RCAAP Repository
Registros dos franciscanos em Pernambuco e Paraíba: arquitetura e identidade
<p>O presente artigo trata sobre um conjunto de edificações erigidas pelos franciscanos, entre os séculos XVI e XVIII, na região compreendida entre os atuais estados da Bahia e Paraíba, no Nordeste do Brasil. Aborda estes conjuntos monásticos tendo por princípio a existência de uma “escola franciscana” que, segundo Germain Bazin, deu identidade a esta produção arquitetônica, através da atuação de uma “escola de construtores” ligados a Ordem. Apresentam-se algumas hipóteses para o estudo desta questão, acrescentam-se informações sobre artistas e artífices que trabalharam para os franciscanos, em Pernambuco, e procura-se observar nesta arquitetura, traços de identidade que possam suprir as lacunas documentais que constituem um obstáculo à investigação.</p>
2015
Maria Berthilde Moura Filha
Entalhadores e imaginários do Núcleo Franciscano Portuense
<p>O núcleo franciscano portuense (Igreja do Convento de São Francisco, Casa do Despacho e Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco) constitui um dos observatórios mais notáveis para todos aqueles que estudam a escultura e a arte da talha em Portugal, entre os séculos XVII e XIX. Com efeito, nesses espaços trabalharam alguns dos maiores artistas ligados à arte de esculpir em madeira, quer se analise a vertente do imaginário, quer se examine a do entalhador. Nomes como: Manuel Carneiro Adão, António Gomes, Filipe da Silva, Manuel da Costa Andrade, Francisco Pereira Campanhã (na igreja conventual); José Martins Tinoco e José Teixeira Guimarães (na Casa do Despacho); ou ainda Manuel Moreira da Silva, Joaquim Machado de Castro e Manuel Joaquim Alves de Sousa Alão (na igreja dos Terceiros), fazem do núcleo franciscano portuense um local ímpar para o conhecimento da produção escultórica e retabular em Portugal. No entanto, e devido a factores de índole diversa, existem lacunas difíceis de preencher, designadamente na igreja conventual, ao nível da autoria de peças, bem como da disposição primitiva das imagens nos retábulos.</p>
2015
Natália Marinho Ferreira-Alves
O Convento de São Boaventura de Macacu e a Vila de Santo Antônio de Sá – história e arquitetura
<p>Através da história do Convento de São Boaventura de Macacu e da Vila de Santo Antônio de Sá, localizados no Rio de Janeiro, Brasil, procuramos levantar questões que possam contribuir para o avanço das pesquisas sobre a presença franciscana no Brasil no âmbito da arquitetura e das artes. Se por um lado o fato deste conjunto arquitetônico estar em ruínas torna esta pesquisa mais difícil, por outro, sabemos que elas permaneceram como um dos raros registros de arquitetura religiosa colonial brasileira que não sofreu reformas desde o século XVIII, constituindo, desta maneira, documento de valor inestimável para o estudo da cultura daquele período.</p>
Azulejaria portuguesa no Convento de Santo Antônio de Recife
<p>Este texto tem como objetivo analisar os painéis azulejares portugueses setecentistas do Convento de Santo Antônio de Recife, em Pernambuco, que incluem os conjuntos da portaria, do claustro, da capela, da sacristia e da igreja. Para tal, foi preciso estabelecer análises iconográficas e textuais. Os conjuntos azulejares do convento franciscano de Recife e as temáticas que eles representam estão profundamente vinculados à história da região, marcada pela invasão holandesa.</p>
2015
Sílvia Barbosa Guimarães Borges
Coleção Jerônimo Ferreira das Neves: uma coleção portuguesa no Museu D. João VI do Rio de Janeiro
<p>Esta comunicação analisa a Coleção Jerônimo Ferreira das Neves que faz parte do acervo do Museu D. João VI da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Apesar de sua qualidade artística, essa coleção é, ainda, muito pouco conhecida. Há controvérsias quanto à identifi cação de suas peças - algumas consideradas até pouco tempo atrás como fl amengas –, assim como sabemos pouco sobre esse personagem – Jerônimo Ferreira das Neves. Neste artigo, pretendemos discutir essas questões, enfatizando que a coleção foi seguramente constituída no século XIX em Portugal.</p>
Artistas e Artífices no Mundo de Expressão Portuguesa
<p>O título da presente publicação define as linhas orientadoras do nosso projeto de investigação inserido na Linha <em>Arte e Património Cultural no Norte de Portugal</em> do CEPESE, apresentando já resultados concretos dos estudos levados a cabo por investigadores portugueses e brasileiros, os quais, ao trabalharem sobre este proposta temática, provaram a importância deste trabalho feito por equipas dos dois lados do Atlântico, assente na análise da sua mobilidade interna e externa no contexto do mundo onde foi (e ainda é) visível o impacte da diáspora artística portuguesa.</p>
2012
Ana Cristina Correia de Sousa Anna Maria Monteiro de Carvalho António Mourato António José de Oliveira Carla Sofia Queirós Cybele Vidal Fernandes Eugênio de Ávila Lins Fausto Sanches Martins Joaquim Jaime Barros Ferreira-Alves José Carlos Meneses Rodrigues Lúcia Rosas Luís Alexandre Rodrigues Manuel Engrácia Antunes Manuel Joaquim Moreira da Rocha Maria Berthilde Moura Filha Maria do Carmo Marques Pires Natália Marinho Ferreira-Alves Paula Cardona Sonia Gomes Pereira Susana Matos Abreu
Jorge Cedeira, o Velho: um ourives vimaranense na Galiza de Quinhentos
<p>O prateiro Jorge Cedeira, o Velho, provavelmente natural da cidade de Guimarães, no Norte de Portugal, fixou-se, em data incerta, em Santiago de Compostela, onde fundou uma das mais sólidas dinastias de prateiros da Galiza, da centúria de Quinhentos. Pelo volume de encomendas que lhe são conhecidas, podemos inferir da popularidade que o artista gozou na cidade do Apóstolo, tendo o seu nome ficado igualmente associado à exploração de minas de ouro, prata e estanho nesta região. Os seus descendentes uniram-se às principais famílias de prateiros da Galiza através de laços matrimoniais, tendo monopolizado a arte da prata na Arquidiocese de Santiago durante cerca de oitenta anos.</p>
2015
Ana Cristina Correia de Sousa Ana Cristina Correia de Sousa
Augusto Roquemont, retratista e pintor de costumes populares
<p>O pintor Augusto Roquemont nasceu em Genebra, a 2 de Junho de 1804. Adquiriu a sua formação artística em Itália e veio para Portugal em 1828. No nosso país, notabilizou-se como retratista e pintor de costumes populares. O seu estilo exerceu enorme influência no meio artístico do Porto, cidade onde passou os últimos anos da sua vida e onde veio a falecer, a 24 de Janeiro de 1852.</p>
A actividade de Pedro Coelho, mestre escultor e entalhador, na Colegiada de Guimarães (1687-1713)
<p>Neste estudo iremos apresentar uma visão global da actividade de Pedro Coelho, mestre escultor e entalhador, de S. João de Gondar (Guimarães), na igreja de Nossa Senhora da Oliveira. A talha deste templo constituiu um legado importantíssimo do homem barroco dos séculos XVII e XVIII, bem como o reflexo do dinamismo religioso, económico e artístico da instituição, permitindo deste modo o afluxo de conceituados artistas do termo de Guimarães e de diferentes locais do noroeste peninsular.</p>
Arquitetos, mestres-de-obras, pedreiros e calceteiros no século XVIII e XIX em Minas Gerais. Cruzando dados, propondo questões
<p>Com base no Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas Gerais propõe-se um ensaio a partir do cruzamento de dados como um auxílio para o aprofundamento das pesquisas referentes à atuação e influência de artistas e artífices portugueses em Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX.</p>
Artistas e Artífices de Penafiel (séculos XVII-XIX)
<p>No centro histórico de Penafiel (Arrifana de Sousa até ao último quartel do séc. XVIII), desenvolve-se uma escola de artistas e artífices que correspondem às encomendas locais, principalmente as da Santa Casa da Misericórdia.</p> <p>As oficinas localizam-se no eixo viário Porto-Vila Real – onde se inscrevem as ruas da Calçada, Santo António Velho, Ajuda e Cimo de Vila; na envolvente: Chãs; bairros da Piedade, S. Mamede, Fornos, Arrabalde e Carvalhal; e nos subúrbios: Coreixas, Cepeda, Senradelas, Aveleda. Há ainda artistas nas freguesias: Santiago de Subarrifana; Duas Igrejas; Rans; Abragão; Rio de Moinhos; Eja; e Canelas.</p>
2015
José Carlos Meneses Rodrigues
João Baptista do Rio e o Programa Pictórico Revivalista da Matriz de Viana do Castelo
<p>O pintor-cenógrafo João Baptista do Rio desenvolveu, no restauro da Matriz de Viana do Castelo ocorrido na década de 1880, um programa pictórico em tromp-l’oeil, com vocabulário ao gosto neo-gótico e neo-manuelino.</p>
Contributos artísticos de estrangeiros na região ocidental de Trás-os-Montes e oficinas locais. Séculos XVI-XVIII
<p>Em Trás-os-Montes, como no resto do país, a encomenda artística muito deve à Igreja. A relativa proximidade dos principais centros urbanos do Nordeste transmontano com as cidades castelhanas de Zamora, Toro, Valhadolide e Salamanca justifica a presença em Portugal de obras contratadas e produzidas por mestres oriundos das oficinas destas urbes. Para a catedral da cidade de Miranda do Douro, Gregório Fernandes fabricaria o retábulo-mor, obra que seria vistoriada, em 1614, pelo arquitecto Teodósio de Frias. Apesar de poder assinalar a presença de artistas flamengos nesta zona do território nacional, a acção de castelhanos como Damião Bustamante prolongar-se-ia pelo século XVIII, cruzando-se com a influência e notoriedade de mestres locais cujas oficinas estavam sedeadas em povoações como Parada, Veigas e Castelo Branco (Mogadouro).</p>
Caligrafia, ilustração e Cerimonial de Pontifical na obra de um Abade Beneditino o séc. XVIII
<p>Frei Bento de S. Luís (Braga 1693-Rendufe 1779) é um monge Beneditino que assina dois códices manuscritos ligados ao Pontifical: um Missal Pontifical, e um Manual das cerimónias para a Missa Pontifical.</p> <p>Bento Marques Ferreira, filho de um sapateiro de Braga, entra na Congregação de S. Bento de Portugal em 1723.</p> <p>Em 1743 é eleito Abade do pequeno Mosteiro de S. João do Ermo da Arnóia, onde assina o Missal Pontifical.</p> <p>Mais tarde em 1757, sendo Procurador Geral em Braga, assina o Manual, destinado aos Abades Gerais da Congregação, com a casa mãe em S. Martinho de Tibães.</p> <p>Esta comunicação apresenta alguns comentários sobre o autor, as obras e o seu enquadramento.</p>
Algumas considerações e entraves ao exercício da profissão de arquitecto no Norte de Portugal no século XVIII
<p>A aplicação de metodologia quantitativa e estatística a uma base de dados sobre um levantamento de artistas do ofício da arquitectura que trabalharam em Braga de 1680 a 1800 permitiu chegar a conclusões pertinentes sobre a cultura artística no período em análise.</p>
2015
Manuel Joaquim Moreira da Rocha
Júlio José de Brito, arquitecto e engenheiro civil – um artista no Porto
<p>Júlio José de Brito foi filho de um conceituado pintor nortenho, e irmão de um director da Escola de Belas Artes do Porto. Possuía uma dupla formação em Arquitectura e Engenharia. A sua obra é extensa e marcante, quer na paisagem urbana da Cidade do Porto, quer no panorama da Escola de Arquitectura do Porto (de que foi professor) e da sua fase Modernista (do qual foi um dos maiores expoentes). Entre os seus encomendadores esteve um conjunto notável de pessoas e instituições da época. Entre os colaboradores, destacaram-se alguns dos mais produtivos técnicos seus contemporâneos.</p>
2015
Manuel de Sampayo Azevedo Graça
A capitania da Paraíba no século XVIII – arte, arquitetura e anonimato
<p>Esta comunicação tem por objetivo avaliar as informações disponíveis sobre a atuação de artífices e artistas na produção arquitetônica e artística da Paraíba no século XVIII. Demonstra-se que é desproporcional a relação que há entre o acervo artístico remanescente daquele período e o número de artistas identificados como autores de tais obras, permanecendo no anonimato muitos dos homens responsáveis pela materialização deste acervo. Esta constatação aponta para um necessário avanço das pesquisas sobre a questão.</p>
2015
Maria Berthilde Moura Filha
David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva Martins - Um Primeiro Olhar sobre um Atelier do Porto do século XX
<p>David Moreira da Silva (1909-2002), arquitecto e segundo urbanista português, com formação nacional e internacional, esteve na génese da formação de um atelier do século XX. A nossa comunicação estruturar-se-á em três breves momentos da sua vida e obra: a sua formação académica; a análise de alguns projectos realizados com sua esposa a arquitecta Maria José Marques da Silva Martins, iniciados pelo arquitecto José Marques da Silva e terminados pela sua filha e genro; finalmente toda a problemática colocada por duas obras distintas, projectadas e edificadas na cidade do Porto – O Palácio do Comércio e a Sociedade Cooperativa de Produção dos Operários e Pedreiros Portuenses.</p>
Movimentos dentro do olhar: perspectivas sobre a interpretação de Salomé por José Rodrigues
<p>Serão referidas nesta comunicação algumas etapas percorridas (e outras em processo) do estudo que tenho vindo a realizar sobre as representações de Salomé nas artes plásticas, ao longo do tempo, no âmbito de uma investigação aprofundada sobre a obra do escultor José Rodrigues. Apoiado num conjunto de reflexões realizadas por vários historiadores sobre este tema, é delineado um breve panorama dos diferentes modos de entender Salomé em diversos momentos da História o que, posteriormente, permite identificar a especificidade da interpretação de José Rodrigues.</p>
2015
Maria Leonor Barbosa Soares
Joaquim Carneiro da Silva e o Plano da Aula Pública de Desenho de Lisboa: contributo para a história do ensino das Belas Artes em Portugal
<p>O presente artigo é um contributo para a história da Aula Pública de Desenho de Lisboa criada em 1791 no reinado de D. Maria I. Como objectivos prioritários procura-se esclarecer, por um lado, a questão da autoria do seu Plano primitivo, que atribuímos a Joaquim Carneiro da Silva, complementando o estudo com a análise do respectivo conteúdo e sublinhando a sua condição pioneira no contexto da história do ensino artístico em Portugal. Em complemento publicamos o documento original que deu origem ao alvará criador do estabelecimento.</p>