Repositório RCAAP
A emigração do distrito do Porto para o Brasil no ano de 1947
<p>O trabalho que agora se apresenta pretende mostrar algumas particularidades da emigração portuguesa do norte de Portugal para o Brasil, no ano de 1947, tendo por base a análise dos livros de registo da emissão de passaportes emanados pelo Governo Civil do Porto ao longo daquele ano, e que fazem parte do espólio do Arquivo Distrital do Porto. Além da caracterização possível dos emigrantes nacionais que na época rumavam ao Brasil, feita a partir do levantamento da diferenciação sexual, idade, estado civil, profissão e acompanhantes, também se procura demonstrar como a publicação do Decreto-Lei n.º 36 199, de 29 de Março de 1947, que suspende a emigração portuguesa, condicionou o fluxo emigratório ao longo daquele ano.</p>
2015
Joaquim Loureiro dos Santos
A emigração do nordeste trasmontano para o Brasil no início do século XX
<p>É objectivo desta intervenção apresentar dados quantitativos inerentes à problemática dos destinos dos emigrantes trasmontanos, no período compreendido entre 1901 e 1920, primeiro grande período de emigração do século XX português, ao qual o precedente século XIX também não tinha ficado alheio. O ano de 1901 marca também o início das primeiras publicações estatísticas oficiais impressas, em Portugal, sobre emigração, que integram o leque de fontes onde se baseou este estudo. Quisemos trazer, aqui, uma micro-realidade, integrada no fenómeno nacional emigratório, associada a alguns aspectos pertinentes para o enquadramento destes emigrantes nos destinos eleitos e, especialmente, para o destino brasileiro, já que muitas variáveis lhe estão sujeitas, como localidades de origem, sexo, idade, profissões, níveis de alfabetização, causas da partida, as consequências demográficas, económicas, sociais, e políticas associadas a este fenómeno.</p>
2015
Maria da Graça Martins
A emigração para o Brasil através dos livros de registo de passaportes do Governo Civil do Porto (1880-1890)
<p>Esta comunicação baseia-se na análise documental que há mais de um ano temos vindo a desenvolver através do levantamento sistemático dos Livros de Registo de Passaportes do Governo Civil do Porto (1880-1890) depositados no Arquivo Distrital do Porto. Incidimos, neste momento, as nossas atenções sobre o volume dos efectivos migratórios que saíram do Porto para o Brasil, no período em questão: sua distribuição por sexos, estado civil, grupos etários; sua naturalidade; a classificação socioprofissional; e a respectiva entrada no Brasil pelos diferentes portos.</p>
2015
Maria José Ferraria Paulo Amorim
A emigração para o Brasil e a fuga ao recrutamento militar – uma questão em debate na segunda metade do século XIX
<p>Entre outros problemas com os quais o regime liberal se teve de confrontar na segunda metade do século XIX, a emigração para o Brasil, assumiu especial relevância. A falta de mão-de-obra nos campos do norte do país e a falta de homens para o Exército colocavam essa questão no centro de um debate protagonizado sobretudo pelos deputados com assento na Câmara Alta do Parlamento e pelos articulistas que escreviam na imprensa. Ao se procurarem as razões para um fluxo migratório cada vez mais forte, quase todos os olhares convergiram para o recrutamento e o serviço militar. Como procuraremos demonstrar no nosso estudo isso será apenas uma meia verdade, a que os historiadores deverão, hoje, estar mais atentos.</p>
A emigração para o Brasil no discurso parlamentar oitocentista
<p>Das inovações político-institucionais que o constitucionalismo oitocentista nos oferece, a Câmara dos Deputados é talvez a instância que, do ponto de vista do debate de ideias e confronto de opiniões, se nos afigura como um dos mais importantes palcos da vida política de então. Nestes tempos de mudança e de construção de um novo modelo político e social, a Câmara dos Deputados, para além da estrita função legislativa e fiscalizadora dos governos e da administração, emergia também como um importante fórum de debate político, a par de uma imprensa periódica aguerrida que, nesta época, acolhia nas suas redacções os mesmos protagonistas da tribuna parlamentar. A consciência da riqueza desta fonte esteve, pois, na origem da análise que empreendemos, através da qual procurámos auscultar a permeabilidade dos discursos parlamentares relativamente a um dos mais importantes temas de Oitocentos, como foi o da emigração para o Brasil.</p>
2015
Fernanda Paula Maia
A emigração para o Brasil. Famílias de Vila Nova de Gaia (1834-1900)
<p>Esta comunicação baseia-se no estudo detalhado do movimento emigratório legal ocorrido entre 1834 e 1900, relativamente ao concelho de Vila Nova de Gaia. Desta forma, procurou-se apurar não a totalidade dos titulares de passaporte que embarcaram pela barra do Douro, mas o conjunto dos naturais ou domiciliados naquele espaço concelhio que obtiveram passaporte no Governo Civil do Porto, quer saíssem pela barra desta cidade, quer por outro lugar. Tivemos por finalidade contextualizar o movimento emigratório do concelho de Gaia no panorama nacional e compreender as diversas manifestações arquitectónicas, económicas, políticas e sociais produzidas pelos brasileiros gaienses naquele espaço geográfico.</p>
A emigração portuguesa para o Brasil e a geoestratégia do desenvolvimento euro-americano
<p>Múltiplas e diversificadas abordagens regionais e locais contribuíram nestes últimos anos para uma análise mais rigorosa das várias facetas da emigração, esclarecendo vertentes fundamentais, imperceptíveis nas fontes de âmbito nacional. Os movimentos migratórios são um processo global, cujas interacções estão longe de estar suficientemente estudadas. Tem-me preocupado ultimamente o facto de após se ter investido em estudos muito aprofundados, fundamentais e renovadores, com frequência não se regressar à uma perspectiva global enriquecida pelas pesquisas sectoriais. Essa visão de conjunto e a resposta às grandes questões tem ficado demasiadas vezes entregue apenas à divulgação mediática. Na ênfase que cada país ou região do mundo dá à parcela do movimento migratório em que se esteve ou continua envolvido, com frequência tem sido esquecido esse contexto da globalização das correntes migratórias e a sua inserção na geoestratégia do desenvolvimento intercontinental. São três as questões abordadas: a razão da cronologia da emigração em direcção às Américas, a composição europeia dominante e as redes de emigração.</p>
2015
Miriam Halpern Pereira
A presença de brasileiros no Santuário de Nossa Senhora de Porto de Ave (séculos XVIII a XX)
<p>A confraria de Nossa Senhora do Porto de Ave (Taíde, concelho da Póvoa de Lanhoso) conserva marcas que atestam a presença dos emigrantes portugueses no Brasil desde o século XVIII, data da sua fundação até ao século XX. Fundada em 1732, a confraria contou desde o começo com a devoção e a ajuda dos brasileiros, sendo, em algumas ocasiões, ajudas fundamentais para a prossecução das obras e o engrandecimento do Santuário. O envio de esmolas, o “cumprimento de promessas”, a participação financeira nos melhoramentos do templo, dos quartéis, dos calvários e a invocação da graça recebida através dos ex-votos, materializam a presença destes emigrantes e dão corpo a uma religiosidade popular que estimulava as comparticipações dos beneméritos.</p>
As comunidades portuguesas no Brasil no presente
<p>Dentro de poucos anos, os portugueses no Brasil ficarão reduzidos a um número pouco significativo. Isto resulta do facto da grande maioria estar já numa faixa etária bastante elevada e de não ter havido, nas últimas décadas, fluxos regulares de emigração. Tal facto não pode prejudicar a nossa presença naquele país, estando a resposta numa lusofonia efectiva a que o espírito da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, não deverá ser estranha.</p>
2015
Francisco Knopfli
Cartas de chamada: a emigração para o Brasil no concelho de Sernancelhe (1900-1920)
<p>Foi no concelho beirão de Sernancelhe que, no quadro de uma peculiar investigação, situamos os episódios de emigração para o Brasil que, entre 1900 e 1920, produziram esses impressionantes testemunhos de sociabilidade que são as Cartas de Chamada. Os 90 documentos de que extraímos hoje, decerto, uma parcelar lição acerca da compreensão, ao tempo, da família nuclear, carece, para entendimento daquilo que pretendemos aduzir, de duas breves notas que caracterizem, em simultâneo, a sua geografia física e humana.</p>
Contribuição para o estudo da imigração subsidiada para o Brasil
<p>Este trabalho pretende estabelecer uma comparação entre o contingente de imigrantes de um navio de carreira e de um navio contratados, especificamente para tal fim. A análise contemplará as informações detalhadas no projeto Portal Autonomo na internet proposto pelo Cepese: nome,<br /> naturalidade, estado civil, profissão, acompanhantes, destino no Brasil, idade, sexo e nível de alfabetização.</p>
2015
Andréa Telo da Corte
A expansão européia oitocentista: emigração e colonização
<p>Colonização e emigração representam dois fenômenos essenciais à compreensão do processo histórico vivenciado pela humanidade no século XIX, e constituem duas faces de um mesmo movimento que tem suas raízes profundamente fincadas no terreno fértil da industrialização dos países europeus. No fundo, todos os motivos elencados pelos historiadores e demógrafos no afã de explicar os dois movimentos têm um substrato comum, em sua dimensão econômica (a expansão industrial e a concentração do capital); social (o crescimento demográfico e a marginalização social); política (o elã nacionalista e a insurgência revolucionária); ideológica (em bate entre as correntes do liberalismo, tradicionalismo e socialismo); e, até mesmo, no nível científico e cultural (teóricas racistas e atração do ignoto). Os Impérios coloniais constituídos na modernidade são o fruto da expansão comercial e marítima, que resulta da crise de crescimento inserida na transição da sociedade feudal à capitalista. Outra é a natureza dos movimentos populacionais<br /> do século XIX, sobretudo considerados a partir dos anos 1870, momento em que o capitalismo alcança sua maturidade ao celebrar a supremacia financeira em relação a todas as demais formas de acumulação, instaurando a fase que os intérpretes clássicos cognominaram por imperialismo.</p>
2015
José Jobson Arruda
Emigração e Retorno: imagens cruzadas num Webmuseu e o papel da tecnociência no caso de www.museu-emigrantes.org
<p>A história económica, social e cultural, associada às migrações, constitui hoje uma das mais amplas formas de conhecimento do ser humano. A amplitude, riqueza e particularidades do fenómeno, decorrentes da dimensão quantitativa das movimentações humanas e da qualitativa que é<br /> visível nas biografias, bem como no que é a história particular de carácter local e regional, constitui uma das centralidades mais vincadas da inquietação científica dos nossos dias, nas quais se inscreveram as expressões maiores da vivência humana. Os museus, a ciência e as novas tecnologias permitem hoje novas abordagens ao fenómeno das migrações, ampliando a articulação entre os métodos e procedimentos, nomeadamente pela aplicação das novas tecnologias ao permitirem trabalhar grande volume de informações e das que se inscrevem no domínio da comunicação, em particular da web, e que dão sentido à perspectiva Web (WebMuseu) no Museu da Emigração: Comunidades e Luso-Descendentes.</p>
2015
Miguel Monteiro Maria Beatriz Fernandes
Fontes para o estudo da presença portuguesa em Santos
<p>O presente trabalho teve por objetivo a pesquisa de fontes para o estudo da presença portuguesa em Santos. Os portugueses que imigraram a partir de fins do século XIX têm importância na vida da cidade santista, principalmente pela participação na composição da população, na vida econômica e social e na difusão das tradições portuguesas. Vários tipos de fontes foram levantados, a partir da visitação principalmente nas inúmeras instituições lusas presentes ainda hoje na cidade.</p>
2015
Maria Apparecida Franco Pereira Suzel Frutuoso
Imigração portuguesa e conflito urbano: portugueses detidos na Casa de Detenção do Rio de Janeiro (1880-1930)
<p>O final do século XIX e início do XX, período de maior concentração da imigração portuguesa no Brasil independente, caracterizou-se por crescentes conflitos urbanos envolvendo portugueses, originando a prisão dos implicados na Casa de Detenção do Rio de Janeiro, cujos livros de registros fazem parte do acervo do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro – APERJ. Esses códices são uma fonte privilegiada para o estudo das relações do imigrante português com a população do Rio de Janeiro, da identidade desse grupo de imigrantes e de seu cotidiano na capital do Brasil. Sobrevivendo com dificuldades a uma dura vida de trabalhadores, esses imigrantes muitas vezes entregavam-se ao alcoolismo e mesmo ao crime, como forma de escapar da perversidade de seu cotidiano e das condições injustas às quais eram submetidos por seus patrões e pelo próprio governo, transformando-se facilmente em alvo da polícia.</p>
2015
Leila Menezes Duarte Charleston Assis
Imigração portuguesa em São Paulo: perspectivas e possibilidades de investigação
<p>A imigração portuguesa para São Paulo foi um processo contínuo que envolveu experiências múltiplas e diversificadas, diferentes levas de imigração, alguns que vieram subsidiados, outros por conta própria; alguns que chegaram no início do processo de imigração (nos anos finais do século XIX e nos inícios do XX), outros logo após a Primeira Grande Guerra e também os que vieram devido as tensões durante o governo de Salazar. Assim, apesar de disperso resta um amplo mosaico de documentos sobre as múltiplas experiências de imigração portuguesa. Nesta comunicação será focalizado o potencial da documentação existente e já organizada na Hospedaria dos Imigrantes de São Paulo.</p>
Pelos logradouros cariocas uma perspectiva da imigração galega no Rio de Janeiro
<p>Os estudos que serão apresentados pretendem preencher um pequeno espaço que insiste em manter-se vazio dentro da historiografia da emigração: os estudos relacionados com a emigração galega para o Rio de Janeiro. Terceiro grupo em importância migratória nessa cidade brasileira, as características dessa emigração e suas influências na sociedade carioca ainda não foram suficientemente estudadas. Através do intercâmbio entre fontes quantitativas (matrículas do Hospital Español, inscrições consulares), fontes nominativas (censos galegos e cariocas) e qualitativas (imprensa, entrevistas, actas de associações, processos de expulsão de estrangeiros) encontramos as primeiras informações substanciais sobre os galegos que emigraram para o Rio de Janeiro desde a segunda metade do século XIX até à década de 30 do século passado. Pela sua semelhança linguística e cultural e também devido às migrações interpeninsulares do século XVIII e XIX dos galegos às cidades lusitanas, a emigração galega pioneira quase foi, por assim dizer, um prolongamento da corrente portuguesa para o Brasil.</p>
Relações e registros sobre a imigração portuguesa no Rio de Janeiro. Uma análise crítica das fontes
<p>Pretende-se trabalhar os principais fundos e coleções documentais relativos à temática sob a guarda do Arquivo Nacional. Destacar-se-á particularmente as relações de passageiros dos vapores e os registros de imigrantes da Hospedaria da Ilha das Flores, do último quartel do século<br /> XIX às vésperas da 1.ª guerra mundial. Objetiva-se sistematizar o conhecimento da fonte, visando a elaboração de uma base de dados, que contemple as informações detalhadas no projeto Portal Autonomo na internet proposto pelo Cepese: (nome, naturalidade, estado civil, profissão, acompanhantes, destino no Brasil, idade, sexo e nível de alfabetização).</p>
Rumo ao Sul: emigrantes portugueses no Sul do Brasil
<p>Este artigo pretende dar visibilidade aos portugueses do Sul do Brasil, contribuindo para o conhecimento sobre razões de saída, escolhas do destino, inserções e percursos, sem esquecer o lado íntimo da imigração, também explorado por nós em campo, e que toca a sentimentos de pertença<br /> ou distinção, típicos da circunstância migratória. Propomos, consoante as vagas, três perfis deste emigrante a partir da segunda metade do século XX.</p>
2015
Maria Xavier Villas Bôas Beatriz Padilla
Traços da comunidade portuguesa em Pelotas
<p>As semelhanças de natureza geográfica entre a região lagunar de Aveiro e Pelotas justificam a preferência da emigração portuguesa para esta área do território sul brasileiro, em particular por emigrantes oriundos da região aveirense. Os testemunhos desta presença são comprovados quer pelo elevado número de emigrantes daqui naturais quer pelos diversos testemunhos: doçaria, nomes de ruas e de estabelecimentos comerciais, que evocam esta terra. Os elementos recolhidos junto da população de origem portuguesa residente em Pelotas atestam a antiguidade desta emigração e a sua mobilidade social favorecida através da frequência escolar e do sucesso nos negócios, em especial no comércio e indústria. Tal facto tem sido geralmente acompanhado por uma grande dedicação em prol de actividades associativas orientadas para a vida da comunidade local. Estes testemunhos mostram que o envolvimento dos portugueses mais idosos e dos luso-descendentes em actividades de natureza social, cultural, desportiva e outras, é um sinal da afirmação do seu estatuto como cidadãos empenhados na participação cívica e política da sociedade onde residem.</p>
2015
Jorge Carvalho Arroteia Regina Fiss