Repositório RCAAP
Edema pulmonar de pressão negativa após extubação traqueal
O edema pulmonar de pressão negativa (EPPN) também descrito na literatura como edema agudo do pulmão pós-obstrutivo ou pós-extubação traqueal, é uma entidade rara, com uma incidência de aproximadamente 0.1% em doentes anestesiados.¹ Os autores descrevem o caso, ocorrido após extubação traqueal, de um doente submetido a orquidectomia por via laparoscópica sob anestesia geral balanceada. Relatam a fisiopatologia, o padrão radiológico e broncoscópico e as medidas terapêuticas instituídas.
2014
Pinhal, Fátima Rebelo, Lúcia Mondim, Vera Botelho, Manuela
A consulta da Dor no Serviço de Anestesiologia do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, Centro de Lisboa
O Serviço de Anestesiologia do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, Centro de Lisboa, foi criado em 1972 sob a direção de Nair Azevedo. No desenvolvimento das actividades clínicas, terapêuticas e de investigação da consulta de Neurologia e do Serviço de Anestesiologia, foi criada uma Consulta da Dor no Instituto Português de Oncologia (IPO) Francisco Gentil, Centro de Lisboa, em 1978. A actividade da consulta ficou sob a responsabilidade de Vasco Chichorro e a terapêutica da dor, principalmente crónica, praticada no Serviço de Anestesiologia ficou a cargo do especialista em Anestesiologia José Luís Portela, no âmbito dos planos de trabalho deste serviço. Esta iniciativa pioneira foi o ponto de partida para o desenvolvimento em Portugal da abordagem específica da dor crónica em outros hospitais do país, oncológicos e não oncológicos. Na evolução do Hospital, a Anestesiologia passou por diferentes enquadramentos institucionais, nos quais sobressai a inclusão das unidades da abordagem da dor.
Priapismo Induzido por propofol: Um evento raro e inesperado
Descrevemos um caso de priapismo induzido por propofol num doente do sexo masculino de 36 anos de idade. Trata-se apenas do quarto caso descrito na literatura não existindo ainda fatores de risco identificados para este fenómeno. Dada a frequente utilização do propofol para sedação e anestesia, todos os Anestesiologistas devem estar alerta de forma a estabelecer um diagnóstico e tratamento precoces, minimizando o risco de complicações quer do ato cirúrgico quer da função erétil do doente.
Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono e complicações respiratórias pós-operatórias
Introdução: A Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono, tem sido reconhecida como um potencial fator de risco independente para “outcomes” perioperatórios adversos. O inquérito STOP-BANG (“snore”, “tired”, “observed apnea”, “arterial pressure”, “body mass índex”, “age”, “neck circunference” and ”gender”) pode prever o risco de um doente apresentar Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono. O objetivo deste trabalho foi estudar a incidência de doentes com pontuação STOP-BANG≥3 e avaliar a sua associação com eventos respiratórios adversos pós-operatórios. Métodos: Estudo prospetivo, observacional, que decorreu na Unidade de Cuidados Pós-operatórios Anestésicos do Centro Hospitalar São João, Porto, durante o período de 18 de junho a 12 de julho de 2012. Duzentos e quarenta e dois doentes foram admitidos e 215 cumpriam os critérios de inclusão. Foi obtido consentimento informado de todos os doentes. Todos os doentes completaram o questionário STOP e obteve-se informação sobre o índice de massa corporal, idade e perímetro do pescoço e sexo (BANG). Foi utilizada estatística descritiva para apresentar os dados e o teste de Mann-Whitney, qui-quadrado ou de Fisher em comparações. Foi efetuada uma análise multivariada com uma regressão logística binária. Resultados: A incidência de doentes com STOP-BANG≥3 foi de 51%. Estes doentes apresentaram uma idade superior (mediana 64 anos versus 43 anos, p <0.001), um IMC mais elevado (mediana 27,7% versus 25,7%, p<0,001) e eram mais frequentemente do sexo masculino (68% versus 48%, p<0,001). Este grupo de doentes apresentou ainda um estado físico ASA mais elevado (ASA III, IV ou V 32% versus 15%, p<0,004), pontuação de RCRI mais elevada (8% versus 0% para RCRI>2, p<0,002), tendo prevalência superior de doença cardíaca isquémica (15% versus 0%, p<0,001), patologia cardíaca congestiva (5% versus 0%, p꞊0.017), diabetes insulinotratada (25% versus 7%, p<0.001), hipertensão arterial (75% versus 21%, p<0.001), dislipidemia (55% versus 13%, p<0.001) e doença pulmonar obstrutiva crónica (12% versus 3%, p꞊0.011). Estes doentes apresentaram mais eventos respiratórios adversos (24% versus 10%, p꞊0.011); tiveram uma incidência mais elevada de bloqueio neuromuscular residual (22% versus 15%, p꞊0.021) e um tempo de internamento hospitalar superior (mediana de 7 versus 4 dias, p=0.005). Na análise de regressão logística múltipla, a doença pulmonar obstrutiva crónica foi considerada um preditor independente para eventos adversos respiratórios. Conclusões: Doentes com STOP-BANG≥3 apresentam uma incidência importante dentro da população de doentes submetida a cirurgia eletiva, no nosso hospital; tendo mais co-morbilidades e mais complicações pós-operatórias.
2014
Silva, Acácio Pereira, Hélder Xará, Daniela Mendonça, Júlia Cunha, Inês Santos, Alice Abelha, Fernando
A Anestesiologia no Hospital Militar Principal
A prática da Anestesia por cirurgiões no Hospital Militar Principal iniciou-se em 1848. Em finais dos anos 50 do século passado foi criado o Serviço de Anestesiologia, a título experimental e integrado no Serviço de Cirurgia. O seu chefe de serviço, Capitão Médico Joaquim Gonçalves, elaborou um relatório em Dezembro de 1960, o qual foi posto à consideração superior e levou à criação de um serviço autónomo em 24 de Fevereiro de 1961. A guerra colonial, que se iniciou pouco depois em Angola, na Guiné e em Moçambique, trouxe novas exigências ao Serviço. Por um lado, registou-se um aumento substancial do movimento operatório sobretudo em Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, com cirurgias de longa duração, com elevado número de intubações traqueais difíceis e em doentes com diversos fatores de risco anestésico. Por outro, teve necessidade de proceder à formação de especialistas em Anestesiologia para trabalharem nos múltiplos hospitais militares do ultramar. O serviço aumentou os seus recursos humanos, adquiriu novos equipamentos, criou áreas de consulta e de recobro.
2014
Lufinha, Ana Rodrigues, Fernando Matos Mateus, Artur Pinto de Magalhães Tavares, Jorge
A Anestesiologia e a Medicina Intensiva / Secção de Medicina Intensiva da SPA – fundamentos para a sua criação
É inquestionável a importância do papel da Anestesiologia moderna como vasta área da ciência médica que reúne o conhecimento no âmbito da Anestesia e Medicina do Peri-operatório, da Medicina Intensiva, da Medicina da Dor e da Medicina de Emergência. Em Portugal, na ausência de médicos diferenciados em Medicina Pré-Hospitalar, verifica-se que mais de 65% dos médicos que trabalham nas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação são Anestesiologistas. Da mesma forma, a grande maioria das Unidades de Dor são parte integrante dos Serviços de Anestesiologia. Os Anestesiologistas foram, adicionalmente, pioneiros no desenvolvimento da Medicina do Doente Crítico, muito embora representem actualmente uma pequena percentagem de médicos vocacionados para os Cuidados Intensivos. A sondagem COMPACCS (Commitee on Manpower for Pulmonary and Critical Care Medicine),1 desenvolvida entre 1996 e 1999, verificou que os Anestesiologistas representavam apenas 6,1% de todos os Intensivistas a exercerem nos Estados Unidos, apesar de se encontrarem particularmente treinados para a abordagem do Doente Crítico. Esta tendência também se verifica na Europa e surge numa altura em que há uma recorrente necessidade de Intensivistas. Na maior parte dos Estados-Membros da União Europeia os Cuidados Intensivos são um componente integral do Internato de Anestesiologia. Adicionalmente, os Anestesiologistas são frequentemente chamados para papéis organizacionais na maioria das Unidades de Cuidados Intensivos (UCIs). As Necessidades da Medicina Perioperatória Em entrevista dada à ao jornal Público em Outubro de 2010, por ocasião das comemorações do Dia Mundial da Anestesiologia, o Presidente da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia Dr. Lucindo Ormonde referia que, à época em Portugal, existiam menos de metade dos Anestesiologistas necessários. Esta poderá ser uma das razões que fez diminuir a representação dos Anestesiologistas nas UCI’s, uma vez que, na escassez, são muitas vezes redireccionados para o Bloco Operatório, onde a sua ausência pode acarretar perdas mais visíveis para as Instituições Hospitalares. Estas medidas economicistas podem, em última análise, fazer com que a Anestesiologia se torne uma Especialidade mais limitada. Como reconhecimento da importância da Medicina Intensiva nas boas práticas do Anestesiologista, foi recentemente modificada a estrutura do Internato de Especialidade: A Portaria n.º 49/2011 de 26 de Janeiro, tendo em consideração o desenvolvimento da especialidade e a sua diferenciação em novas áreas, aumentou para cinco anos o tempo mínimo de formação e o estágio de Medicina Intensiva para “9-12 meses sendo que, pelo menos 6 meses consecutivos em Unidade/Serviço Polivalente”. 2 Esta importante medida, é um reforço do peso do Anestesiologista, no tratamento do doente crítico e na sua formação como Especialista do peri-operatório. A Realidade dos Cuidados Intensivos em Portugal Em Portugal existem mais de 150 Serviços Hospitalares que prestam Cuidados Intensivos, no entanto o número de Unidades de nível C é substancialmente menor. Desconhece-se o número exacto de Anestesiologistas a exercerem a sua actividade em tempo total ou parcial nas Unidades de Cuidados Intensivos, Unidades de Cuidados Intermédios e Unidades de Cuidados Pós-Operatórios. É contudo uma realidade, que o número de Anestesiologistas afecto a tão importante actividade e a uma área onde a Anestesiologia é perita, tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos. Em Fevereiro de 2011, encontravam-se apenas 68 Anestesiologistas inscritos no Colégio de Medicina Intensiva e destes, um número significativo, não dedicado aos Cuidados Intensivos. Não pode ser ignorado o desejo de vários autores 3 e da atual direção do Colégio da Subespecialidade de Medicina Intensiva da Ordem dos Médicos, (composta por sete elementos, não sendo nenhum Anestesiologista), da criação da Especialidade Primária de Medicina Intensiva. A Sociedade Europeia de Anestesiologia (ESA), o Conselho Europeu de Anestesiologia da UEMS (EBA) e o Comité Multidisciplinar dos Cuidados Intensivos da UEMS (MJCIM) são contra esta proposta. O Colégio de Anestesiologia da Ordem dos Médicos e a Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, concomitantemente, manifestaram também publicamente, a sua discórdia contra esta iniciativa. Como referem Hugo Van Aken, Jannicke Mellin-Olsen e Paolo Pelosi no editorial do Nº28 do European Journal of Anaesthesiology de 2011, os Cuidados Intensivos são considerados como uma área demasiado complexa para ser abordada por uma única especialidade. 4 A estreita cooperação entre médicos de várias especialidades é, indiscutivelmente, um valor acrescido nos cuidados a prestar ao doente crítico e um património que não pode ser delapidado. A Medicina Intensiva como uma especialidade primária, em vez de subespecialidade, tenderia a impedir esta mútua comunicação e colaboração entre profissionais de diferentes áreas, com conhecimento específico, experiência e habilidades complementares. Por isso, nesta altura conturbada, recebemos com agrado a notícia do Tema do próximo Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, intitulado “Doente Crítico”. Acreditamos que se trata de um reconhecimento merecido por parte da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia aos Anestesiologistas que desenvolvem a sua actividade nas Unidades de Cuidados Críticos, em todas as suas vertentes. A criação da Secção de Medicina Intensiva da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, como pólo aglutinador e dinamizador de todos os interessados nesta área do saber médico, torna-se assim imperativa no contexto actual, onde a influência, o interesse e a participação dos Anestesiologistas na área da Medicina Intensiva tem vindo a decrescer de ano para ano. Referências: • Cooper RA. The COMPACCS Study: questions left unanswered. The Committee on Manpower for Pulmonary and Critical Care Societies. Am J Respir Crit Care Med. 2001 Jan;163(1):10-1. • Diário da República, 1.ª série — N.º 18 — 26 de Janeiro de 2011. • Moreno RP, Rhodes A. Intensive care medicine: a specialty coming to LIFE. Lancet 2010; 376:1275–1276. • Hugo Van Aken, Jannicke Mellin-Olsen and Paolo Pelosi: Intensive care medicine: a multidisciplinary approach! Eur J Anaesthesiol 2011; 28:313-315.
Mensagem do Presidente da SPA
Dez anos depois é altura de passar testemunho. Dez anos ricos de acontecimentos, com o sentimento do dever cumprido. Esteve sempre o desejo de interpretar este desafio, o prazer de viver nele, a paixão de acreditar ser possível, e foi. Muitos colegas nos acompanharam nesta jornada, acreditando no projeto e fazendo parte dele de forma ativa e construtiva. Não seria possível sem eles, e a todos agradeço o que me ajudaram a fazer pela anestesiologia portuguesa. A Sociedade Portuguesa de Anestesiologia é hoje uma associação que está consolidada, tem sustentação financeira, possui secções que funcionam, alavancou a produção de documentos de carácter organizativo e científico que são referência, edita uma revista periódica em vias de indexação e criou um site que permite a comunicação com a comunidade anestesiológica. O Congresso tornou-se anual, realizado em Lisboa e no Porto de forma alternada, por razões pragmáticas do ponto de vista económico e para o esforço da presença da maioria dos anestesiologistas portugueses. As secções desenvolveram-se. Obstetrícia e Pediatria têm desenvolvido atividade de relevância, assim como a de Medicina Intensiva e a de Dor iniciaram agora a sua atividade apresentando trabalho no terreno. Da iniciativa de um grupo de jovens anestesiologistas, liderados por Rui Guimarães, surgiram as Tertúlias de Anestesiologia, um êxito pela novidade, pelo espírito livre e pela imediata aderência de indústria e anestesiologistas. O Dia do Anestesiologista começou a ser comemorado realçando-se iniciativas em Lisboa, Coimbra, Braga e Leiria interpretadas pelos Hospitais locais. Jorge Tavares foi autor da única história da Anestesiologia Portuguesa que foi publicada em duas edições. Um testemunho de que poucas sociedades no mundo se podem gabar. Criou-se um grupo de trabalho envolvido na formação científica englobando um grupo significativo de colegas de norte a sul, liderado por Pedro Amorim, e que tem desenvolvido trabalho profícuo nesta área na organização dos congressos. O trabalho desenvolvido apoiando o Colégio de Anestesiologia permitiu o aparecimento de documentos, normas e consensos na área da organização do exercício profissional extraordinariamente importantes. Algumas reuniões conjuntas com outras associações profissionais foram um êxito, relembrando entre outras a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardiovascular (Algarve) e o CAR (Açores). A produção de consensos científicos e organizacionais tem sido uma das áreas onde mais se tem investido e sem dúvida com sucesso. Os consensos sobre a Anestesia Loco Regional e a Organização das Unidades de Obstetrícia são exemplos dessa realidade. Outras reuniões científicas assim como outras sociedades científicas pediram o nosso patrocínio daí reconhecendo o papel institucional da SPA nomeadamente, a Sociedade Portuguesa de Medicina Intensiva, Jornadas de Anestesiologia do Algarve, Ilhas Atlânticas, Andaluzia, Estremadura e Norte de África, Norte da Anestesia, Jornadas da Unidade de Dor de Leiria entre outras. A SPA tem sido parceiro da Ordem dos Médicos e Direção-Geral da Saúde tendo contribuído com documentos tão importantes como ‘’Orientações para a Referenciação da Anestesiologia Portuguesa’’ e ‘’Um Plano para o Desenvolvimento da Anestesiologia Portuguesa’’. Honrou a sua presença na Sociedade Europeia de Anestesiologia correspondendo sempre às solicitações das quais menciono a realização do Congresso da ESA em 2004 em Lisboa e do EuroNeuro 2010 no Porto. Melhoraram-se as relações com a congénere espanhola estabelecendo um conjunto de ações comuns que mais do que as instituições passou por um relacionamento pessoal entre profissionais relevantes dos dois países. Nem tudo foi positivo ou agradável. Apesar da realização de dois Congressos conjuntos Luso-Brasileiros a manutenção das relações com a congénere luso-brasileira foi esmorecendo, não havendo hoje de ambas as partes vontade de reavivá-las por carecerem de pontes de ligação que nutram o relacionamento, assim como da dificuldade real de manter um quadro de envolvimento como existiu no passado. Continuamos a não entender o papel desempenhado pela World Federation of Anesthesia, no atual contexto da anestesiologia mundial motivo que tem provocado o nosso afastamento da organização conjuntamente com outras sociedades internacionais. Sócio do Clube de Anestesia Regional, acompanhei Sobral de Campos durante anos nesta instituição da Anestesiologia Portuguesa, durante muito tempo a única representante efetiva de acontecimentos na área da anestesiologia Portuguesa. Foram excelentes tempos e foi sempre para mim lógico que o CAR integrasse a SPA como secção, mesmo que com um estatuto diferente das outras respeitando a sua história e contributo veterano para a anestesiologia. Tal não se veio a efetivar por discordâncias que se verificaram, mas que não abalaram a minha amizade por Sobral de Campos uma figura histórica da nossa disciplina e a quem se deve e devo muito. Se bem que as relações com o colégio de anestesiologia durante muitos anos foram das melhores, por razões que o distanciamento histórico poderá explicar, nos últimos 4 anos estiveram sujeitas a alguns problemas de relacionamento. No entanto, a SPA sempre se esforçou por ser o apoio que qualquer colégio necessita, pois as suas possibilidades isolado dentro da OM estão muito cerceadas e a anestesiologia precisa de um colégio eficaz. A anestesiologia portuguesa enfrenta muitos desafios e a SPA terá de estar no centro da discussão dos mesmos. Por vezes é preocupante o desconhecimento que os profissionais de saúde têm sobre as suas instituições, o que representam, de que forma podem influenciar os processos e de como o tipo de liderança possa pôr em causa uma disciplina médica. Inclusivamente não se apercebem de como uma instituição como a SPA pode influenciar a sua vida na evolução de normativos sejam científicos sejam do exercício profissional. A anestesiologia portuguesa ficará debilitada se não se posicionar nos seus espaços naturais de atividade: a anestesia, a dor, a medicina intensiva e a emergência. A crise de identidade de outras especialidades como a medicina interna que convive mal com as suas competências e procura estender-se para as competências de outras especialidades, tem tido protagonismo em Portugal devido a um grupo bem organizado de colegas daí provenientes. Grupo de profissionais inteligentes e a quem não se nega competência na área médica, pretende enxertar em Portugal um movimento que nasceu nos EUA e com sequência em Inglaterra com o objetivo de colocar os anestesiologistas dentro do bloco operatório retirando-lhes o posicionamento perioperatório e colocando-os como simples técnicos de anestesia dentro das salas operatórias num processo semelhante ao papel do enfermeiro de anestesia estadounidense. Têm conseguido interlocutores que os ouvem nos corredores do Ministério da Saúde, onde o desconhecimento sobre o que é a nossa disciplina e as suas competências é preocupante. Preocupante ainda será se atingirem os seus objetivos por imposição política, como aconteceu em Espanha, um bom exemplo de porque a Medicina Intensiva não deve ser uma especialidade. Tem assim a SPA a oportunidade com novos atores de melhorar, aumentar a sua implementação junto da comunidade anestesiológica e continuar a desempenhar o papel relevante que tem tido nos últimos anos. Bom Congresso e...até já. Lucindo Ormonde
Só os soldados cansados ganham batalhas
A Anestesiologia sofreu um impulso decisivo durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945) com os desempenhos médicos em condições precárias e com a necessidade de respostas para questões concretas e imediatas para as quais não havia resposta. A transposição crítica e o estudo científico posterior de muitas destas “aventuras” resultaram na criação da Anestesiologia tal como a conhecemos hoje. Os médicos portugueses que então estagiaram no Reino Unido, na Argentina e nos EUA1 e que regressaram a Portugal para o exercício exclusivo ou prioritário da especialidade, iniciaram um trabalho de implantação e organização da especialidade de acordo com padrões internacionais de modernidade. Com esse trabalho,1 a Anestesiologia veio a integrar a carreira médica hospitalar em igualdade com as outras especialidades médicas, passou a ocupar o seu espaço em serviços hospitalares próprios e independentes, integrou a Ordem dos Médicos com identidade própria, criou uma Sociedade Científica que publica uma revista, alargou a sua atividade para fora do bloco operatório onde foi pioneira na criação e desenvolvimento da Medicina Intensiva, da Medicina de Emergência e da Medicina da Dor, encarregou-se da formação dos seus novos membros e da atualização dos antigos, implantou uma abordagem do risco numa perspetiva própria, passou a participar nos organismos políticos e científicos da Anestesiologia Mundial e Europeia, aproveitou o doutoramento de especialistas para atingir posições académicas universitárias, passou a integrar o currículo do ensino médico pré-graduado, assistiu ou promoveu o doutoramento de mais anestesiologistas, viu alguns destes envolverem-se em programas de investigação, próprios ou em colaboração com outras áreas do saber médico, com repercussão internacional. É assim legítimo admitir que a implementação da especialidade concebida pelos seus pioneiros foi um êxito. Mas a vida não para, muita coisa mudou e a Anestesiologia tem que responder a novos desafios. Como os anestesiologistas não estão à espera que alguém de fora faça o seu trabalho, a eles cabe perspetivar os caminhos futuros e fazer as opções que mais lhes interessam. Este objetivo tem estado sempre presente na preocupação dos pares portugueses da Anestesiologia. A Sociedade Portuguesa de Anestesiologia criou um Grupo de Missão e organizou, desde 2004, Foruns organizacionais, em que se debateram alguns destes temas e se chegaram a conclusões relevantes, nomeadamente em matéria de segurança. Um grupo de anestesiologistas elaborou o documento “Estratégias para o Desenvolvimento da Anestesiologia Portuguesa”, com o objetivo de serem entregues ao poder político. Embora a reflexão proposta não tenha esse objetivo, o resultado destes trabalhos é seguramente um contributo valioso. Primeiro, tem que definir o que querem da especialidade e do seu papel no contexto global da Medicina em Portugal. Feita esta opção, devem refletir sobre os objetivos a atingir e o desenho dos caminhos que darão eficácia e sustentabilidade a essa sua opção. E finalmente, ordenar e pôr em prática as conclusões dessa sua reflexão. Este editorial, que surge na sequência da análise que a escrita de textos2 e a proferição da ´´Ultima aula” na Universidade3 propiciaram, pretende ser um contributo para esta reflexão. Não pretende esgotar o tema – o que é fácil de verificar pela sua leitura – mas pretende provocar outros contributos para a definição dos trajetos e das prioridades desse caminho. Parece óbvio que os Anestesiologistas Portugueses, pelo menos a sua maioria, consideram que a autonomia da especialidade é um legado inalienável. Assim como o é a sua competência em Medicina Intensiva, em Medicina de Emergência e em Medicina da Dor. E que a Anestesiologia é uma especialidade médica, reconhecendo que o atributo de especialidade auxiliar ou de meio auxiliar de diagnóstico e terapêutica são estadios passados do seu desenvolvimento. Mas estas evidências situam-se hoje numa medicina diferente no exercício e na organização. As áreas da competência da Anestesiologia passaram a ser também da competência de outros especialistas. Muitos anestesiologistas deixaram de estar diretamente ligados a serviços públicos hospitalares, onde a carreira médica lhes assegurava a igualdade de circunstâncias com os outros especialistas e onde usufruíam de carreira estável. Estas novas circunstâncias permitem que, aqui e ali, se notem tentativas de considerar que o lugar de trabalho dos anestesiologistas é apenas o bloco operatório e os outros locais onde se fazem anestesias, sob a direção do cirurgião ou de outro não anestesiologista, com critérios diferentes de atribuição das compensações. Manter a autonomia, as áreas de competência e a igualdade com outras especialidades e com outros especialistas não são uma tarefa exclusivamente sindical, nem uma questão de resiliência passiva ou ativa, antes passam pelo assumir de atitudes positivas, que coloquem a especialidade em patamar de notoriedade e os anestesiologistas em parceiros de qualidade indiscutível. Nesta base, consideremos os caminhos que se me afiguram prioritários. O primeiro destes caminhos deriva da constatação de que os anestesiologistas portugueses fazem tão bem como os melhores, sabem tanto como os melhores, mas são pouco considerados pela comunidade anestesiológica internacional. A este nível, o reconhecimento está relacionado, bem ou mal, com a publicação de resultados de investigação em revistas indexadas, sobretudo com fator de impacto. Isto é, com a participação na investigação e na inovação. A valorização da comunicação e a publicação nas grelhas de avaliação curricular, sobretudo na prova de atribuição do título de especialista, foi o primeiro passo de um objetivo mais amplo: à promoção da comunicação para conseguir melhor pontuação deveria seguir-se a publicação em extenso. Depois – e este parece o momento asado para tal – a organização de projetos de investigação, fomentados e controlados por instituições idóneas. O entendimento de que o progresso passa pela ciência é comum ao discurso oficial em países como o nosso. Mas a investigação médica não é sinónimo de laboratórios de investigação básica servidos por propaganda mediática, mas diz também respeito à investigação com doentes e em doentes. Mas já não é comum olhar para esta com a mesma consideração com que os responsáveis pela Ciência olham aquela. À Sociedade Portuguesa de Anestesiologia parece destinado o papel de catalisador da criação destes projetos, de avaliador da qualidade do trabalho e de agente para a sua inclusão na rede científica nacional. A experiência demonstra que os trabalhos dos doutoramentos são ponto de partida natural para iniciar este caminho. O segundo caminho refere-se à recertificação. Uma especialidade com recertificação gera especialistas considerados. Os modelos que estão a ser ensaiados em muitos países estão naturalmente longe da ideia inicial de exame clássico e periódico por pares. Assiste-se ao ensaio de vários modelos mas não ao ensaio da recertificação, já que esta começa a ser ponto assente. Os modelos ensaiados são diversificados, mas sempre dependentes dos pares. Caberá assim naturalmente ao Colégio de Especialidade da Ordem dos Médicos, por excelência o órgão dos pares, o iniciar esta tarefa, optando por um modelo que melhor se ajusta às características culturais dos anestesiologistas portugueses. Os Serviços de Anestesiologia com grande dimensão e diversificação de valências serão os colaboradores privilegiados do Colégio nesta tarefa. Seja qual for o modelo, recertificação significa formação. E esta é, em última análise, da responsabilidade do interessado. A Anestesiologia Portuguesa, através das suas instituições, dos serviços e das universidades, exibe um passado consistente em matéria de colocação de meios de formação ao dispor dos seus membros. A recertificação exigirá um aprofundamento da qualidade e da oportunidade desses meios, que passará pela reformulação ou mesmo reinvenção das formas tradicionais e envolverá o recurso a métodos modernos de comunicação e às tecnologias da simulação. Nas circunstâncias atuais, estes caminhos não são fáceis. A gestão empresarial centralizada dos Hospitais públicos “por folhas de Excel” acarreta a imposição de decisões não participadas pelos interessados e atribui – na realidade, que não no discurso – à motivação dos trabalhadores um papel discreto e muito secundário, o que dificulta a investigação, a análise científica dos desempenhos e a criação de inovação e lhes confere um peso muito discreto e secundário, quando não inexistente. A dificuldade ou impossibilidade de atribuição de horas de trabalho hospitalar para investigar e recertificar-se, dificulta a sua execução, o que aponta para a investigação e a recertificação em exercício. Os anestesiologistas têm que convencer administradores e políticos que a investigação e a recertificação tem como único objetivo a melhoria da qualidade dos cuidados prestados. Tal como acontece nos países com que nos comparamos, trabalhar nestas tarefas exige um esforço adicional ao serviço de uma ambição pessoal, social e profissional. Natural e legitimamente, muitos anestesiologistas assumem uma posição distante desta: fazem bem o que tem para fazer de acordo com o seu contrato e não querem que os incomodem: desde que lhe paguem certinho, está tudo bem. Mas dificuldades não são impossibilidades. As muitas dificuldades porque passaram os pioneiros da especialidade não travaram a sua determinação. Os seus desafios foram diferentes, mas não menos custosos de perseguir. Só os soldados cansados ganham batalhas. 1. Tavares J. História da Anestesiologia Portuguesa. 2ª ed. Lisboa : Sociedade Portuguesa de Anestesiologia; 2013. 2. Tavares J. Serviço de Anestesiologia do Hospital de S. João. 50 anos de Pioneirismo. Na Anestesia e nos Cuidados Peri-Anestésicos. Na Medicina Intensiva e na Reanimação. Na Emergência. Na Analgesia do Trabalho de Parto. Na Medicina da Dor. Na Qualidade e na Segurança. Na Educação Médica e no Aperfeiçoamento Profissional. Porto: Edição Serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar S. João, EPE; 2011. 3. Tavares J. A Anestesiologia, disciplina académica. Última lição proferida a 06.07.13, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Anestesia combinada para cesariana em grávida com placenta percreta
Descreve-se o caso clínico de uma grávida com diagnóstico prévio de placenta percreta, submetida a uma anestesia combinada (anestesia geral e bloqueio sequencial subaracnoideu-epidural) para cesariana com histerectomia. O procedimento foi realizado com recurso a colocação de cateteres com balão nas artérias ilíacas comuns de modo a minimizar a perfusão uterina durante a fase da histerectomia e consequentemente evitar grandes perdas hemáticas.
2014
Moreira, Adriano Sampaio, Catarina Faria, Aida
Formulário interativo de avaliação pré-anestésica desenvolvido em Portugal
A falta de especificidade do software clínico é uma desvantagem para o trabalho do anestesiologista. Frequentemente parâmetros relevantes são descurados e outros menos necessários são excessivamente detalhados o que diminui a adesão às tecnologias. A dispersão da informação por várias plataformas e a caligrafia prejudicam o registo e análise retrospetiva. O custo da aquisição de software comercial limita a informatização dos serviços, em particular na atual conjuntura económica. Os autores desenvolveram um formulário interativo em Português que automaticamente categoriza a informação numa base de dados. A plataforma foi criada sem custos para o hospital em MSExcel® e implementada em 2010. Não necessita de instalação e é compatível com os programas existentes nos computadores do hospital piloto. O formulário de avaliação pré-anestésica inclui questões de escolha múltipla, caixas de texto predefinido e livre. Algoritmos determinam em tempo real o risco de náuseas e vómitos (Apfel), risco cardíaco associado à cirurgia (ESC guidelines) e exames preoperatorios (NICE guidelines). O relatório clínico pode ser digital ou impresso. Os autores estão convictos que esta plataforma permite uniformizar registos, minimizar omissões, melhorar a gestão de informação e a comunicação com outras especialidades. Contribui como recurso educacional e facilita a recolha de dados estatísticos, o que pode traduzir-se num aumento da qualidade e segurança. Os autores acreditam que o desenvolvimento integral por anestesiologistas, na perspectiva de utilizadores, é uma mais-valia. A disponibilização gratuita em http://www.anestesia.pt pretende estimular a creatividade e auxiliar na conceção de sistemas digitais adaptados à anestesiologia.
2014
Roberto, Paulo Pinheiro, Filipe Silva, Carla Lapa, Teresa Bernardino, Ana Cortesão, Joana Gonçalves, Joana Lopes, Messias Tavares, Edith
ALGORITMO DE VIA AEREA DIFÍCIL EM OBSTETRÍCIA
Na edição da Revista da SPA – Vol. 22, Nº 3, 2013 – os autores do Artigo de Revisão “Via aérea em Obstetrícia” detetaram uma incorreção na disposição final do “Algoritmo de Via Aérea Difícil em Obstetrícia”. Desta forma, a Revista da SPA vem, por solicitação dos autores, produzir a necessária correção que reproduzimos.
Ecografia Pulmonar no Doente Crítico para Anestesiologistas - “A Ciência dos Artefactos”
avaliação pulmonar do doente crítico é tradicionalmente realizada com o recurso a radiografia torácica e tomografia axial computorizada, contudo cada vez mais a ecografia tem-se revelado como um método de diagnóstico de grande utilidade em medicina intensiva. Por ser uma técnica não invasiva, de baixo custo, que não utiliza radiação e que pode ser repetida sem risco adicional, torna-se uma técnica bastante atrativa para ser realizada à cabeceira do doente. Nesta revisão pretende-se explicar a realização da técnica, o padrão normal e artefactos e os critérios principais no diagnóstico de cada patologia.
2014
Silva, Ana Marques, Joana Pais Martins, António
Dexmedetomidina em Craniotomia com Doente Acordado
A craniotomia com o “doente acordado” está indicada em situações de excisão de lesões situadas em áreas eloquentes do córtex cerebral, para tratamento de doenças neoplásicas, distúrbios do movimento, terapêutica da dor e na cirurgia da epilepsia. Descreve-se o caso de um doente do sexo masculino, 25 anos, com lesão infiltrativa parieto-temporal esquerda proposto para craniotomia acordado, tendo sido realizada uma sedoanalgesia com recurso a dexmedetomidina, que revelou ser uma alternativa segura e eficaz neste tipo de procedimentos.
2014
Silva, Ana Carvalheiro, Ana André, Ana Mira, Fernanda Palmira Ferreira, Cristina
Editorial - Resumos do Congresso Anual SPA 2014
O presente número da Revista contem os resumos das comunicações científicas selecionadas para apresentação no Congresso da SPA em 2014. Este ano registou-se um número recorde de submissões, 223 e um número também recorde de comunicações aceites na forma de poster, 134. Tal não é resultado de maior benevolência por parte dos avaliadores, mas sim de mais quantidade e melhor qualidade, já que os revisores são sensivelmente os mesmos dos anos anteriores e os critérios de avaliação foram semelhantes, atingindo-se também este ano um recorde de 60% de comunicações aceites. Assim, a primeira reflexão que partilhamos é a de que a Anestesiologia portuguesa está mais ativa no que respeita á atividade científica, algo que nos parece merecer um aplauso muito forte, dado o facto de se continuar a viver uma situação de crise económica e social que todos reconhecem ter fortes implicações no sistema de saúde, nos apoios á investigação e nos recursos disponíveis. Aliás parece-nos ser notório que também ao nível da aceitação de comunicações científicas por parte de autores portugueses em congressos internacionais se assiste também a um crescimento significativo, pese embora não dispormos de uma análise objetiva. A natureza das comunicações aceites merece também uma análise, sendo importante referir a crescente percentagem de estudos clínicos. Este ano os estudos prospetivos representam 23%, os retrospetivos 29% e os estudos baseados em questionários 6%. Os casos clínicos representam 38% e as “séries de casos” 2%, o que globalmente constitui uma percentagem de casos clínicos mais baixa do que habitualmente. Pela negativa merece destaque o facto de apenas existir um estudo experimental, a atestar a baixa produção neste domínio. As comunicações aceites provêm dos mais distintos pontos do país e de hospitais de dimensões muito diversas, representando um interesse generalizado pela atividade científica. Esta atividade é muito positiva e certamente será um dos fatores que contribuem para a elevação da qualidade da Anestesiologia e elevação dos standards e da qualidade assistencial. Este interesse é provavelmente resultado de vários fatores, entre os quais a maior importância dada nos curricula e nos exames à produção científica, mas também ao empenhamento de muitos serviços na procura de políticas ativas de fomento da investigação e, ainda, das iniciativas da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia na promoção da investigação e das boas práticas associadas à sua condução. A atenção prestada nos congressos anuais às comunicações científicas, o cuidadoso processo de regulação, submissão e revisão, e a publicação num suplemento da revista da sociedade são importantes. As sessões de apresentação e discussão das comunicações durante os congressos têm sido objeto de uma organização e atenção cuidadas, resultando em sessões com elevado valor científico e pedagógico que certamente contribuem para motivar os autores e honrar os sues esforços. A Comissão Científica da SPA, constituída atualmente por 18 elementos, tem procurado, com grande apoio da direção da Sociedade, estruturar a sua atividade e produzir ajustamentos no processo de submissão, seleção e apresentação/discussão das comunicações que motivem os autores, exerçam pedagogia e resultem numa melhoria da qualidade. Neste processo estamos abertos a sugestões e a inovação, numa procura constante de aproximação a padrões internacionais e de inovação. Numa análise crítica das comunicações apresentadas este ano, nota-se claramente que são melhor escritas e melhor apresentadas e mais bem discutidas. Há muitos estudos bem desenhados e bem executados. Um outro fator notório é o cuidado com a análise estatística, muitas vezes sofisticada. Um aspeto que nos parece muito importante e merecedor de uma reflexão coletiva, é o facto de apesar de bem desenhados, muitos estudos serem pouco originais ou terem reduzidas implicações clínicas ou sobre a nossa prática. Agora que existe um melhor domínio das técnicas e metodologias de investigação e mais experiência, há que ser mais ousado e mais criativo na procura de originalidade e novidade. Uma das inovações deste ano é a nova categoria de “mini-posters”. A criação desta categoria resultou de um debate amplo e prolongado e resultou na aceitação de 55 comunicações nesta categoria. Os “mini-posters” destinam-se a proporcionar a oportunidade a colegas ou a serviços de apresentarem casos ou novos procedimentos ou técnicas que apesar de não serem originais ou inovadores, constituem, no domínio do serviço, ou do hospital ou mesmo do nosso país, casos ou procedimentos que são raros ou novos ou diferentes da prática usual. Abre-se assim uma nova oportunidade para a partilha de experiências e um melhor conhecimento da nossa prática. Não se tratando de investigação propriamente dita, estas comunicações serão apresentadas em posters de formato mais pequeno e não serão objeto de uma apresentação e discussão formal perante moderadores. Os “mini-posters” terão, no entanto, relevante destaque sendo exibidos na área dos “coffee-breaks”, mantendo-se expostos durante todo o congresso. Os seus autores devem procurar estar junto dos seus trabalhos durante os intervalos de café e os congressistas são encorajados a visitar e discutir estes “mini-posters”. A sua publicação no suplemento da Revista da SPA também terá lugar. Ao longo deste Suplemento da Revista o leitor irá encontrar inúmeros motivos de interesse nas mais diversas áreas da nossa especialidade. Há casos clínicos muito interessantes, que muito valorizamos, e por certo que haverá muitos mais na nossa prática ao longo do ano que não são relatados. Há várias análises da prática dos serviços, auditorias, avaliação do grau de satisfação dos doentes e da eficácia dos serviços. Discutem-se novas técnicas e apresenta-se nova tecnologia. Há vários estudos muito interessantes nas áreas da dor e da anestesia loco-regional, traduzindo o carinho especial por estas áreas. Há vários estudos que refletem bem a preocupação atual com o bem-estar dos doentes, com a qualidade e segurança dos nossos cuidados e com o “outcome” dos doentes. Outros estudos debruçam-se sobre o grau de satisfação e motivação dos profissionais de saúde – o que pode traduzir um conjunto de preocupações cada vez mais presente. Tal como é habitual, foram selecionadas para apresentação oral as comunicações científicas melhor pontuadas, num total de cinco e ainda os dois melhores casos clínicos. Estão devidamente identificadas na Revista. Haverá uma sessão de sessenta minutos para apresentação e discussão destas sete comunicações, este ano numa sessão do congresso que não tem outras sessões a decorrer em paralelo. Tal cria condições para uma sessão muito participada e dinâmica para a qual esperamos uma ampla participação. Nada disto seria possível sem algumas colaborações dedicadas, Assim, uma palavra muito especial de reconhecimento pelo trabalho da empresa SKYROS - Congressos. Fruto de uma colaboração de vários anos e de um excelente entendimento, mas sobretudo de um elevado profissionalismo, o seu o trabalho competente e dedicado na gestão de todos os passos relacionados com as comunicações científicas resultou num processo muito eficaz. Também a qualidade do trabalho de produção da Revista, a cargo da Letra Zen, e a grande motivação com que acolhem as nossas solicitações, merecem um agradecimento muito especial. Queremos também agradecer publicamente o trabalho dos colegas que integram a Comissão Científica da SPA, cujos nomes são indicados abaixo e que não só reviram as comunicações submetidas como conduziram um longo processo de reflexão e de decisões no sentido de introduzir melhorias em todo o processo. Como sempre realizaram o seu trabalho nos seus tempos livres, sob pressão de datas limite e, claro, com sacrifícios pessoais. Mas fizeram-no motivados pela valorização da atividade científica e pela preocupação com a formação dos mais jovens. A sua colaboração, que se estenderá á moderação da apresentação dos posters e das comunicações orais, tem subjacente um importante sentido pedagógico. As últimas palavras vão para os autores das comunicações. Congratulamo-nos com a participação recorde numa das vertentes mais importantes do nosso congresso e endereçamos aos autores um agradecimento pelo interesse na vida da Sociedade e felicitações pela qualidade dos seus trabalhos. Sabemos que a maioria dos primeiros autores das comunicações são jovens internos: é para eles que vai grande parte da nossa atenção, e é a pensar na sua formação que os revisores avaliam as comunicações e que todo este processo é conduzido. A Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, o seu Congresso Anual e a sua Revista, mantêm o compromisso de dedicar espaço e atenção à atividade científica dos seus membros. Quanto mais e melhor estudarmos e refletirmos e analisarmos a nossa prática, melhores os cuidados prestados, maior a segurança, melhor o “outcome” para o doente. Pedro Amorim (Responsável pela Comissão Científica) Paulo Sá Rodrigues (Responsável pelas Comunicações Científicas) António Augusto Martins (Editor da Revista da SPA) Lucindo Ormonde (Presidente da SPA) A SPA agradece a colaboração dos colegas que reviram as Comunicações Científicas: António Augusto Martins - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Cristina Ramos - Hospital Santa Marta, CHLC, Lisboa Daniela Figueiredo - Hospital de Santo António, CHP, Porto Fernando Abelha - Centro Hospitalar S. João, Porto Filipa Lança - Hospital Santa Maria, CHLN, Lisboa Francisco Lobo - Hospital Santo António, CHP, Porto Joana Estilista - Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE João Viterbo - Centro Hospitalar S. João, Porto Jorge Reis - Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia - Espinho José Miguel Pego - Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho, Braga Mara Vieira - Hospital Dr. Nélio Mendonça – Funchal Manuel Vico Avalos - Centro Hospitalar Tondela - Viseu Patrícia O'Neill - Hospital Beatriz Ângelo, Loures Paulo Sá Rodrigues - Hospital Fernando da Fonseca, Lisboa Pedro Amorim - Hospital de Santo António, CHP, Porto Rosário Órfão - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Suzana Parente - Hospital S. Francisco Xavier, Lisboa
2014
Amorim, Pedro Sá, Paulo Martins, António Augusto Ormonde, Lucindo
Sumário dos Resumos submetidos ao Congresso anual da SPA 2014
Sumário Editorial | Pág. 5 Comunicações Orais | Pág. 7 Informação geral sobre os Pósters | Pág.. 8 PO01–A1492 | Hipotermia – é necessário mudar de estratégia | Pág. 9 PO02–A1497 | A baixa reserva funcional como fator de risco para delirium pós- operatório (DPO) | Pág. 9 e 10 PO03–A1506 | Infecção nosocomial em cirurgia ortopédica: um estudo coorte prospectivo | Pág. 10 PO04–A1514 | Infusão contínua da ferida cirúrgica: a (r)evolução na analgesia pós- operatória? - a propósito de 22 casos clínicos | Pág. 10 e 11 PO05–A1522 | Hipotermia pós-operatória – como prevenir? | Pág. 11 e 12 PO06–A1534 | Anestesia total intravenosa para cirurgia de urgência em doente com citopatia mitocondrial em estudo | Pág. 12 PO07–A1546 | Indução e intubação sequencial rápida (IISR): A Nossa controvérsia | Pág. 12 e 13 PO08–A1557 | Anestesia regional: avaliação do desconforto | Pág. 13 PO09–A1558 | Dor crónica pós-operatória e sua relação com a qualidade de vida e recobro após colecistectomia laparoscópica | Pág. 13 e 14 PO10–A1559 | Bloqueio neuromuscular residual em cirurgia bariátrica | Pág. 14 PO11–A1574 | Abordagem anestésica para rmn cardíaca em pediatria | Pág. 14 e 15 PO12–A1577 | Dor crónica pós-cirúrgica e a sua relação com a qualidade de vida e recobro após herniorrafia | Pág. 15 PO13–A1585 | Morfina epidural - náuseas e vómitos no pós-operatório | Pág. 15 e 16 PO14–A1587 | Eventos respiratórios adversos após cirurgia bariátrica laparoscópica | Pág. 16 e 17 PO15–A1590 | Nefrolitotomia percutânea e anemia pós-operatória - a experiência em centro hospitalar | Pág. 17 PO16–A1591 | Qualidade de vida 3 meses após cirurgia | Pág. 17 e 18 PO17–A1592 | Qualidade de vida após diferentes cirurgias | Pág. 18 PO18–A1593 | Anestesia para cirurgia emergente: tamponamento cardíaco iatrogénico | Pág. 18 e 19 PO19–A1602 | Lesão ner vosa periférica perioperatória: proposta de algo- ritmo de diagnóstico e orientação terapêutica | Pág. 19 e 20 PO20–A1603 | Impacto da dor crónica pós-cirúrgica na qualidade de vida e de recobro após histerectomia | Pág. 20 PO21–A1604 | Doença renal e infecção nosocomial em cirurgia ortopédica: um estudo prospectivo observacional | Pág. 20 e 21 PO22–A1605 | Don't wait till seizure happens to think in reversible posterior leukoencephalopathy syndrome in pregnancy | Pág. 21 PO23–A1612 | Dor, náuseas e vómitos após cirurgia bariátrica | Pág. 21 e 22 PO24–A1613 | Nefrectomia de dador vivo: estratégias de analgesia pós- operatória | Pág. 22 e 23 PO25–A1615 | Impacto da dor crónica pós-cirúrgica na qualidade de vida e na qualidade de recobro após cirurgia da mama | Pág. 23 PO26–A1622 | Dor crónica pós-cirúrgica e a sua relação com a qualidade de vida e de recobro | Pág. 23 e 24 PO27–A1629 | P-POSSUM: preditor de risco de morbilidade e mortalidade em cistectomia radical - um estudo prospetivo | Pág. 24 PO28–A1653 | Transplante renal com rim de cadáver: auditoria clínica | Pág. 25 PO29–A1655 | Tamponamento cardíaco - uma complicação rara da cateteri- zação venosa central | Pág. 25 e 26 PO30–A1657 | Tomografia axial computorizada-método adicional de confir- mação do posicionamento de tubos duplo lúmen | Pág. 26 PO31–A1668 | Epidural blood patch – a nossa experiência | Pág. 26 e 27 PO32–A1675 | Anestesia para implantação valvular aórtica transcateter | Pág. 27 e 28 PO33–A1679 | Impacto económico da administração de paracetamol por via endovenosa versus via oral | Pág. 28 PO34–A1686 | Tradução, adaptação cultural, exequibilidade e validação da “Amsterdam Preoperative Anxiety Information Scale” (APAIS) | Pág. 28 e 29 PO35–A1687 | Avaliação do nível de satisfação dos doentes submetidos a cirurgia vitreoretiniana sob bloqueio peribulbar, em regime de ambulatório | Pág. 29 PO36–A1696 | Dor crónica pós-operatória e o seu impacto na qualidade de vida e qualidade de recobro pós-tiroidectomia | Pág. 30 PO37–A1699 | Estudo restrospectivo da actividade anestésica numa missão humanitária | Pág. 30 e 31 PO38–A1701 | stop-bang elevado na cirurgia bariátrica | Pág. 31 PO39–A1704 | Epidural torácica por abordagem caudal para piloromiotomia: uma nova abordagem! | Pág. 31 e 32 PO40–A1713 | Síndrome da apneia obstrutiva do sono na obesidade mórbida | Pág. 32 PO41–A1714 | Bloqueio subaracnoideu versus anestesia geral em apendicec- tomia aberta. avaliação do “outcome” peri-operatório | Pág. 33 PO42–A1719 | Thoracic endovascular aortic aneurism repair (tevar) – anaes- thetic management | Pág. 33 e 34 PO43–A1735 | Bloqueio espinhal contínuo para transplantectomia num doente em lista de espera para transplante cardíaco | Pág. 34 PO44–A1738 | Qualidade de recobro após anestesia e cirurgia: validação da versão portuguesa do questionário quality of recovery 15 | Pág. 35 PO45–A1739 | As diferenças de estado civil e autonomia dos doentes oncológicos podem interferir nos estados de depressão e ansiedade quando considerados níveis de dor equivalentes? – Estudo prospetivo durante um ano | Pág. 35 e 36 PO46–A1743 | QOR-15 na previsão da qualidade de vida após cirurgia | Pág. 36 PO47-B1489 | Porque se adiam e cancelam as cirurgias? uma nova unidade de cirurgia de ambulatório | Pág. 36 e 37 PO48-B1556 | Auditoria prospectiva ao uso de máscara laríngea em decúbito ventral em cirurgia de ambulatório | Pág. 37 PO49-B1566 | Níveis de ansiedade relativos à prestação de cuidados numa uni- dade de cirurgia de ambulatório – o que pensam os nossos doentes? | Pág. 38 PO50-B1583 | Cirurgia de ambulatório – 1 ano de atividade num hospital pediátrico de referência | Pág. 39 PO51-C1715 | Desafio anestésico: cirurgia cardíaca em doente com endocardite infeciosa aguda e complicações cerebrovasculares | Pág. 39 e 40 PO52-C1729 | E se um cateter se torna um corpo estranho intra-arterial? | Pág. 40 PO53-C1733 | Abordagem de Yoffa revisitado | Pág. 40 e 41 PO54-D1524 | Abordagem emergente de doente com fistula ventriculo-cutânea | Pág. 41 e 42 PO55-D1644 | Anestesia geral dissociativa em doente com síndrome de eisen- menger | Pág. 42 PO56-F1495 | Fibrinogen in aortic surgery: a summary of a publication | Pág. 43 PO57-F1499 | Anemia hemolítica auto-imune – abordagem anestésica em con- texto de cirurgia urgente e programada | Pág. 43 e 44 PO58-F1538 | Anestesia para ortopedia: análise da utilização intra-oper- atória de cell salvage | Pág. 44 PO59-F1540 | Cell salvage intra-operatório: será sempre custo-efectivo? | Pág 44 e 45 PO60-F1552 | Hemoglobina pré-operatória enquanto predictor das necessi- dades transfusionais intra e pós-operatórias | Pág. 45 PO61-F1635 | Cirurgia abdominal urgente: dabigatrano um desafio multidis- ciplinar | Pág. 46 PO62-F1673 | Traumatismo crânio-encefálico: quando transfundir? estudo ret- rospetivo numa unidade de cuidados intensivos de neurocríticos | Pág 46 e 47 PO63-g1596 | Anestesia para cirurgia de revascularização cerebral em doente com Moyamoya | Pág. 47 PO64-g1598 | Avaliação da impulsividade num modelo animal de exposição a quetamina | Pág. 48 PO65-g1639 | Craniotomia em paciente acordado: quais os benefícios da anestesia geral combinada | Pág. 48 e 49 PO66-g1645 | Três anos de anestesia para cirurgia de epilepsia | Pág. 66 PO67-H1528 | Toxicidade sistémica por anestésico local em doente pediátrico – caso clínico | Pág. 50 PO68-H1579 | Subdural analgesia - is there a role for that kind of analgesia? | Pág. 50 e 51 PO69-H1586 | Bloqueio subaracnoideu contínuo para cirurgia urgente em doente com patologia cardiorrespiratória grave | Pág. 51 PO70-H1595 | blood patch epidural – follow-up de 3 anos | Pág. 51 e 52 PO71-H1614 | Polineuropatia inflamatória crónica desmielinizante e anestesia loco-regional - caso clínico | Pág. 72 PO72-H1681 | acupuncture as an effective rescue therapy for intraoperative nausea and vomiting | Pág. 52 e 53 PO73-H1689 | Priapismo e bloqueio subaracnoideu: implicações e abordagem terapêutica na cirurgia transuretral | Pág. 53 e 54 PO74-H1693 | Anestesia regional para fratura da clavícula: a dúvida persiste | Pág. 54 PO75-H1717 | Quando o erro ocorre por via epidural – a propósito de um caso clínico | Pág. 54 e 55 PO76-H1732 | Bloqueio tap subcostal contínuo bilateral como técnica anes- tésica no doente crítico | Pág. 55 PO77-I1599 | anesthesia vs liver. a seven year review on pharmacologic hepato- toxicity cases | Pág. 55 e 56 PO78-I1694 | Cardiomiopatia de stress após taquicárdia supraventricular des- encadeada pela reversão do bloqueio neuromuscular | Pág. 56 e 57 PO79-I1724 | Verapamil em suspeita de hipertermia maligna – caso clínico | Pág. 57 PO80-j1547 | Cateteres venosos centrais colocados por anestesiologistas - complicações registadas num ano num hospital pediátrico | Pág. 58 PO81-j1563 | Epidural torácica no lactente sindromático | Pág. 58 e 59 PO82-j1582 | Prematuridade – casuística de um ano num hospital pediátrico de referência | Pág. 59 PO83-j1594 | Craniossinostose – caracterização da população pediátrica submetida a cranioplastia e complicações peri-operatórias | Pág. 59 e 60 PO84-j1597 | Intubação esofágica assegura ventilação | Pág. 60 PO85-j1664 | Relato de 24 meses de experiência de uma unidade de trans- plantação hepática pediátrica | Pág. 61 PO86-j1684 | Bloqueio subaracnoideu em recém-nascidos pré-termo - ex- periência de 3 anos de um hospital pediátrico | Pág. 61 e 62 PO87-k1529 | Anestesia para cesariana em parturiente com cardiomiopatia periparto | Pág. 62 PO88-k1535 | Anestesia geral para cesariana em doente com distonia miotónica de steinert | Pág. 62 e 63 PO89-k1536 | Púrpura trombocitopénica trombótica: qual a melhor abord- agem | Pág. 63 PO90-k1630 | Obstetric anesthesia for a patient with brown-séquard syn- drome and epilepsy | Pág 64 PO91-k1659 | Encefalopatia de wernicke, gravidez e anestesia, uma tríade invulgar | Pág. 64 e 65 PO92-k1661 | Manuseio anestésico de grávida com telangiectasia hemor- rágica hereditária: um desafio | Pág. 65 PO93-k1669 | Quando o bloqueio epidural não é possível: estudo retrospe- tivo numa maternidade terciária | Pág. 65 e 66 PO94-k1680 | Falência do bloqueio do neuro-eixo em anestesia para cesari- ana: um estudo retrospetivo sobre a incidência e os fatores de risco | Pág. 66 e 67 PO95-k1688 | blood-patch: amigo ou inimigo? | Pág. 67 PO96-k1736 | Prática transfusional em obstetrícia - estudo retrospetivo de dois anos | Pág. 67 e 68 PO97-l1537 | Cuidados críticos em obstetrícia: estudo retrospetivo de 4 anos | Pág. 68 PO98-l1678 | Craniectomia descompressiva - a propósito de um caso clínico! | Pág. 68 e 69 PO99-l1685 | Infeção em doentes queimados: quais os agentes mais culpa- dos? | Pág. 69 PO100-m1502 | Edema pulmonar induzido por naloxona - descomplicando uma complicação | Pág. 70 PO101-m1646 | Cumprimento de guidelines de suporte avançado de vida em medicina pré-hospitalar | Pág. 70 e 71 PO102-m1705 | Casuística de trauma do veículo de emergência médica e reanimação | Pág. 71 PO103-m1721 | Edema pulmonar de pressão negativa por epiglotite aguda | Pág. 71 e 72 PO104-m1725 | Emergência intraoperatória por iatrogenia | Pág. 72 PO105-n1515 | Dor no pós-operatório de prótese total do joelho: com- paração entre três técnicas | Pág. 73 PO106-n1652 | Síndrome do nervo cluneal: diagnóstico e tratamento com radiofrequência pulsada | Pág. 73 e 74 PO107-n1672 | Patient-controlled analgesia (pca): que parâmetros se cor- relacionam com bólus não administrados? | Pág. 74 PO108-n1683 | A presença de ansiedade e depressão em doentes com dor crónica oncológica estarão associadas à taxa de mortalidade? – Estudo prospetivo de 120 doentes durante um ano | Pág. 74 e 75 PO109-n1692 | Alternativas terapêuticas na nevralgia do trigémeo – a propósito de um caso clínico | Pág. 75 PO110-n1708 | Bloqueio do gânglio estrelado guiado por ecografia num doente com síndrome de dor regional complexa tipo ii | Pág. 76 PO111-n1716 | Dor aguda no pós-operatório de tiroidectomia total – ne- cessidade de opióide? | Pág. 76 e 77 PO112-n1741 | Bpi como preditor de ansiedade e depressão. Estudo prospe- tivo de 120 doentes oncológicos com dor crónica | Pág. 77 PO113-n1745 | Dor crónica pós-operatória: um outcome após cirurgia | Pág. 77 e 78 PO114-O1649 | Simulação de alta-fidelidade em emergências em obstetrícia – impacto na autoavaliação de competências | Pág. 78 e 79 PO115-O1651 | Avaliação da falibilidade humana e competências não técni- cas em eventos críticos | Pág. 79 PO116-O1663 | O anestesiologista: a visão do doente | Pág. 79 e 80 PO117-O1666 | O que preocupa os doentes na anestesia? | Pág. 80 PO118-O1674 | Síndrome de burnout em internos de anestesiologia | Pág. 80 e 81 PO119-q1505 | Ten years review of the anesthetic management and intraop- erative outcomes of patients with brugada syndrome | Pág. 81 PO120-q1532 | prolonged paralysis after succinylcholine | Pág. 82 PO121-q1533 | anesthetic management of an adult with arthrogryposis multiplex congenita | Pág. 82 e 83 PO122-q1539 | Cateterização venosa central: avaliação e caracterização de práticas | Pág. 83 e 84 PO123-q1554 | Susceptibilidade aumentada para a hipertermia maligna: o que fazer? | Pág. 84 PO124-q1562 | Vigilância: um compromisso "life saving" | Pág. 84 e 85 PO125-q1572 | Estarão os doentes satisfeitos com os cuidados perioper- atórios? | Pág. 85 e 86 PO126-q1625 | Injecção intra-arterial acidental | Pág. 86 PO127-q1682 | Cardioversão eléctrica sincronizada num caso de embolia de co₂ | Pág. 86 e 87 PO128-q1710 | Quando a culpa não é da mitocôndria | Pág. 87 PO129-r1606 | Embolia paradoxal após implantação de cimento ósseo | Pág. 87 e 88 PO130-s1660 | Avaliação da dificuldade de intubação em doentes obesos propostos para cirurgia bariátrica | Pág. 88 PO131-s1676 | Anestesia do doente super super obeso: relato de um caso | Pág. 89 PO132-s1698 | Abordagem da via aérea em doente com síndrome de hallervorden-spatz | Pág. 89 e 90 PO133-s1707 | Síndrome de treacher collins é sinónimo de via aérea difícil? | Pág. 90 PO134-s1709 | Rutura traqueal e intubação orotraqueal ou síndrome de hamann? | Pág. 91 mInI-PÓsTers | Pág 92 mP01 – A 1525 | anesthetic management of carotid body paragangliomas – a case report | Pág. 92 mP02 – A 1569 | Paraparésia espástica tropical - abordagem anestésica | Pág. 92 mP03 – A 1571 | Monitorização cerebral em endarterectomia carotídea: caso clínico | Pág. 92 e 93 mP04 – A 1607 | Pregnancy and addison´s disease: the advantage of an epidural catheter | Pág. 93 mP05 – A 1611 | Transplante renal de dador vivo: descrição de uma série de casos num centro de referência | Pág. 93 mP06 – A 1626 | Caraterização do conhecimento dos anestesistas acerca do preço dos fármacos mais frequentemente usados na sua prática clínica | Pág. 94 mP07 – A 1667 | Síndrome de brugada e anestesia – série de 6 casos | Pág 95 mP08 – A 1691 | Aneurisma da aorta abdominal: um estudo retrospectivo | Pág.95 e 96 mP09 – A 1697 | Hipercalcémia no doente urológico com neoplasia maligna do rim – quando e porquê adiar a cirurgia? | Pág. 96 mP10 – A 1731 | Audito interno: avaliação da qualidade e segurança na utilização de pca na unidade de dor aguda da nossa instituição | Pág. 96 e 97 mP11-B1542 | Reação anafilática ao corante azul patente v durante tumorectomia mamária | Pág 97 mP12-B1711 | Cirurgia de ambulatório.. pode-se realizar na urgência? | Pág 97 mP13-C1551 | Monitorização hemodinâmica com lidcorapid em cirurgia aórtica – a propósito de dois casos clínicos | PAg 97 e 98 mP14-C1728 | Leiomioma uterino com extensão para as câmaras cardíacas direitas: abordagem anestésica | Pág 98 e 99 mP15-D1521 | Anestesia para ressecção de paraganglioma retroperitoneal em 2 tempos: 2 desafios anestésicos | Pág 99 mP16-e1560 | Edema pulmonar de pressão negativa e seu tratamento com válvula de boussignac | Pág 99 e 100 mP17-e1647 | Esofagectomia por toracoscopia e laparoscopia: complicação não usual | Pág 100 mP18-g1531 | Craniotomia com o doente acordado e dexmedetomidina – a nossa experiência | Pág 100 mP18-g1531 | Craniotomia com o doente acordado e dexmedetomidina – a nossa experiência | Pág. 100 mP19-H1504 | Síndrome de proteus e anestesia locorregional: um caso de sucesso | Pág. 100 e 101 mP20-H1544 | Abordagem cirúrgica de tatuagem lombar para analgesia epidural | Pág 101 e 102 mP21-H1581 | Traumatologia e anestesia loco-regional na população idosa.. a propósito de caso clínico | Pág 102 mP22-H1723 | Bloqueio de nervos periféricos na cirurgia da fratura do colo do fémur – a propósito de um caso clínico | Pág. 102 mP23-H1726 | Anestesia regional na doença de charcot-marie-tooth e na sín- droma de dandy-walker | Pág 102 e 103 mP24-I1573 | Esmolol na anestesia para craniotomia no doente acordado | Pág 103 mP25-I1637 | Administração inadvertida de labetalol por via epidural | 103 e 104 mP26-I1677 | Utilização de sugamadex num doente com síndrome de brugada | Pág. 104 mP27-I1702 | Angioedema pós-operatório – uma oportunidade de atualizar o conhecimento farmacológico | Pág 104 e 105 mP28-j1555 | Adrenalectomia bilateral numa criança com complexo de carney | Pág. 105 mP29-j1600 |Anestesia geral em doente pediátrico com síndrome de wolf- hirschhorn | Pág. 105 mP30-j1656 | Sedação com hidrato de cloral para procedimentos radiológi- cos não invasivos em crianças | Pág. 105 e 106 mP31-j1720 | Anafilaxia à ropivacaína – caso clínico | Pág. 106 mP32-j1737 | Abordagem anestésica de correção cirúrgica de fenda ester- nal em lactente - caso clínico | Pág. 106 e 107 mP33-j1742 | Hemorragia por pressão negativa pós extubação: um caso raro | Pág. 107 mP34-k1507 | Papel da dose teste em analgesia para trabalho de parto | Pág. 107 e 108 mP35-k1530 | Bloqueio subdural acidental - uma complicação rara da anes- tesia/analgesia epidural em obstétricia | Pág. 108 mP36-k1575 | Coagulação intravascular disseminada na grávida: caso clínico | Pág 108 mP37-k1619 | Síndrome de horner após dose teste epidural | Pág. 108 e 109 mP38-k1722 | Anestesia para cesariana em grávida com cordoma do clivus | Pág 109 mP39-m1508 | Small airways, big problems | Pág. 109 e 110 mP40-m1550 | Pneumotórax hipertensivo – uma apresentação invulgar | Pág. 110 mP41-m1706 | Laceração da traqueia após entubação traqueal em grávida com pré-eclâmpsia | Pág. 110 mP42-n1568 | Radiofrequência pulsada guiada por ecografia no tratamento de dor crónica do tornozelo | Pág. 111 mP43-n1588 | Dor do pós-operatório de cirurgia do joelho e perna – eficácia analgésica | Pág. 111 mP44-n1620 | Diagnóstico e tratamento do síndrome do nervo cluneal, a propósito de um caso clínico | PÀg 111 e 112 mP45-n1718 | Dor crónica ciática em obstetrícia – caso clínico | Pág. 112 mP47-q1501 | Síndrome de implantação do cimento ósseo: a propósito de um caso clínico | Pág. 112 e 113 mP49-q1584 | Hiperckémia e implicações anestésicas | Pág 113 mP50-q1690 | Choque séptico após ureterorrenoscopia com litotrícia | Pág. 113 mP51-s1561 | Luxação da articulação temporo-mandibular durante a aval- iação da via aérea | Pág. 114 mP52-s1564 | Epiglotite aguda no adulto: uma vad emergente | Pág. 114 e 115 mP53-s1648 | Síndrome Ehlers-Danlos tipo iv: abordagem anestésica | Pág 115 mP54-s1671 | Intubação por fibroscopia em situação de emergência | Pág. 115 e 116 mP55-s1734 | Abordagem da via aérea difícil na criança com síndrome de Subowitz: um desafio | Pág. 116
Comunicações Orais
Conjunto de comunicações melhor classificadas e seleccionadas para apresentação oral. As comunicações estão ordenadas de acordo com a pontuação obtida. Estas comunicações, para além da apresentação na forma de poster, serão apresentadas de forma oral, em sessão do Programa Principal, que terá lugar no domingo, dia 30 de Março, entre as 12:00 e as 13:00 na Sala Apollo do Hotel Sheraton - Porto.
Resumos dos Posters e Mini-posters submetidos e avaliados ao Congresso anual da SPA 2014
Resumos dos Posters e Mini-posters submetidos e avaliados ao Congresso anual da SPA 2014.
Mensagem da Presidente da SPA
Mensagem da Presidente da SPA Suceder a um presidente com o grau de excelência do Lucindo Ormonde é um desafio. Em 10 anos, ele conseguiu para a SPA, aliás para a Anestesiologia um lugar de destaque na Medicina Portuguesa e Europeia. A nossa especialidade é ouvida e respeitada entre os pares, os futuros colegas e os órgãos de decisão. Tudo isto graças a uma geração de anestesiologistas liderada pelo Lucindo. Numa época tão adversa é extraordinária a força que a nossa especialidade conseguiu. Sentimos orgulho em ser anestesiologistas portugueses, em pertencer à Sociedade Portuguesa de Anestesiologia. O último congresso em Março onde se reuniu a "família anestesiológica", foi disso demonstrativo. A adesão foi expressiva e a participação superou as melhores expectativas. Obrigada Lucindo. Assim, a fasquia está alta mas, sempre gostei de desafios e, quando o Lucindo, me incentivou a candidatar para lhe suceder, procurei rodear-me de uma boa equipa, mantendo algumas pessoas, introduzindo outras novas e aceitei o desafio. Acredito que parte da força da nossa especialidade provém da riqueza que a diversidade lhe confere. A nova direção e demais corpos sociais integram anestesiologistas de várias regiões do país, com vivência, anos de experiência e áreas de trabalho diversas. Para além disso, esperamos continuar a contar com o contributo de todos os que nos últimos anos sem integrar a direção da SPA, com ela colaboraram e, de todos os que no futuro o pretendam fazer. A direção que lidero tem um projeto de continuidade no que respeita a dignificar a Anestesiologia Portuguesa nas suas diversas áreas de atividade: Anestesia, Medicina Perioperatória, Emergência, Medicina Intensiva e Medicina da Dor. Iremos privilegiar atividades que promovam a Qualidade e Segurança, Gestão e Liderança, Formação no Internato, Formação contínua, Investigação, Avaliação e Recertificação, reforçando a importância da Anestesiologia. Os anestesiologistas contactam no seu dia-a-dia, fazendo interface, com colegas de quase todas as especialidades, com enfermeiros, farmacêuticos, gestores, engenheiros, informáticos, psicólogos, assistentes sociais, etc. Tudo isto tem em si um potencial enorme, obrigando a que, além da aquisição de conhecimentos técnicos e científicos de nível cada vez mais exigente, a anestesiologia tenha que adquirir competências em organização e gestão assumindo um papel de liderança. Todas as atividades nesta área serão continuadas e fomentadas. Neste âmbito daremos continuidade ao projecto do Grupo de Estudo para a Medição da Atividade Produtiva na Área da Anestesiologia, iniciativa conjunta da ACSS e SPA. Integramos, também, grupo de trabalho para a Criação do Conselho Superior das Sociedades Científicas Médicas Portuguesas (CSSCMP). A formação de internos e a formação contínua são áreas de importância crucial na Anestesiologia às quais dediquei parte importante da minha vida profissional, bem como alguns dos colegas que integram a nova Direção. A promoção da Formação e da Investigação para desenvolvimento de competências será uma das nossas prioridades, respondendo aos atuais desafios nacionais e europeus. Por iniciativa nossa, está já a ser criado um grupo de trabalho constituído por internos de todo o país para organização de atividades relacionadas com o internato e dinamização do site, como meio de comunicação. Dele fará parte o representante dos internos no council da ESA que é português. Respondemos positivamente ao pedido de parceria entre a SPA e a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), pois acreditamos que a divulgação do âmbito e importância da Anestesiologia deve começar no ensino universitário. A SPA como membro da National Anaesthesiologists Societies Committee (NASC), irá recomendar quatro anestesiologistas portugueses orientadores de formação de quatro centros hospitalares de regiões geográficas diferentes para frequentar o curso europeu Teach the Teachers, já este ano. O grupo de trabalho envolvido na formação científica onde se incluem vários elementos da nova direção, irá alargar a sua atividade pedagógica, integrando o seu líder Pedro Amorim os novos corpos sociais da SPA, o que traduz a importância que damos a esta área. Tendo a SPA importância institucional nomeadamente no patrocínio de várias organizações científicas, está já na fase final de elaboração o Regulamento para Patrocínio Cientifico pela SPA. A revista que tem melhorado a sua qualidade com o editor-chefe António Augusto Martins, novo elemento eleito do conselho geral da SPA, irá manter a periodicidade atual, e é nosso objetivo a indexação. O site, meio privilegiado de comunicação, está a ser atualizado e a médio prazo será reformulado. Sendo a SPA um dos signatários da Declaração de Helsínquia, a Segurança será uma das nossas áreas estratégicas estando programada a criação de um grupo de trabalho para coordenar e desenvolver atividades nessa área. Em continuidade com a direção cessante que integrei, estamos a assegurar iniciativas que visam a melhoria do processo clínico criando uma aplicação dirigida a Recomendações sobre Anticoagulação e Anestesia Loco Regional, fruto do trabalho do grupo de consensos coordenado pela Cristiana Fonseca. A produção de consensos científicos, obrigação das sociedades científicas será incentivada. As Secções de Pediatria, Obstetrícia e Medicina Intensiva bem como os Grupos de Trabalho de Medicina da Dor e de Via Aérea Difícil, recentemente reorganizado, receberão todo o apoio da direção nas atividades que desenvolverem nas respetivas áreas. Novas propostas de criação de secções e grupos de trabalho, enquanto dinamizadoras da nossa especialidade, serão bem-vindas. No fim de Outubro deste ano de 2014, mantendo o espírito livre do modelo que tanto sucesso teve nas iniciativas anteriores irão realizar-se no Funchal as Tertúlias de Anestesiologia, coordenadas pelo Rui Guimarães. Manteremos o Congresso anual em Março; em 2015 será em Lisboa nos dias 12, 13 e 14. O programa está a ser elaborado pela Comissão Científica. Apresentamos já candidatura a congressos internacionais. O Dia Mundial de Anestesiologia será este ano comemorado em Lisboa no Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar de Lisboa Norte. Planeamos outros eventos de que, oportunamente, daremos notícia. Consideramos importante manter o excelente relacionamento interpares a nível nacional e internacional com todas as associações representativas dos Anestesiologistas. Integramos grupo de trabalho com as demais sociedades científicas médicas nacionais, participamos nas reuniões da NASC e mantemos relacionamento privilegiado com sociedade internacionais como a SEDAR e a ESA. Pretendemos manter o bom relacionamento com o colégio de Anestesiologia representado no seu presidente Paulo Lemos. O Entusiasmo da equipe que lidero faz -me antever com otimismo um futuro trabalhoso, um mandato muito exigente e cheio de desafios mas, bem-sucedido. Estou certa de que com a colaboração de todos os colegas dos corpos sociais da SPA, dos grupos de trabalho, secções e demais anestesiologistas que pretendam colaborar com a SPA, conseguiremos manter o elevado nível reforçando o papel relevante da anestesiologia nacional, constituindo um espaço para os anestesiologistas virem buscar energias para enfrentar os desafios e incertezas do dia-a-dia. Maria do Rosário Órfão Presidente da SPA
Ecografia Abdominal e Pleuro-pulmonar na Urgência - Protocolo E-FAST ( Focused Assessment with Sonography for Trauma)
O protocolo Focused Assessment with Sonography for Trauma é definido como a detecção por ultrassonografia de líquido livre no espaço pericárdico, intraperitoneal e pleural em doentes com traumatismo abdominal fechado e em 2004 foi ampliado incluindo o diagnóstico adicional de pneumotórax. O objetivo deste trabalho é sistematizar a metodologia deste protocolo e incentivar a utilização da ecografia à cabeceira do doente nos serviços de urgência. Segundo as guidelines atuais, a ecografia deve estar integrada no plano de formação dos médicos de urgência pelo que se tornam necessários programas de formação adequados que garantam segurança e eficácia.
2014
Segura-Grau, Elena Segura, Ana Alba, Margarita Oviedo, Alberto
Despertar intraoperatório (awareness) – Abordando o paciente de forma sistemática
Introdução: Apesar de todos os avanços da Anestesiologia nas últimas décadas, o facto é que o awareness (ou despertar intraoperatório) se mantém uma complicação rara mas importante na prática clínica moderna. Muitos foram os factores predisponentes já sugeridos na literatura mas a investigação é dificultada pela baixa incidência do fenómeno – que impõe a necessidade de estudos de grandes dimensões para produzirem dados com significado estatístico. Material e Métodos: Foi feita uma revisão da literatura com vista à objectivação de factores de risco para awareness e consequentes estratégias preventivas. Resultados: Investigações realizadas nos últimos anos elucidam alguns factores de risco para o despertar intraoperatório, ao mesmo tempo que alertam para a participação de erro humano e/ou disfunção dos equipamentos numa percentagem importante dos casos. Discussão: Embora sejam necessários estudos adicionais, mais abrangentes, parece claro que não devemos simplesmente aguardar por novos desenvolvimentos da ciência relativamente a esta entidade. Algo pode e deve ser feito à luz dos conhecimentos actuais, e cada Anestesiologista deverá ser progressivamente mais proactivo na prevenção desta complicação. Conclusão: Seguindo tal linha de pensamento, o presente artigo baseia-se na literatura disponível para sugerir um protocolo de abordagem sistemática e estruturada aos pacientes em maior risco, numa óptica de melhoria contínua dos cuidados prestados.