Repositório RCAAP
Editorial
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Improving outcomes with multifocal intraocular lenses: managing glaucoma and macular evaluation
The purpose of this manuscript is to review published literature regarding the role of OCT in the preoperative evaluation of candidates to cataract surgery with MIOL and the postoperative impact these IOL can have in OCT evaluation of the posterior segment. We also update current knowledge about MIOL use in glaucoma patients and the effect this IOL technology can have in visual field assessment after surgery. Furthermore, we present our data regarding a small group of patients with healthy eyes who underwent phacoemulsification and implantation of a MIOL: extended depth of focus TECNIS Symfony (Abbott Medical Optics, Santa Ana, USA) or trifocal Finevision (PhysIOL, Liége, Belgium). We analyzed the results of postoperative macular imaging using Cirrus HD-OCT 4000 (Carl Zeiss Meditec, Jena, Germany) and postoperative automated perimetry testing with Humphrey Visual Field 30-2, SITA-standard (Carl Zeiss Meditec).
2016
Ribeiro, Filomena Ferreira, Tiago Feijóo, Bernardo Dinis da Gama, Rita Gonçalves, Cláudia Couceiro, Joana Souza e Silva, Ana
Editorial
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A cirurgia combinada na actualidade
É cada vez mais frequente a coexistência de glaucoma e catarata na nossa prática clínica diária. Este artigo de revisão pretende avaliar, de forma sucinta, as indicações para a cirurgia combinada de glaucoma e catarata, as diferentes técnicas cirúrgicas utilizadas, os respectivos resultados e as suas complicações. Através de uma revisão da literatura, discute-se a abordagem inicial à patologia combinada, as incidências da cirurgia filtrante tradicional, o papel da facoemulsificação isolada e os resultados expectáveis com a cirurgia de glaucoma minimamente invasiva. Concluímos que a cirurgia de catarata isolada pode reduzir a PIO, particularmente nos ângulos fechados, e que pode ser indicada nos glaucomas iniciais. À medida que a cirurgia minimamente invasiva melhora a sua relação custo-benefício, capitalizando a redução da pressão e do número de fármacos se combinada com a facoemulsificação, afigura-se iminente uma mudança de paradigma para os nossos doentes com glaucoma ligeiro a moderado. Ao pouparmos a conjuntiva destes doentes, não limitamos o sucesso de futuros procedimentos, muito eficazes mas também mais agressivos, se forem necessários. Nos glaucomas mais avançados, estas cirurgias filtrantes mais tradicionais são ainda a melhor opção para o controlo da doença, de forma sequencial ou combinada.
EDITORIAL
Secretário de Estado Adjunto e da Saúde
AVALIAÇÃO DA CAMADA DE CÉLULAS GANGLIONARES DA RETINA: UM FACTOR A CONSIDERAR NO EDEMA MACULAR DIABÉTICO TRATADO
Introdução: No edema macular diabético (EMD) tratado a resolução do EM com restauração do contorno foveal normal, nem sempre é acompanhada de melhoria da acuidade visual (AV). O objetivo do estudo é avaliar a camada de células ganglionares da retina (CCGR) no EMD tratado e correlacionar com a recuperação funcional. Métodos: Estudo caso-controlo entre doentes com EMD tratado (sem EM após tratamento, contorno foveal normal e espessura macular central (EMC) <321µm) e doentes diabéticos sem história de EMD (controlos). A avaliação da EMC e da espessura da CCGR foi feita com o volume scan de 19 linhas do SD-OCT e apresentada segundo a grelha ETDRS. A informação referente ao sexo, idade, valor da hemoglobina glicada, status do cristalino, classificação da retinopatia diabética, tratamentos oftalmológicos prévios e AV, também foi avaliada. Resultados: A EMC média no grupo de EMD tratado foi de 284.9±33.6µm, enquanto o valor correspondente no grupo controlo foi de 284.8±31.0µm (p=0.96). A MAVC no grupo do EMD tratado (0.57±0.2) mostrou ser inferior à do grupo controlo (0.81±0.16, p<0.001). De forma semelhante, a espessura da CCGR no EMD tratado (16.8±4.8µm) foi significativamente menor que a do controlo (21.3±7.6µm, p=0.008). No grupo de doentes com EMD tratado, a EMC teve uma correlação positiva moderada com a MAVC (r=0.5, p<0.001); enquanto a espessura da CCGR evidenciou uma correlação positiva forte (r=0.7, p<0.001). Conclusão: No EMD tratado apesar da normalização da EMC, a espessura da CCGR é significativamente menor que nos controlos e está fortemente correlacionada com a resposta funcional, sendo portanto um fator a considerar na avaliação clínica desses doentes.
BOWMAN’S LAYER DYSTROPHY WITH IRIDO-FUNDAL COLOBOMA IN THE SAME PATIENT: A CASE REPORT
Introduction: The corneal dystrophies are rare corneal diseases, defined as bilateral, symmetric and inherited conditions. Ocular coloboma is a congenital defect caused by embryogenesis imperfection, during the sixth week of development. Purpose: The authors report the first clinical case in literature of the association of cornea dystrophy and irido-fundal coloboma. Case report: The authors describe the case of a 34-year-old woman, with decrease visual acuity (VA) in the right and left eyes (RLE). She has had an ocular illness since young, with corneal erosions. Her family members also have alterations in the cornea, her father has held a bilateral corneal transplant. Ophthalmic examination showed a best-corrected visual acuity (BCVA) of 20/40 in the RE and 20/100 in the LE. Biomicroscopy showed an inferior iris coloboma in the LE. A deposition of reticular/granular substance in the Bowman’s layer was observed in both eyes, sparing the limbal portion, compatible with a corneal dystrophy. Fundus examination showed a coloboma in the LE that involves the inferior retina and the optic nerve, no changes in the RE fundus was observed. She started treatment with ocular lubrificant preservative-free eyedrops. The patient has remained stable within 1-year follow-up. Conclusions: This is the first case report of the association of cornea dystrophy and irido-fundal coloboma. The greater decrease in VA in the LE appears to be due to the combination of these two entities in this eye. Despite the Bowman’s layer dystrophy has an autosomal dominant pattern, coloboma seems to have been an acquired change.
2017
Mota, Mafalda Sofia Benavente Pedrosa, Catarina Silva, Diana Pires, Graça Pêgo, Peter Vendrell, Cristina Prieto, Isabel
Editorial
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Optic and peripheral neuropathy due to ethambutol
We present a case of a 77 year-old woman, diagnosed with an atypical mycobacteria, started on treatment with ethambutol (EMB), rifamycine and ciprofloxacin. Eight months later she presented with symptoms of peripheral sensory neuropathy, detected on electromyography 2 months later. One month after, she developed bilateral optic neuropathy, leading to treatment suspension. Follow-up showed almost complete recovery of visual function, which is not always the case. Peripheral neuropathy should alert clinicians to the risk of optic neuropathy due to EMB. With increased incidence of tuberculosis worldwide, more cases of optic neuropathy associated with EMB may be reported.
2018
Simões da Silva, Filipe Bravo Marques, José Maria
CICLOFOTOCOAGULAÇÃO TRANSCLERAL LASER DÍODO (CTLD) NO TRATAMENTO DO GLAUCOMA: RESULTADOS DOS ÚLTIMOS 8 ANOS
Objetivo: Avaliação dos resultados clínicos dos doentes submetidos a CTLD no Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar do Porto, EPE entre Agosto de 2006 e Agosto de 2014. Material e Métodos: Estudo retrospetivo em que foram incluídos 130 olhos (121 doentes) com diferentes tipos de glaucoma. O follow-up mínimo foi de 3 meses. Definiu-se sucesso cirúrgico relativo como pressão intra-ocular (PIO) < 22 mm Hg com medicação antiglaucomatosa, sucesso cirúrgico absoluto quando PIO < 22 mm Hg sem recurso a medicação e falência sempre que PIO ≥ 22 mm Hg com medicação e/ou necessidade de outra intervenção para controlar a PIO. Foram analisadas variáveis demográficas, antecedentes cirúrgicos, PIO no 1º dia; 1º, 3º, 6º mês, 1º ano e à data da última consulta, melhor acuidade visual corrigida (MAVC) pré e pós-operatória, número de fármacos pré e pós-cirurgia, entre outras. Resultados: De um total de 121 doentes, 63 eram do sexo feminino (52.1%) com idade média 59.35 (±16.84). A taxa global de retratamento foi de 21,5 %. O glaucoma neovascular foi o diagnóstico mais frequente (40,8%). O follow-up médio foi 28,71 ± (21,26) meses [3-89]. A PIO pré-operatória média foi de 33,9 ± 9,93 e a pós-operatória foi de 17,57 ± 8,00 na última consulta. A diferença entre a PIO pré e pós-operatória foi estatisticamente significativa (p <0.01). A média de fármacos diminuiu de 3,00 ± 1,06 para 1,41 ± 1,27 após a cirurgia (p <0,01). As principais complicações foram 24 casos (18,5 %) de perda de percepção luminosa, 8 casos (6,2%) de hemorragia subconjuntival, e 8 casos (6,2%) de reação inflamatória de câmara anterior. 6 casos (4,6%) apresentaram hipotonia (PIO ≤ 5mm Hg ao final de 1 ano). 43,8 % dos casos atingiram sucesso cirúrgico relativo e 25,4 % sucesso cirúrgico absoluto à data da última avaliação (Taxa de sucesso global = 69,2%). Foi registada falência em 30,8 % dos olhos. Conclusão: A CTLD assume-se como uma técnica cirúrgica segura e eficaz que deve ser equacionada perante o insucesso do tratamento médico e/ou cirúrgico. Os resultados revelam-se encorajadores e possibilitam ponderar o uso desta técnica em vários tipos de glaucoma e não exclusivamente como terapêutica de última linha.
2018
Figueiredo, Ana Abreu, Carolina Monteiro, Silvia Reis, Rita Sampaio, Isabel Menéres, Maria João
ECTRÓPION UVEAL CONGÉNITO - “UM NEVUS DA ÍRIS QUE É OUTRA COISA”
Objectivos: O Ectrópion Uveal Congénito (EUC) é uma condição rara, tipicamente unilateral e não progressiva, com documentação escassa na literatura científica. Caracteristicamente, o olho afectado apresenta-se com ptose palpebral moderada, superfície da íris sem criptas, atrofia do estroma, inserção anterior da íris e, em alguns casos, disgenesia do ângulo camerular. Pode surgir como variante anatómica isolada ou associada a outras doenças oculares e/ou sistémicas. Um seguimento clinico a longo prazo pode revelar o desenvolvimento de glaucoma nestes doentes, estando estas duas patologias associadas em cerca de 70-90% dos casos. Material e Métodos: Descrição de um caso clínico com base na informação do processo clínico e observação do doente. Resultados: Doente do sexo masculino, 8 anos de idade, sem antecedentes pessoais ou familiares conhecidos, foi enviado à consulta de Oftalmologia Pediátrica por nevus da íris do olho direito. À observação apresentava ptose palpebral ligeira-moderada OD, MAVC ODE de 10/10, ectrópion uveal OD, mas sem outras alterações à biomicroscopia, PIO ODE de 18 mmHg, grau 3 de Shaffer em todos os quadrantes com sinéquias anteriores periféricas no sector nasal-inferior na gonioscopia de OD e fundo ocular sem alterações. Conclusões: O EUC é um achado raro e com relevância clínica. O diagnóstico de EUC numa criança implica um seguimento clínico a longo prazo, rastreando o eventual aparecimento de hipertensão ocular, glaucoma ou outras anomalias originárias da crista neural.
INDICAÇÕES E RESULTADOS DE COLÍRIO DE CICLOSPORINA A – ESTUDO RETROSPETIVO DE 6 ANOS
Introdução: A ciclosporina A (CsA) tem sido utilizada com eficácia e segurança no tratamento de várias patologias da superfície ocular dependentes de corticoterapia tópica, evitando os seus efeitos indesejáveis. O objetivo deste trabalho foi descrever e analisar as indicações e resultados da utilização do colírio de CsA a 1% nos últimos 6 anos no Hospital de Santa Maria. Material e métodos: Análise retrospetiva dos processos clínicos de todos os doentes que iniciaram tratamento com colírio de CsA a 1% no Serviço de Oftalmologia do Hospital de Santa Maria entre 2009 e 2015. Resultados: Foram incluídos 104 olhos de 62 doentes, com idade média 36±24 anos. As indicações para utilização de CsA a 1% foram: queratoconjuntivite vernal (QCV) (36%), profilaxia ou tratamento de rejeição de enxerto querático (19%), olho seco (15%), queratite numular (11%), doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) (6.5%) e outros (13%). Previamente à utilização de CsA, 84% dos doentes receberam tratamento com corticoide tópico. Nestes, foi possível a sua suspensão em 71% dos casos. Verificou-se maior eficácia na suspensão de corticoide tópico na QCV (91%) e na queratite numular (86%). A CsA foi suspensa por intolerância em 9 doentes (15%), 5 dos quais com olho seco. Conclusões: A CsA a 1% tópica mostrou-se sobretudo eficaz no tratamento de QCV. Pode ser também uma boa opção terapêutica na queratite numular, apesar de se ter verificado recorrência após descontinuação da CsA na maioria dos doentes. A tolerância foi baixa nos doentes com olho seco.
XEN 45 Gel Stent: Cirurgia Minimamente Invasiva no Tratamento do Glaucoma de Ângulo Aberto.
Resumo Objetivo: O Xen45 Gel Stent é um dispositivo inovador na cirurgia minimamente invasiva (CMIG) do glaucoma de ângulo aberto (GAA) que é introduzido na câmara anterior através de uma incisão corneana de forma poupadora de conjuntiva, permitindo a drenagem controlada do humor aquoso para o espaço subconjuntival. O objetivo deste estudo é averiguar a eficácia e segurança deste dispositivo, associado ao uso de Mitomicina C (MMC) subconjuntival, em doentes com GAA. Material e Métodos: Estudo prospetivo, não randomizado, envolvendo 16 olhos de 14 doentes com GAA, não controlados ou com intolerância a tratamento médico, submetidos a implante de XEN 45 Gel Stent juntamente com MMC, com 5 a 12 meses de follow-up (x=7,94m±3,193). Os doentes foram reavaliados no 1º dia, 1ª semana e ao 1º, 3º, 6º e 9º mês de pós-operatório. Foram adquiridos dados em relação à PIO, dimensões da bolha de filtração (avaliada numa escala de 1 a 4), complicações, necessidade de reintervenção e reintrodução de hipotensores. Foi aplicado o teste de Wilcoxon para correlacionar os valores de PIO pre- e pós-operatórios, e o teste de Pearson para determinar a relação entre a redução de PIO e a idade dos doentes. Foi aplicado o teste t de Student para comparação de redução da PIO entre doentes submetidos a cirurgia simples e cirurgia combinada (inserção do XEN Gel Stent e cirurgia de catarata). Resultados: Os valores médios de PIO no pré-operatório foram de 21,56±4.93 mmHg e de 11,62±6.20 mmHg; 12,93±5,95 mmHg, 17,56±5,97 mmHg; 14,07±4.01 mmHg; 14,34±2,77 mmHg e 14,33±4,34 mmHg no 1º dia, 1ª semana, 1º, 3º, 6º e 9º mês, respetivamente. As dimensões da bolha de filtração foram de 3,19; 2,63; 2,56; 2,56; 2,27; 2,11 no 1º dia, 1ª semana, 1º, 3º, 6º e 9º mês, respetivamente. Foram necessárias reintervenções em 7 olhos (3 desobstruções de tubo com laser Nd:YAG; 5 needlings para reabilitação da bolha de filtração; 1 recobrimento conjuntival de tubo extrusado). A redução da PIO foi estatisticamente significativa em comparação aos valores pré-operatórios em todos os pontos avaliados (p<0.01), à exceção do 1º mês de pós operatório. Foi verificada uma correlação inversa, estatisticamente significativa, entre redução de PIO e idade no primeiro dia e aos 6 meses de pós-operatório (r=-0.726; p<0.002 e r=-0.710;p<0.007 respetivamente). Foi possível uma redução do tratamento hipotensor de 88% aos 9 meses de follow-up. Conclusões: O implante do dispositivo XEN 45 Gel Stent em combinação com MMC subconjuntival reduziu de forma significativa a PIO aos 9 meses de follow-up, sem incidência de complicações significativas. Verificou-se a necessidade de recorrer a needling e/ou laser, visando a desobstrução do implante ou revisão de bolha, numa percentagem significativa de doentes. Palavras chave: Glaucoma de ângulo aberto, Cirurgia Minimamente Invasiva, XEN 45 Gel Stent. Abstract Purspose: The XEN 45 Gel Stent is an innovative device in minimally invasive glaucoma surgery (MIGS) for the treatment of open angle glaucoma (OAG) that is inserted into the anterior chamber through a corneal incision in a conjunctival sparing fashion, allowing for a controlled aqueous humor derivation into the subconjunctival space. The purpose of this study was to investigate its efficacy and security, in association with subconjunctival Mitomycin C (MMC) in the treatment of OAG. Material and Methods: Prospective, nonrandomized clinical study involving 16 eyes of 14 patients with OAG, resistant or intolerant to antiglaucomatous medical treatment, submitted to XEN 45 Gel Stent implantation in association with subconjunctival MMC, with 5 to 12 months of follow-up (x=7,94m± 3,193). Patients were seen on the 1st day, 1st week, 1st, 3rd, 6th and 9th months post-operative. The following variables were studied at all visits: Intraocular pressure (IOP), bubble dimensions (on a subjective scale of 1 to 4), intraoperative and postoperative complications, reinterventions and number antiglaucomatous agents. Wilcoxon signed rank test was used to correlate pre- and postoperative IOP variation. Pearson correlation was applied to evaluate the connection between IOP reduction and age. Independent t student test was used to compare IOP reduction in patients submitted to sole XEN Gel Stent implantation versus combined surgery with cataract extraction. Results: Mean preoperative IOP values were 21,65±4,93 mmHg, mean postoperative IOP values were 11,62±6.20 mmHg; 12,93±5,95 mmHg, 17,56±5,97 mmHg; 14,07±4.01 mmHg; 14,34±2,77 mmHg and 14,33±4,34 mmHg on the 1st day, 1st , 3rd, 6th and 9th months, respectively. Bubble dimensions were 3,19; 2,63; 2,56; 2,56; 2,27; 2,11 on the 1st day, 1st , 3rd, 6th and 9th months, respectively. 7 eyes were submitted to reinterventions ( Nd:YAG laser to restore tube lumen patency, needlings for filtration bubble rehabilitation and one autologous conjunctival transplant to cover a conjunctival erosion caused by a tube extrusion). The IOP reduction was statistically significant at all timepoints (p<0.01), except for the 1st month postoperatively. There was a statistically significant inverse correlation between the IOP reduction and age at the 1st day and 6th months. (r=-0.726; p<0.002 e r=-0.710; p<0.007 respectively). It was possible to reduce medical antiglaucomatous treatment by 88% at 9 months. Conclusion: The implantation of the XEN45 Gel Stent in combination with subconjunctival MMC significantly reduced the IOP at 9 months of follow-up, without the incidence of significant complications. There was a need for needling and/or laser to reestablish tube patency and filtration bubble function in a significant number of patients. Key words: Open angle glaucoma. Minimally invasive glaucoma surgery. XEN 45 Gel Stent.
2017
Crisóstomo, Sara Cardigos, Joana Costa, Livio Miguel Proença, Rita Coelho, Nuno Anjos, Rita Cardoso, Mariana Gomes, Teresa
Selective laser trabeculoplasty in the treatment of glaucoma: from eight to eighty
Purpose: To evaluate the efficacy of selective laser trabeculoplasty (SLT) in eyes with open-angle glaucoma (OAG) in early and advanced stage. Material and methods: Retrospective review of patients treated with SLT in our hospital with a follow-up time of 6 months. SLT was performed in eyes with primary or pseudoexfoliation OAG. Indications for the procedure were insufficient intraocular pressure (IOP) control or poor compliance to medical treatment. IOP records were obtained preoperatively, 2 weeks, 2 and 6 months after laser treatment. There were considered as success criteria in early glaucoma group a reduction of IOP<21 mmHg and> 20% of the initial IOP, and for advanced glaucoma group a reduction of IOP<18 mmHg and> 20% from baseline. Results: Forty-four eyes from 34 patients were included in the study. In early glaucoma stage group, it was observed a mean IOP reduction of -7.46 mmHg (p<0.001) and IOP reduction <21 mmHg and >20% of the preoperative value was observed in 76.9% of eyes at 6 months of follow-up. In advanced glaucoma stage group, it was observed a mean IOP reduction of -5.30 mmHg (p <0.001) and IOP reduction IOP <18 mmHg and> 20% of the preoperative IOP was observed in 78.9% of eyes at 6 months after completion of SLT. There were no reports of complications associated with SLT. Conclusions: At 6 months the SLT seems to be a safe and effective procedure in the treatment of eyes with OAG in early and advanced stage.
2017
Gonçalves, Rita Bastos, Ricardo Tenedório, Paula Coelho, Pedro Maio, Tiago Moreira, Jorge
A MORFOLOGIA ENDOTELIAL E A ESPESSURA CENTRAL DA CÓRNEA EM IDADE PEDIÁTRICA -ANEXOS
INTRODUÇÃO: A microscopia especular é habitualmente utilizada no estudo da patologia da superfície ocular. Todavia, a análise celular endotelial é essencial para determinar a sua variação ao longo da vida. O objectivo deste estudo é a avaliação da morfologia endotelial e espessura central da córnea (ECC) em crianças saudáveis entre os 5 e os 15 anos, avaliando a sua variação segundo a idade. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo de 40 olhos de 40 crianças saudáveis, divididos em dois grupos. O grupo 1 formado por 20 crianças entre os 5-9 anos; o grupo 2 formado por 20 crianças entre os 10-15 anos. A densidade celular endotelial (DCE), o coeficiente de variação (CV) e a percentagem de células hexagonais (HEX) foram avaliados por microscopia especular de não contacto. A ECC foi avaliada por tomografia de segmento anterior. RESULTADOS: A DCE é maior no grupo 1 (2906.05 ± 344.91 cel/mm2) comparativamente ao grupo 2 (2597.89 ± 276.61 cel/mm2), (p= 0.003). Não foram encontradas diferenças paquimétricas significativas entre o grupo 1 (556.35 ± 29.03 μm) e o grupo 2 (537.90 ± 29.22 μm). A DCE correlacionou-se negativamente com a idade (r=-0.438 e p=0.005) e a percentagem de células hexagonais correlacionou-se negativamente com o CV (r= - 0.345; p= 0.029). CONCLUSÃO: A DCE diminui com o aumento da idade em crianças saudáveis. Não se verificaram variações significativas da CV, HEX e da ECC entre os dois grupos etários. Salienta-se a importância dos dados obtidos como base normativa e a sua relevância para estudo da patologia da superfície ocular na criança.
2018
Cardigos, Joana Neri, Guilherme Crisóstomo, Sara Paixão, Ana Martins, Mariza Marques, Margarida Toscano, Alcina
ESPESSURA DA CORÓIDE NA DOENÇA DE ALZHEIMER VERSUS ENVELHECIMENTO
Introdução: Os fatores vasculares desempenham um papel importante na patogénese da doença de Alzheimer (DA). O estreitamento dos vasos da retina está amplamente descrito na literatura mas, no entanto, as alterações da coróide nesta doença estão ainda pouco descritas e ainda menos compreendidas. Os autores têm como objetivo medir a espessura da coróide em 13 localizações diferentes, centrifugas à fóvea, com recurso ao EDI-OCT (Enhanced Depth Imaging - Optical Coherence Tomography), e comparar a espessura da coróide em doentes com DA com a de indivíduos normais mais idosos. Métodos: Estudo observacional transversal que incluiu cinquenta olhos de 50 doentes com diagnóstico de DA, com uma idade média de 73 anos (DP±5,36) e 50 olhos de 50 indivíduos controlo muito idosos, com média de idade de 82,14 (DP±3,67). Todos os indivíduos foram submetidos a avaliação neuropsicológica e oftalmológica. As imagens da coróide foram obtidas por EDI-OCT. A espessura da coróide foi medida de forma manual, subfovealmente, e em intervalos de 500 µm até 1,5 mm temporal, nasal, superior e inferior à fóvea. A análise estatística foi realizada para avaliar variações de espessura da coróide em cada localização. Resultados: Observou-se uma tendência generalizada para a diminuição da espessura da coróide nos doentes com DA face aos doentes muito idosos (137,60 a 179,50µm versus 156,34 a 190,44µm, respetivamente). Esta tendência teve significância estatística em 3 localizações: subfoveal, 500 e 1000 µm temporais à fóvea (p <0,05). Conclusão: Os doentes com DA mostraram uma redução estatisticamente significativa da espessura da coroideia em 3 das localizações estudadas. Este adelgaçamento coróideu pode refletir a importância do factor vascular na patogénese desta doença, e representar mais um biomarcador para o diagnóstico da distinto do envelhecimento.
PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA OPACIFICAÇÃO DE UM MODELO DE LENTE INTRAOCULAR ACRÍLICA HIDROFÍLICA/HIDROFÓBICA
OBJETIVOS Determinar a prevalência e fatores de risco associados à opacificação da lente intraocular (LIO) LS-502-1. MATERIAL E MÉTODOS Estudo transversal. Doentes submetidos a cirurgia de catarata entre Janeiro 2010 e Março 2012, com implante da LIO Lentis® LS-502-1, foram convocados para observação. Nesta consulta foi realizada uma anamnese completa, com avaliação oftalmológica completa que incluiu determinação da melhor acuidade visual corrigida, biomicroscopia e fundoscopia sob midríase farmacológica. Em todos os casos de lentes opacificadas foi realizado o registo fotográfico. RESULTADOS Foram incluídos 169 olhos de 154 doentes, com idade média de 78.5±7.9 anos. O tempo médio de seguimento desde o implante da LIO foi de 65.6±10.0 meses. A taxa de lentes opacificadas foi de 53.3% (n=90) e a sua proporção variou significativamente com o aumento do número de série: o risco de opacificação foi 6.0 vezes superior para LIOs com número superior a 20000300000. Até Agosto de 2016, 32.2% das lentes opacificadas (n=29) foram explantadas. A avaliação laboratorial destas lentes demonstrou a presença de depósitos de cálcio na superfície e interior do material acrílico. CONCLUSÕES A opacificação da LIO Lentis 502-1 foi observada em 53.3% dos casos, tratando-se da maior prevalência de opacificação até agora descrita para qualquer modelo de lente intraocular. A aglomeração de lentes opacificadas em determinados números de série é sugestiva de, pelo menos em parte, este fenómeno ser secundário ao método de produção da LIO.
2018
Costa, José F. Ramos, Paula Marques, Marco F. Henriques, Jorge Póvoa, João Lobo, Conceição Rodriguez, Alejandra E. Alio, Jorge L. Werner, Liliana Murta, Joaquim
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL NA AVALIAÇÃO DA NEUROADAPTAÇÃO APÓS IMPLANTE DE LENTE MULTIFOCAL
OBJETIVO Avaliar, ao longo dos primeiros 6 meses pós-operatórios, o impacto cortical do deslumbramento num grupo de doentes implantados com lente intraocular multifocal através de ressonância magnética funcional (RMNf) MATERIAL E MÉTODOS Estudo prospetivo, comparativo, incluindo doentes (n=10) submetidos a implante bilateral de uma lente multifocal e um grupo de controlo não interventivo (n=10). Na 3ª semana e 6º mês pós-operatórios, foi realizado um exame oftalmológico complementado por RMNf. O estímulo funcional consistiu num padrão sinusoidal com contraste limiar (obtido através de psicofísica). Em metade dos ciclos de RMNf, o estímulo encontrava-se rodeado por uma fonte de luz para induzir deslumbramento. RESULTADOS Na 3ª semana pós-operatória, o deslumbramento induziu, no grupo de doentes, um atraso e diminuição do sinal BOLD máximo obtido com o estímulo sinusoidal (no córtex visual V1: βmax 0.03±0.04 e 0.10±0.03, com e sem deslumbramento, respetivamente). No grupo de controlo não se observaram alterações significativas. Ao 6º mês, observou-se um aumento de βmax (0.09 para 0.17) bem como do sinal BOLD total (área sob a curva 0.31 vs. 0.17 na 1ª visita, p<0.05). Estas alterações também foram observadas para as áreas visuais V2 e V3. O grupo de controlo apresentou um desempenho semelhante nas 2 visitas. CONCLUSÕES Os nossos resultados demonstram que é possível medir objetivamente o impacto do glare a nível cortical em indivíduos com lentes intraoculares multifocais e sugerem que mecanismos corticais são importantes para a melhoria das queixas visuais em doentes com lentes multifocais, confirmando, pela primeira vez, a ocorrência de fenómenos de neuroadaptação.
2018
Costa, José F. Rosa, Andreia Miranda, Ângela Almeida, Elisabete Silva, Fátima Castelo-Branco, Miguel Murta, Joaquim
ESCLERECTOMIA PROFUNDA NÃO PENETRANTE POR LASER DE CO2 VERSUS TRABECULECTOMIA TIPO CAIRNS: RESULTADOS A TRÊS MESES
OBJETIVO: Comparação da eficácia e segurança a 3 meses da esclerectomia profunda não penetrante assistida por LASER CO2 (CO2 LASER-assisted sclerectomy surgery, CLASS) com a trabeculectomia tipo Cairns (TRAB) em doentes com glaucoma de ângulo aberto. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospetivo. Incluíram-se doentes consecutivos com glaucoma primário de ângulo aberto ou glaucoma pseudoesfoliativo, candidatos a cirurgia filtrante. Considerou-se “sucesso completo” uma pressão intraocular (PIO) >5 e <20mmHg ao 3º mês, ou uma redução ≥30% sobre a PIO inicial. O “sucesso qualificado” envolveu critérios idênticos com necessidade de terapêutica adjuvante. RESULTADOS: Incluíram-se 38 olhos (38 doentes) submetidos a CLASS (n=18) ou TRAB (n=20). Não foram verificadas diferenças na idade (p=0,396), PIO (p=0,168), número de fármacos hipotensores (p=0,635), sensibilidade foveal (p=0,227), mean deviation (p=0,457), ou pattern standard deviation (p=0,313) entre os dois grupos, na avaliação inicial. Observaram-se três episódios de hifema e uma hipotalamia no grupo TRAB. Realizaram-se sete needlings no grupo TRAB e duas goniopunções no grupo CLASS. A redução média da PIO nos dois grupos (p=0,976) e o número de colírios ao 3º mês (p=0,549) foi semelhante. Observou-se sucesso completo em 45% e sucesso qualificado em 95% dos doentes do grupo TRAB, comparativamente a 66,7% e 94,4% no grupo CLASS, respetivamente. No grupo TRAB, observou-se uma hipotonia persistente. No grupo CLASS ocorreu uma hipertensão intraocular refratária a colírios. CONCLUSÕES: Apresentamos o primeiro estudo que compara a técnica CLASS à TRAB. Este procedimento demonstrou eficácia semelhante à TRAB, aliada a uma maior percentagem de sucesso completo e menor número de complicações.
2017
Marques, Marco Frederico Raimundo, Miguel Fonseca, Cristina Costa, José Rocha, Tânia Cardoso, João Faria, Pedro Silva, João Filipe Moura Pereira, José Neto Murta, Joaquim
NEEDLING PÓS FALÊNCIA DE TRABECULECTOMIA. FACTORES DE RISCO DE FALÊNCIA E INFLUÊNCIA DOS ANTI-MITÓTICOS. RESULTADOS A LONGO PRAZO
Introdução: A falência cirúrgica da trabeculectomia verifica-se especialmente até à oitava semana, podendo a sua incidência chegar aos 28%. A revisão transconjuntival - needling, utilizando anti-mitóticos, tem aumentado a sobrevivência cirúrgica. Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos doentes submetidos a needling com informação clínica completa sobre controlo tensional, terapêutica realizada, fármacos com ou sem conservantes, patologia da superfície ocular, cirurgias combinadas e complicações. Consideraram-se os períodos de follow up: pré-operatório, um ano pós cirurgia e a observação mais recente. Identificaram-se os anti-mitóticos utilizados na trabeculectomia e no needling: mitomicina C (MMC) versus 5-fluouracilo (5-FU) para análise comparativa. Considerou-se “sucesso absoluto” a pressão intraocular (PIO) <18 mmHg sem terapêutica, e “sucesso relativo” a PIO <18 mmHg com terapêutica. Resultados: Amostra com 93 olhos tratados. 51.6% realizou needling nos primeiros 90 dias. A média ± desvio padrão do número de fármacos foi sequencialmente: 3.34 ± 1.12, 1.39 ± 1.18 e 1.82 ± 0.13; e a PIO de 23.3 ± 5.68, 14.82 ± 4.23 e 13.99 ± 3.21 (p≤0.05). Não se verificaram associações estatísticas entre número de fármacos no pré-operatório, presença de conservantes, género, precocidade de reintervenção e complicações com a obtenção de sucesso. Obteve-se sucesso absoluto em 24.7%. Em 29.1% repetiu-se needling e, em 8.6%, a PIO final foi >18 mmHg. A possibilidade de sucesso aplicando MMC pareceu ser superior à do 5-FU, OR=2.699, para intervalos entre cirurgias constantes. Conclusão: A técnica de needling com anti-mitóticos demonstrou segurança e eficácia prolongadas, evitando a necessidade de reintervenção.