Repositório RCAAP
Pandemia COVID-19: O Papel do Interno de Formação Específica em Anestesiologia na Educação e Segurança dos Profissionais de Saúde
Introdução: Numa crise de saúde pública, como a provocada pelo vírus SARS-CoV-2, os profissionais de saúde são o epicentro da resposta do sistema de saúde devendo a sua proteção ser uma prioridade. Este trabalho tem como objetivo demonstrar o papel do médico interno de formação específica (IFE) de Anestesiologia na educação e segurança dos profissionais de saúde em contexto de pandemia COVID-19. Material e Métodos: Trabalho descritivo e retrospetivo acerca da metodologia de formação utilizada por um grupo de médicos, especialistas e IFE, de Anestesiologia com início em março de 2020, num Centro Hospitalar Universitário. Resultados: Os IFE de Anestesiologia contribuíram para a construção de recursos cognitivos e formação na utilização do equipamento de proteção individual (EPI). No total formaram-se 248 profissionais de saúde: 98 médicos anestesiologistas, 15 médicos de outras especialidade, 75 enfermeiros, 20 assistentes e 40 técnicos operacionais. Discussão: O surto da COVID-19 mudou o mundo e a realidade dos profissionais de saúde, que correm um risco significativo, de contrair a infeção. A nova realidade representa um desafio em termos de segurança biológica. Face à evidência de que o uso apropriado de EPI reduz as taxas de transmissão da doença e protege a equipa, é essencial que todos os envolventes entendam o seu papel na redução da transmissão, sendo a sua formação crucial. Conclusão: Os médicos, especialistas e IFE de Anestesiologia tiveram um papel importante na formação dos profissionais nesta pandemia, contribuindo, para a redução da infeção entre os profissionais e disseminação da doença, aumentado a segurança global.
2020
Vieira, Ana Infante, Cândida Mendes, Eunice Castro, Mafalda Asseiro, Mariana Camões, Pedro Norte, Gustavo Bernardino, Ana
Pandemia COVID-19 e o Doente Crítico: Experiência de Tratamento de Doentes numa UCPA Convertida em UCI versus Doentes Tratados numa UCI
INTRODUÇÃO: Em dezembro de 2019 foi descrito na China um novo Coronavírus, responsável pela doença COVID-19. Em Portugal, o Sistema de Saúde foi obrigado a rever a resposta em catástrofe expandido o número global de camas de nível III. Sabe-se ainda pouco sobre o impacto que estas adaptações podem ter. Neste sentido, propomo-nos a realizar um estudo comparativo dos doentes admitidos em duas unidades. METODOLOGIA: Descreve-se um estudo retrospectivo observacional desenvolvido em dois centros, uma Unidade de Cuidados Intensivos dedicada a doentes com Covid e uma Unidade de Cuidados Pós Anestésica convertida a UCI-Covid. RESULTADOS: Na Unidade 1 foram admitidos 23 doentes por pneumonia a SARS-Cov-2 e na unidade 2, 11 doentes. O SAPS II foi semelhante, mas constatou-se uma diferença significativa no SOFA à admissão (p=0,025). Houve uma diferença significativa no número de ARDS (p=0,036) e no tempo de internamento na UCI (p=0,045). A mortalidade na UCI (p=0,120) e aos 28 dias (p=0,116) foi semelhante. DISCUSSÃO: A diferença no SOFA não consistente com o SAPS pode ser explicada pela gravidade da disfunção respiratória. A diferença no tempo de internamento pode ser explicada pela gravidade da disfunção respiratória, pelas complicações infeciosas e pelo perfil de doentes admitidos das unidades (nível II+ III e nível III). A mortalidade aos 28 dias da unidade 1 foi inferior à unidade 2 (13% Vs 36,4%), mas sem significado estatístico. CONCLUSÃO: Os resultados encontrados são globalmente semelhantes. A constituição de equipas com experiências e formação diversa afigura-se como uma alternativa viável em tempos de pandemia.
2020
Valente, Miguel Oliveira, João Barbosa, Tiago Ribeiro, Sofia Nuñez, Daniel Santos, Alice Pereira, Isabel
Gestão dos Procedimentos Anestésicos em Contexto de Pandemia COVID-19: Aspetos Clínicos e Organizacionais
Este novo contexto de pandemia COVID-19, obrigou a uma reorganização dos recursos humanos e materiais afetos à prestação de cuidados de saúde, para dar resposta à avaliação e tratamento dos doentes com COVID-19, mas também a uma readaptação na abordagem clínica dos doentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS) de forma transversal, para que, em paralelo, fosse garantida a prestação de cuidados aos doentes com COVID-19 e a todos os outros. Considerando o risco de transmissão de infeção por SARS-CoV-2 associado a procedimentos de diagnóstico e terapêutica invasivos, designadamente os que podem ser geradores de aerossóis, importa reconfigurar a abordagem de doentes em contexto de pandemia, de forma a diminuir o risco de transmissão e a manter o controlo sobre a disseminação da COVID-19. O princípio fundamental destas recomendações é que, apesar da forte pressão sobre os hospitais, serviços e equipas, o principal esforço deve ser a utilização de práticas e tratamentos reconhecidos, que se baseiem na evidência disponível. O presente documento foi elaborado sob a chancela científica das principais instituições e sociedades representativas da Anestesiologia portuguesa (Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, Clube de Anestesia Regional/European Society of Regional Anaesthesia & Pain Therapy – Portugal e Direção do Colégio de Anestesiologia da Ordem dos Médicos), com o objetivo de definir os aspetos clínicos e organizacionais da abordagem anestésica em contexto da pandemia COVID-19. Estas recomendações foram produzidas após cuidadosa consideração do conhecimento científico, evidência e recomendações médicas publicadas até à data.
2020
Bernardino, Ana Pereira, Ana Jardim, Ana Raimundo, Ana Costa, Andreia Lobo, Clara Amaral, Cristina Patuleia, Domingas Machado, Duarte Semedo, Edgar Moura, Fernando Pinheiro, Filipe Resendes, Hernâni Trindade, Hugo Rebelo, Humberto Duran, Javier Carvalhas, Joana Jesus, Joana Lavado, Joana Magalhães, Joana Martins, José Ribeiro, Lara Pereira, Margarida Cunha, Mariana Isidoro, Marta Sá, Miguel Franco, Nuno Serrano, Nuno Fernandes, Paula Trancada, Raquel Trancada, Raquel Borges, Rita Silva, Ronald Orfão, Rosário Guimarães, Rui Torrinha, Sofia Folhadela, Tiago Taleço, Tiago Pereira, Vasco Pinho-Oliveira, Vítor Moreira, Zélia
Diaphragmatic Hernia – from trauma to eventration
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Comentário ao artigo Tempos de incertezas ou tempo de oportunidades?
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Accidental subarachnoid position of an epidural catheter
Epidural analgesia remains a frequently used technique in all perioperative settings and chronic pain management, though still associated with a variety of complications, including technique failure, spinal hematoma or abcess and inadvertent location/migration of the catheter to the intravascular/subdural/subarachnoid space, with potential letal consequences. In this clinical case we report a migration of an epidural catheter intended for chronic pain management, which was placed intrathecally with position confirmed by radiocontrast dye. The authors pretend to highlight with this case that a high suspicion level is crucial for the correct diagnosis of catheter malposition and appropriate management. In our current knowledge, there are no previous published images on the literature showing simultaneous radiocontrast in both the epidural and intratechal space, giving our imagens its singularity.
2021
Cunha, Ana Sofia Nunes Marques, João Filipe
Guillain-Barré Syndrome underlying SARS-CoV-2 or just a confounding factor?
A síndrome de Guillain-Barré foi frequentemente associada a uma infeção viral. O mimetismo molecular é um dos mecanismos pelos quais os vírus podem estar envolvidos na etiologia desta neuropatia inflamatória desmielinizante. Descrevemos um caso de um homem de 58 anos com diagnóstico de infeção por SARS-CoV-2 que desenvolveu sintomas clínicos compatíveis com a síndrome de Guillain-Barré. O SARS-CoV-2 poderia ter sido o trigger responsável e, embora a relação causal permaneça incerta, existe uma provável associação de causa-efeito entre o SARS-CoV-2 e o GBS, no entanto, mais estudos são necessários para apoiar esta associação.
2020
Romano Ribeiro, Carolina Alves, Adelaide Silva, Mafalda Pipa, Sara Figueiredo, Sofia Fonseca, Tatiana
Impacto da Pandemia COVID-19 na Saúde Mental dos Anestesiologistas do Sistema de Saúde Nacional
Introduction: The coronavirus disease (COVID-19) pandemic has posed strain on the entire healthcare system. Portuguese anaesthesiologists played a major role, being relocated to newly created intensive care units and performing risky procedures such as endotracheal intubation. We aimed to evaluate how the COVID-19 pandemic affected the mental health of Portuguese Anaesthesiologists working for the National Health Service. Materials and Methods: Transversal observational descriptive and analytical study directed to residents and specialists in Anaesthesiology working in public hospitals in Portugal during the COVID-19 pandemic. We used the 12-item General Health Questionnaire (GHQ-12). Mann-Whitney and ANOVA or Kruskal-Wallis tests were used to compare the GHQ-12 score between groups and paired sample t-test to compare the GHQ-12 score before and during the pandemic. The statistical significance was considered for p-value < 0.05. Results: 184 physicians answered the questionnaire. The majority of the respondents were women (75%) and most participants were aged between 31 and 40 years old (31%). Participants were mainly from the Northern Region (55.4%). Female participants presented a statistically significant higher GHQ-12 score (p-value 0.024). Nearly 80% of the participants exhibited psychological distress during the pandemic. The main adversities faced were fear of infecting the family and lack of hospital organization. Discussion and Conclusions: Participants reported experiencing a higher psychological burden during the COVID-19 pandemic, especially women. Therefore, it is important to recognize this problem and take measures to improve the mental health of Anesthesiologists and other healthcare workers to avoid potential short and long-term consequences.
2020
Tiago, Catarina Dias-Vaz, Marta Carvalho, Ana Filipa Barata, Melanie Marques, Ana
Tempo de Incerteza ou Tempo de Oportunidades? Comentário ao Artigo
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Tempo de Incerteza ou Tempo de Oportunidades? Comentário ao Artigo
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Tempo de Incerteza ou Tempo de Oportunidades? Comentário ao Artigo
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Barotrauma may be a specially relevant concern in COVID-19 ventilated patients
Invasive mechanical ventilation plays a key role in the management of respiratory failure induced by SARS-CoV-2 infection. Patients with COVID-19 have been associated with need for both long periods of ventilation and higher pressures applied to a often damaged lung parenchyma. These features may prompt an increased risk of lung injury, namely barotrauma, even when a lung protective ventilation strategy is applied. We report a case of a COVID-19 ventilated patient who developed several barotrauma related complications that ultimately led to death.
2021
Alves, Adelaide Romano, Carolina Fonseca, Tatiana Pipa, Sara
Parturients with COVID-19 undergoing anaesthesia or analgesia for labor, delivery or cesarean section: a retrospective observational study
Introdução: A doença Coronavírus 2019 (COVID-19), causadora do Síndrome Respiratório Agudo Severo 2 (SARS-CoV-2), foi reportada pela primeira vez, em Wuhan (China) e declarada como pandemia em março de 2020. Até à data, são limitadas as informações clínicas, abordagem anestésica e prognóstico das grávidas infetadas. O objetivo deste estudo, foi a caraterização da experiência clínica e segurança das técnicas anestésicas na abordagem à grávida infetada e submetida a técnicas anestésicas/analgésicas para trabalho de parto ou cesariana. Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo incluindo todas as parturientes infetadas admitias no Centro Hospitalar Universitário de São João. Dados sobre o contexto demográfico, epidemiológico, resultados dos estudos laboratoriais e imagem radiológica realizados à admissão foram colhidos. Analisou-se os procedimentos anestésicos/analgésicos realizados, bem como dados relacionados com a cirurgia, puérpera e neonato. Resultados: Incluiu-se neste estudo 15 parturientes infetadas com SARS-CoV-2. Sintomas e características clínicas foram semelhantes às reportadas na população adulta não obstétrica. O parto vaginal e anestesia/analgesia do neuroeixo foi realizada na maioria dos casos, em contraste com os estudos previamente publicados. Das parturientes sob analgesia epidural, a maioria permaneceu com Patient Controlled Epidural Analgesia até ao parto. Apenas em um caso foi necessário anestesia geral e intubação traqueal. Todos os recém-nascidos foram negativos para SARS-CoV-2. Não foram reportados complicações ou eventos críticos maternos ou nos recém-nascidos. Conclusão: Neste estudo, as técnicas regionais para anestesia/analgesia para trabalho de parto foram a primeira linha na abordagem anestésica das parturientes infetadas. A segurança e eficácia destes procedimentos foram verificadas sem complicações maternas ou neonatais.
2021
Silva, Ana Inês Fonseca, Diana Castro, João Lusquinhos, João Sampaio, Catarina
Uma perspetiva externa aos “Tempos de incertezas ou tempos de oportunidades”
Editorial: Uma perspetiva externa aos “Tempos de incertezas ou tempos de oportunidades”
Toxicidade sistémica por anestésicos locais fora do bloco operatório
Os anestésicos locais são amplamente usados na prática clínica dos anestesiologistas e é também frequente o seu uso por médicos não anestesiologistas em locais fora do bloco operatório para procedimentos minimamente invasivos. Uma vez que a toxicidade por anestésicos locais é complicação grave e potencialmente fatal, todos os profissionais de saúde devem reconhecer precocemente sinais e sintomas e iniciar o seu tratamento. Neste trabalho é relatado um caso de alteração do estado de consciência por toxicidade sistémica por anestésicos locais após infiltração de doses elevadas de lidocaína. O imediato reconhecimento da situação pela equipa de emergência intra-hospitalar, da qual o anestesiologista é muitas vezes parte integrante, é essencial para a atempada administração de emulsão lipídica que pode prevenir consequências fatais.
2021
Alves, Sara Sousa Pacheco, Cecilia Assunção, Fátima Oliveira, José Lencastre, Luis
Near-infrared spectroscopy in subclavian steal syndrome anesthetic management
Subclavian steal is a rare condition caused by steno-occlusive disease in the proximal subclavian artery and systemic hypertension can be a physiologic response to maintain adequate cerebral perfusion. Perioperative arterial pressure targets should be individualized specially in hypertensive patients and remains challenging in most patients. Cerebral oxymetry monitor can be a powerful tool in detection and correction of cerebral ischemia associated with arterial pressure drops.
2021
Alves, Sara Sousa Martins, Filipa Faria, Tiago