Repositório RCAAP

Moncorvo e os seus antecedentes no contexto transmontano, na Idade Média

<p>O autor apresenta um estudo sobre alguns aspectos ligados à história de Moncorvo, na Idade Média, tentando esboçar as linhas mestras do que esta cidade viria a ser. Expõe o enquadramento histórico desta região, no período anterior à invasão árabe de 711, acompanhando, depois, com mais pormenor, a fixação e a organização das populações neste recanto do sudeste transmontano. Por último, analisa a realidade administrativa, económica e social do concelho de Mós em meados do século XV.</p>

O papel do ensino particular na dinamização cultural de Moncorvo

<p>Na incursão histórica do ensino privado nesta região – do Liberalismo ao final do Estado Novo – temos a preocupação de sublinhar, de um modo sistematizado, os factos e as linhas de força marcantes da sua realização. As lentes analíticas utilizadas permitem-nos apreender, face às mudanças e incertezas provindas das redes político-institucionais que as enredam e que com elas interagem, os contextos de acção em que se desenvolvem as instituições educativas em causa. Entre interpretações antagónicas do princípio da liberdade de ensino e do seu exercício social, cumprem o modelo escolar enunciado pelo Estado, tanto no respeito pelos desígnios da ordem como pela definição de bem comum. Mas, ao mesmo tempo que assumem funções de produção e de reprodução sociocultural, funções de controlo e conformação ao nível dos comportamentos, ideologias, representações e expectativas, projectam-se sob um determinado grau de autonomia. Assim, organizam-se, dentro do pressuposto sociológico mais amplo, como construções sociais em permanente reestruturação, com um impacto significativo numa importante parcela da sociedade que servem.</p>

Relações culturais internacionais de Torre de Moncorvo (Séculos XV-XVII)

<p>A cultura pode ser vista de diferentes ângulos, dando lugar a várias definições, todas limitativas. A importância territorial e administrativa, jurídica e religiosa de Torre de Moncorvo nos séculos XVI e XVII é abordada, tendo sido a maior das quatro correições de Trás-os-Montes e uma das três Igrejas-Colegiadas, a norte do Rio Douro, em Portugal.</p> <p>Com o passado tão rico e um presente tão empenhado na modernização, Torre de Moncorvo, comparada com outras cidades, há muito que merecia ser distinguida com essa categoria.</p>

O poder local e a identidade cultural de Torre de Moncorvo

<p>O poder local e a Identidade Cultural de Torre de Moncorvo, é o título deste trabalho inserido no Seminário Moncorvo: da Tradição à Modernidade e resulta da necessidade de se reflectir sobre o desenvolvimento sustentado de Moncorvo para as próximas décadas. Pretendendo mostrar o papel do poder local na construção da Identidade Cultural de Moncorvo, usaram-se fontes diferenciadas, muitas delas existentes no Arquivo histórico Municipal de Torre de Moncorvo.</p> <p>Após a análise de várias acções e manifestações que tiveram lugar no concelho ao longo dos tempos, verificou-se que há uma relação próxima entre a Identidade Cultural e o Poder Local, sem a qual não se pode conhecer a verdadeira identidade deste concelho. Antes do 25 de Abril de 1974 a participação do poder autárquico era muito reduzida, enquanto que depois daquela data a intervenção é crescente e mais intensa. À medida que nos aproximamos dos dias de hoje, a intensidade e a qualidade aumentam, a que não é estranha, por um lado a comparticipação comunitária, por outro a presença de Aires Ferreira à frente dos destinos da Câmara de Moncorvo, há mais de duas décadas.</p>

Moncorvo em finais de Setecentos

<p>Torre de Moncorvo tem uma longa história, pois as suas origens antecedem as da própria nacionalidade. Nos estudos históricos que lhe têm sido dedicados encontram-se referidos alguns dos factores que lhe deram notoriedade, ao longo dos tempos. Entre eles, destacam-se: a sua localização estratégica, na Idade Média e Época Moderna, por ser um importante ponto de passagem da província trasmontana e, ao mesmo tempo, pela sua posição de proximidade relativamente ao rio Douro, que constituía, então, como que uma “auto-estrada”, muito utilizada como via de acesso ao hinterland, sobretudo ao Alto Douro, Trás-os-Montes e Beira Alta.</p> <p>Hoje em dia, Moncorvo pode oferecer serviços e experiências únicas, se continuar a investir na educação/formação e a valorizar o seu excepcional e diversificado património, nomeadamente através do turismo, com destaque para o turismo cultural, já considerado por certos autores como o passaporte para o desenvolvimento.</p>

Subsídios para o estudo das relações artísticas no Arcebispado de Braga no século XVIII

<p>Jacinto da Silva é hoje considerado na historiografia da arte portuguesa um dos vultos mais relevantes da Braga setecentista, designadamente da segunda metade da centúria, sendo o retábulo- mor da Matriz de Torre de Moncorvo a sua melhor realização, merecendo ser incluído no roteiro da melhor arte produzida no século XVIII, não só do Norte do país, mas também do restante mundo de expressão portuguesa.</p>

Património edificado no concelho de Moncorvo e interacções artísticas regionais

<p>Por ter sido cabeça de uma importante comarca, era forçoso que a vila da Torre de Moncorvo interagisse de diversos modos com um território muito vasto onde pontificavam distintas individualidades e instituições. Esse território foi sendo povoado por homens e algumas realizações materiais que mais enalteciam o orgulho dos indivíduos e das comunidades. Em boa medida, são as paisagens preenchidas por uma rede de objectos artísticos que situam a nossa memória colectiva. Importa valorizá-los para nos compreendermos melhor. Porém, esta realidade patrimonial deverá ser um foco de atracção de visitantes e o pretexto para a dinamização de algumas franjas da economia. Contudo, como assunto sério que é deve ser desenvolvido com base no estudo honesto e na promoção eficiente e rigorosa.</p>

Um projecto cultural para Moncorvo

<p>O autor lança a ideia de um centro cultural, inserido num edifício mercante no contexto de arquitectura contemporânea, e que serviria como centro de exposições de pintura de qualidade, o que poderia ser um pólo de atracção para Torre de Moncorvo.</p>

Introdução ao minério de ferro de Moncorvo

<p>A importância que, ao longo do tempo, tem tido o Jazigo de Ferro de Moncorvo justifica, só por si, a abundante e importante bibliografia sobre o mesmo, a qual se reporta quer ao enquadramento geológico-estrutural e mineiro e ao estudo do minério, quer a aspectos do aproveitamento do mesmo e a estudos metalúrgicos. Refira-se que a quantificação dos recursos/reservas deste jazigo tem, naturalmente, variado ao longo do tempo e à medida que a investigação sobre o assunto avançou.</p>

A valorização do minério de ferro de Moncorvo

<p>Na análise de qualquer tema relacionado com Moncorvo está implícita a ideia de que no centro do debate se encontra o Jazigo de Ferro, que ocupa uma grande parte da serra de Reboredo. A abordagem ao problema do ferro, no mundo globalizado em que nos encontramos inseridos, cuja evolução é crítica ao alterar o centro de gravidade dos poderes económico, financeiro e político a nível mundial, e a contribuir para a mudança dos parâmetros a ter em consideração quando se procura equacionar qualquer empreendimento que envolva capitais vultuosos.</p>

O ferro como património industrial de Moncorvo: história, mineração e indústria

<p>Em Portugal, e na própria região de Moncorvo, com raras excepções, a questão do ferro não suscitou sinergias suficientes para o lançamento de um projecto estruturante quanto à especialização cognitiva e cultural da sua presença milenar no território. Também não se transformou ainda num assunto de interesse histórico capital que preocupasse a comunidade universitária e científica portuguesa, num processo colectivo e de investigação interdisciplinar.</p> <p>As informações que dispomos acerca de Moncorvo, na sua qualidade mineira e metalúrgica, são escassas, mas associando vestígios arqueológicos a fontes documentais, não há dúvida da vivência de dezenas de gerações dedicadas ao trabalho do ferro, que com o ferro alimentavam a agricultura, as artes e ofícios, a vida quotidiana, as relações sociais, religiosas e culturais.</p>

Para a sócio-história da indústria mineira em Portugal: fontes e metodologias – um estudo de caso alargado sobre a exploração de volfrâmio em Trás-os-Montes

<p>Falar sobre fontes e metodologias para a construção da sócio-história da indústria mineira em Portugal significa, do meu ponto de vista, reflectir sobre o que designamos de poderes ocultos e práticas de história contemporânea. Partindo de alguns tópicos da nossa tese de doutoramento, desenvolvemos a vertente metodológica, mediante a ilustração de documentos e fontes (orais, escritas, iconográficas…) usadas, suas potencialidades, cruzamento e modos de serem trabalhados, com aplicação tópica a um estudo de caso alargado sobre um complexo industrial de exploração de volfrâmio no distrito de Vila Real, a Empresa Mineira de Sabrosa (EMISA), em lavra activa e intensa durante a II Guerra Mundial. Integramos na narrativa e discurso científico, muita da terminologia mineira que aprendemos no trabalho de campo, explicitando assim um outro princípio metodológico seguido que se traduz por “tomar a sério os actores”, princípio teórico que fomos buscar ao interaccionismo simbólico e à sociologia da acção: correntes sociológicas que têm informado os últimos 16 anos de nossa investigação sócio-histórica.</p>

As produções agrícolas na região de Moncorvo: problemáticas e soluções

<p>Se é certo que a actividade agrícola perdeu grande parte do seu relevo económico e mesmo âmbito geográfico, nunca como na actualidade se valorizaram tanto as produções de qualidade, associadas a um território específico. Poderá mesmo defender-se que esta asserção se aplica de forma ainda mais pertinente quando se trata de um município do interior, como o de Torre de Moncorvo, onde a base económica é directa ou indirectamente muito dependente da agricultura. Este artigo procura destacar formas inovadoras de valorização dos cultivos agrícolas tradicionais: vinha, olivais e produção de amêndoa. Será concedida maior ênfase a este último produto, tomando também como exemplo iniciativas frutícolas de outras áreas do país.</p>

Ideias e projectos de José António de Sá para o desenvolvimento económico de Moncorvo

<p>Nesta comunicação analisamos as ideias e projectos que José António de Sá (1756-1819), economista e magistrado português de finais do século XVIII. Em estudo anterior, comprovamos que o papel desempenhado pelo Corregedor se pautou não apenas pela rigorosa fiscalização na cobrança fiscal ou um cumprimento das suas obrigações de polícia, mas pela promoção da agricultura e pela criação de indústrias. Com este trabalho procuramos divulgar este papel de “magistrado económico” em prole do desenvolvimento, realçando a sua acção de viajante filósofo, a sua formação de naturalista, obtida durante os anos de estudante na Universidade de Coimbra, onde seguiu as lições de Domingos Vandelli. Com a explanação das ideias e projectos de José António de Sá pretendemos estabelecer conexão com a realidade actual. Portanto, partindo da análise aos problemas que há duzentos anos afectavam as gentes da província, e que acção do Corregedor procurou solucionar, procuramos estabelecer pontes para o presente, numa tentativa de contribuir para resolver os actuais problemas que limitam o bem-estar das populações.</p>

Fontes de capital para um desenvolvimento sustentado das comunidades do interior: o caso de Torre de Moncorvo

<p>Mais do que falar das regiões do interior atrasado, importa destacar o carácter periférico desses espaços, a dificuldade de acederem e de se integrarem em mercados mais alargados, quer de dimensão nacional, quer internacional, bem como da dificuldade em superarem as estruturas de auto-consumo, independentemente de se situarem no litoral ou no interior. Há a necessidade de se repensar a abordagem da economia clássica que confinava todo o processo produtivo à combinação óptima dos preços dos três factores de produção: terra, trabalho e capital.</p> <p>A necessidade de encontrar uma combinação inovadora dos factores de produção e aproveitar as oportunidades proporcionadas pela globalização (ofertas de distinção, escaladas pelos mercados globais) assume um carácter extremamente decisivo.</p>

A agricultura da Comarca de Moncorvo, segundo José António de Sá, em finais de Setecentos

<p>Neste artigo, procura-se chamar a atenção para a importância e originalidade de uma descrição da agricultura da Comarca de Moncorvo, em finais do século XVIII, escrita pelo corregedor da mesma, José António de Sá. Com efeito, esta fonte, pela riqueza de informação que nos apresenta, torna-se imprescindível para o conhecimento da produção agrícola e da pecuária desta região de Trás-os-Montes, descrevendo ainda exaustivamente os instrumentos agrícolas utilizados, a forma de aproveitamento dos solos, e muitos outros aspectos que ajudam a caracterizar o mundo rural de Portugal em finais de Setecentos.</p>

A Emigração Portuguesa para o Brasil

<p>Esta publicação reúne as comunicações apresentadas no II Encontro Internacional A Emigração Portuguesa para o Brasil, no âmbito do projecto A Emigração do Norte de Portugal para o Brasil, que teve lugar entre os dias 24 e 29 de Julho de 2006, no Auditório da Universidade Lusíada do Porto, com o objectivo de estabelecer o necessário espaço de reflexão e debate entre investigadores desta temática, reunindo para o efeito mais de trinta e cinco especialistas, portugueses e brasileiros.</p>

Ano

2012

Creators

Andréa Telo da Corte António Monteiro dos Santos † Beatriz Kushnir Beatriz Padilla Brasilina Silva Maria da Conceição Meireles Pereira Charleston Assis Érica Sarmiento Fernanda Paula Maia Fernando de Sousa Francisco Knopfli Gladys Sabina Ribeiro Henrique Rodrigues Isilda Monteiro Ismênia de Lima Martins Jenifer Ferreira Joaquim Loureiro dos Santos Jorge Carvalho Arroteia José Jobson Arruda Lená Medeiros de Menezes Leila Menezes Duarte Adelina Piloto Maria Apparecida Franco Pereira Maria Beatriz Fernandes Maria da Graça Martins Maria Izilda Matos Maria José Ferraria Suzel Frutuoso Maria Xavier Villas Bôas Marta Lobo Miguel Monteiro Miriam Halpern Pereira Paula Santos Paulo Amorim Regina Fiss Teresa Cierco Vitor Fonseca Zeila Demartini

A emigração de elites do Noroeste de Portugal no século XIX

<p>No contexto de um movimento de cerca de 34 000 emissões de licenças de viagem, emitidas&nbsp;em Viana do Castelo, no século XIX, encontramos perto de dois milhares e meio de indivíduos&nbsp;oriundos de quadros sócio-profissionais e culturais destacados. Este conjunto abarca os&nbsp;emigrantes no exercício de actividades valorizadas socialmente e através das quais a progressão&nbsp;na pirâmide social era mais fácil, devido às capacidades para auferirem rendimentos financeiros&nbsp;de grande valor, tendo alguns atingido o estatuto de capitalista. Para mais facilmente estruturarmos&nbsp;esta abordagem, organizámos os quadros em três corpos, sendo o primeiro composto por&nbsp;negociantes, comerciantes, capitalistas, empreiteiros, industriais, armadores, ourives e relojoeiros;&nbsp;o segundo grupo, a que convencionamos atribuir a classificação de quadros superiores,&nbsp;devido à formação académica de tais indivíduos, é constituído por padres, escreventes, farmacêuticos,&nbsp;engenheiros, bacharéis, guarda-livros e médicos; o terceiro grupo corresponde aos classificados&nbsp;como proprietários.</p>

A emigração de Vila do Conde para o Brasil (1865-1875)

<p>O valioso e avultado acervo documental do AHMVC integra no fundo da Administração do&nbsp;Concelho 27 livros de Termos de responsabilidade e fiança, que se espraiam temporalmente&nbsp;desde 1865 até 1912. Na impossibilidade de apresentarmos a corrente migratória numa perspectiva&nbsp;global, optamos por analisar detalhadamente o movimento migratório durante uma década&nbsp;(1865-1875), nas trinta freguesias que formam o concelho de Vila do Conde. O estudo desenvolvido&nbsp;permitiu-nos obter uma variedade informativa do emigrante, tal como: nome, idade, data&nbsp;de embarque, nome do fiador, destino da viagem, a pessoa a quem ia recomendado e, mesmo nalguns&nbsp;casos, quem assumia o pagamento da viagem, o grau de parentesco das pessoas envolvidas&nbsp;e outros pormenores pessoais.</p>

A emigração do distrito de Viseu para o Brasil entre as duas Guerras Mundiais (1918 - 1940)

<p>A emigração portuguesa para o Brasil constitui um dos principais elementos na continuidade&nbsp;da ligação estreita entre os dois países lusófonos. De facto, o elemento humano permitiu nos dois&nbsp;últimos séculos, não só a manutenção do diálogo luso-brasileiro, mas também da continuidade&nbsp;da especificidade lusófona no mundo. O período entre as duas Guerras Mundiais tem características&nbsp;específicas que se reflectem, quer no número de cidadãos que partem (essencialmente de&nbsp;Portugal em direcção ao Brasil), quer nas suas características socioeconómicas, bem como nas&nbsp;formas que permitem esses movimentos migratórios. Também no distrito de Viseu assistimos à&nbsp;transformação desses parâmetros dos cidadãos que são autorizados a emigrar. Neste artigo procuramos&nbsp;apresentar fundamentada e pormenorizadamente quais as principais características da&nbsp;comunidade local que vai para o estrangeiro, procurando estabelecer tipologias genéricas.</p>