natural de Matosinhos, que chegou a Buenos Aires em 1748, vindo do Brasil. Foi o autor de vários retábulos, destinados a templos bonaerenses e à igreja paroquial de Luján, todos lamentavelmente desaparecidos. A sua obra maior é sem dúvida o conjunto de talha do templo paraguaio de S. Boaventura de Yaguarón, que constituiu a matriz em que se inspiraram outras obras de talha conservadas em igrejas paraguaias.</p> <p>No caso de Yaguarón, temos em plena selva, numa zona periférica, a presença de um importante conjunto de talha barroca joanina, com alguns elementos de transição que indiciam um aggiornamento baseado na estética rocaille, então a despontar em Portugal. A obra de Sousa Cavadas é reveladora de uma situação de compromisso, de negociação e de acomodação à realidade local, detectável nas “impurezas” e na “contaminação” a que esteve sujeita a estética barroca, quando transportada e aclimatada em terras americanas.</p> <p>O conjunto de Yaguarón, que constitui verdadeiramente um programa decorativo global, incluindo todo o mobiliário litúrgico, imaginária e pintura, foi como que replicado no templo da Virgem da Candelária de Capiatá, embora com algumas diferenças, que se devem à influência jesuítica que aí se fazia sentir e à colaboração de mão-de-obra indígena, como aliás sucedeu também inevitavelmente na igreja de S. Boaventura. Sousa Cavadas terá certamente formado artistas locais, que se tornaram os protagonistas de um fenómeno de reprodução dos modelos lusitanos. Com efeito, a obra de Yaguarón teve um impacte muito significativo na área dos povoados de índios paraguaios, visível em várias interpretações locais que revelam combinações, justaposições e amálgamas assaz curiosas.</p>

A presença do Brasil no Santuário do Bom Jesus do Monte (Braga)

<p>O Santuário do Bom Jesus do Monte (Braga), é o santuário cristológico mais importante do Mundo Católico tendo mantido ao longo dos séculos a sua força carismática, mesmo em relação a outros santuários, quer cristológicos, quer mariológicos. A ermida de Santa Cruz, erguida em finais do século XV sob o patrocínio do arcebispo D. Jorge da Costa, constituiu o ponto de partida de um importante pólo de peregrinação, recriando-se o Caminho do Calvário de Jerusalém e revivendo-se, desta forma, os últimos momentos da Vida de Cristo. Sofrendo transformações nos séculos XVI e XVII, será em Setecentos, por empenho do arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, que o Santuário assume a sua feição barroca expressando de forma única o sentimento da devotio moderna. Graças à acção mecenática do esclarecido prelado o Santuário, através de uma densa linguagem iconográfica, transforma-se no paradigma da mensagem apologética da Fé Católica, na qual Cristo convida o Crente a acompanhá-lo na sua Via Dolorosa, apontando-lhe o Caminho da Redenção.</p> <p>Durante o século XVIII assistimos à participação de mestres pedreiros, de escultores, pintores e outros artistas, que contribuíram de forma significativa para a concretização das aspirações dos encomendadores, desde os arcebispos, aos membros da Confraria, sendo de suma importância os donativos dados pelos fiéis ligados ao Santuário. Neste contexto, e entre os finais de Setecentos e ao longo do século XIX, são relevantes os contributos vindos de Lisboa, do Porto e particularmente de várias zonas do “Império do Brasil”, como Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais. Serão estes doadores que irão possibilitar a continuidade das obras e o trabalho dos artistas, cuja presença ainda hoje permanece naquela que é uma das nossas maiores realizações a nível patrimonial e manifestação profunda da Fé das nossas gentes.</p>

Pintura mural da primeira metade do século XVI em igrejas paroquiais do Norte de Portugal: encomendas, artistas, obras

<p>Este trabalho pretende ser uma reflexão sobre pinturas murais realizadas para capelas-mor e naves de igrejas paroquiais por três oficinas de pintura mural laborando no Norte de Portugal durante a primeira metade do século XVI.</p> <p>É conhecida a falta de documentos escritos que nos elucidem sobre a prática da pintura mural em Portugal, particularmente durante a época que referimos, o que torna ainda mais necessária uma intensa análise interna das próprias pinturas. Advertimos, desde já, o leitor para o facto de que, neste trabalho, nos centraremos em enunciar problemas e formular hipóteses mais do que em apresentar certezas. Cremos, no entanto, que esta atitude é fecunda, na medida em que orienta a investigação a conduzir.</p>

A encomenda municipal – artistas e obras em Viana da Foz do Lima na Época Moderna

<p>Ao leque de encomendantes, por norma confinado à encomenda régia e nobiliárquica e à Igreja, com particular ênfase para a figura do Bispo, queremos adicionar o universo Municipal ampliando horizontes de análise e abrindo outra perspectiva de abordagem no campo da encomenda artística.</p> <p>Os Livros de Vereações do Arquivo Histórico Municipal de Viana do Castelo, por nós estudados, cobrindo uma baliza cronologia que decorre entre o século XVI até ao segundo quartel do século XIX, encerram conteúdos variados de extrema importância para o conhecimento da actividade do município como promotor da produção artística não só na esfera local, circunscrita ao burgo, mas também a nível concelhio.</p> <p>Um olhar mais atento aos fundos documentais municipais permite perscrutar em rigor, obras de diferente tipologia e artistas de variada proveniência e formação a que se alia, um extenso corpo normativo municipal que dimensiona o processo de evolução urbanística, a par do pulsar da vida do burgo.</p>

Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro: ponte de artistas entre dois mundos

<p>A partir do momento em que os membros do Real Gabinete deliberam construir um edifício que lhes servisse de sede tornou-se-lhes claro que ele teria de ser um pequeno enclave da Mãe-Pátria implantado em terras brasileiras. Não vamos deternos na mentalidade subjacente à escolha do estilo utilizado na feitura do imóvel, mas sim referir os artistas intervenientes, portugueses e brasileiros, que passam pelo arquitecto, pelo escultor, pelos canteiros, pelos metalúrgicos e por muitos outros, sem excluir, como é óbvio, os próprios encomendantes que, neste período, desempenham um papel determinante, tanto na encomenda, como no desenrolar da obra.</p>

A Igreja Matriz de Ovar nos séculos XVII-XIX: obras e artistas

<p>Referida, desde 1132, em Cabanões, a matriz desta freguesia é transferida para Ovar no século XVI. A partir dessa data, estão documentadas várias obras, desde reedificações, à construção da Capela do Senhor dos Passos, no século XVIII, e da Capela do Santíssimo, no século XIX, e, ainda, a execução de vários retábulos.</p> <p>Das intervenções arquitectónicas destacam-se nomes como, Luís Inácio de Barros Lima e Manuel Lourenço Afonso. Na obra de talha evidenciam-se os contractos feitos com os entalhadores Domingos Lopes e José Teixeira Guimarães, e com o pintor José de Araújo (todos com residência no Porto). Existindo, ainda, uma proximidade entre a descrição documental do 2.º retábulo-mor desta Igreja, e o retábulo da Capela de São Miguel, da mesma freguesia, pretende-se, também, averiguar as afinidades entre a obra realizada por Domingos Lopes em Aveiro, Braga, Porto, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia, com a documentação referente a Ovar, e o retábulo da dita capela.</p> <p>Em suma, partindo de um edifício sobre o qual muito se escreveu, em publicações locais, avança-se, agora, com uma nova abordagem, para a clarificação de alguns aspectos pouco reflectidos da sua história artística, e para a análise de novos elementos documentais e formais.</p>

Henrique José da Silva, um pintor português na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro

<p>O objetivo dessa comunicação é refletir sobre a defasagem entre a revisão historiográfica que vem ocorrendo nas últimas décadas sobre o século XIX no meio acadêmico e a crítica de arte que vem sendo exercida através das exposições e publicações ligadas às comemorações dos 200 anos da chegada de D. João ao Brasil. Como exemplo dessa defasagem, são examinados desenhos de Henrique José da Silva.</p>

A obra do arquitecto italiano Francesco da Cremona (c.1480-c.1550) em Portugal: novas pistas de investigação

<p>Partindo do que se conhece acerca da actividade do arquitecto italiano Francesco da Cremona (c.1480–c.1550) em Portugal, sobretudo da obra realizada ao serviço do bispo de Viseu D. Miguel da Silva, este estudo procura sondar como Francesco terá trazido, de Itália para Portugal, um saber feito de inteligência prática ao serviço do ideal estético do Renascimento.</p> <p>A análise das idiossincrasias compositivas e formais que a sua obra revela permite desvelar a qualidade da sua aprendizagem nos estaleiros de Roma e da Lombardia. Do mesmo modo, as suas principais referências modelares podem ser identificadas a partir das fragilidades compositivas e idiomatismos formais que a sua obra exibe. Estas referências recuam ao trabalho de mestres-pedreiros lombardos como a família Zacagni ou Giovan Francesco d’Agrate, e sobretudo às fábricas papais romanas e seus arquitectos, tais como Antonio da Sangallo Il Vecchio, Baccio Pontelli, ou mesmo Bramante e Raffaello Sanzio. Esta filiação revela Francesco da Cremona como artista treinado na observação das ruínas antigas, com a mente aguçada pelas invenzioni dos arquitectos da sua geração e o espírito seduzido pelas conquistas formais dos seus predecessores.</p>

Ibéria: Quatrocentos / Quinhentos

<p style="text-align: left;">Esta obra constitui uma homenagem a Luís Adão da Fonseca, professor catedrático de História Medieval da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, investigador e presidente do Conselho Científico do CEPESE. Para além da apresentação dos dados biográficos e bibliográficos relativos ao homenageado, o volume inclui uma série de estudos no âmbito das problemáticas a que o mesmo se dedicou, como historiador e como professor, tais como as relações entre Portugal, Castela e Aragão, a articulação entre o mundo mediterrânico e o mundo atlântico, as ordens militares e a historiografia.</p>

Ano

2012

Creators

Paula Pinto Costa José Augusto de Sotomayor-Pizarro Armando Luís de Carvalho Homem Vicente Álvarez Palenzuela José Marques Salvador Claramunt Massimo Miglio Luis Suárez Fernánadez Mafalda Soares da Cunha Gabriella Airaldi António Vasconcelos de Saldanha Jonathan Riley-Smith Maria Cristina Pimenta Maria Helena da Cruz Coelho José Jobson Arruda Vasco Graça Moura

Relações petrogeoquímicas dos maciços graníticos do NE Alentejano

Dissertação para obtenção do grau de Doutor em Geologia, especialidade Mineralogia, Petrologia e Geoquímica

Ano

2007

Creators

Solá, A. Rita

Relatório de estágio para obtenção do grau de mestre em educação pré-escolar e ensino do 1º ciclo do ensino básico

O presente relatório de estágio foi elaborado no âmbito da aquisição do grau de mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Neste relatório surgem, como espelho, as vivências e as aprendizagens realizadas por mim e pelas crianças da sala do Arco-íris da Escola Básica do 1.º Ciclo do Ensino Básico com Pré-Escolar da Achada e pelos alunos da turma do 2º C da Escola Básica do 1.º Ciclo do Ensino Básico com Pré-Escolar da Assomada. É constituído por uma parte teórica e uma parte prática, com o propósito de enquadrar toda a ação decorrida em ambas as valências. A intervenção pedagógica desenvolvida, quer no Pré-Escolar quer no 1º Ciclo, baseou-se na metodologia da investigação-ação. Através da observação e interação com os educandos e com as cooperantes, surgiu a necessidade de fomentar e incitar o desenvolvimento da escrita criativa, em ambas as valências, surgindo assim a questãoproblema “Que estratégias implementar para desenvolver a escrita criativa?”. Deste modo, procurei ao longo das práticas, dar resposta à mesma, com o contributo de estratégias fundamentadas e contextualizadas, tendo como referenciais estratégicos a observação, a participação e a comunicação que desencadearam o desenvolvimento de aprendizagens ativas e globalizantes nas crianças.

Ano

2016

Creators

Silva, Janete José Vieira da